Díli
– O escritor e Diretor do Centro de Estudos de Cultura e Artes (CECA) da
Universidade Nacional Timor-Lorosa’e (UNTL), Vicente Paulino, escreveu mais um
livro de poesia intitulado ‘Alma Guerreira Timorense’, que visa motivar os
timorenses para começarem a escrevê-la.
“O
objetivo da obra é motivar os timorenses para a apreciação da realidade, a
situação e a vivência sociais e para escreverem poesia. Desenvolvi a minha
poesia através da observação direta da realidade. A poesia relembra a luta dos
heróis pela libertação nacional”, afirmou à Tatoli, no campus da UNTL.
O
escritor e poeta sublinhou ainda que a obra narra a participação dos lutadores
da pátria, como Francisco Xavier do Amaral e Xanana Gusmão. “A obra conta a
história da contribuição e da personalidade dos heróis sob a forma poética”.
O docente referiu que o conteúdo relata a contribuição das mulheres timorenses, de anónimos e dos agricultores na luta pela libertação da pátria.
“Os
agricultores preparavam comida para os guerrilheiros, que vinham buscá-la e
deixavam um sinal. Está tudo mencionado no meu livro”, contou o escritor.
Vicente
Paulino referiu ainda que a obra destaca também o apoio de figuras de
solidariedade internacional, como B. J. Habibie e Max Stahl, bem como a ação
dos missionários timorenses que deram assistência ao povo – como o Bispo Dom
Martinho Gusmão e Dom Carlos Filipe Ximenes Belo – e do Papa João Paulo II.
“Quando
o ex-presidente da Indonésia morreu, decidi escrever sobre ele. Quando Max
Stahl morreu, também incluí a contribuição desta figura no meu livro”, afirmou.
O
autor realçou igualmente que a sua poesia reflete ainda a situação política
atual do país. “A poesia exerce uma reflexão crítica sobre a realidade que
Timor enfrenta, como por exemplo, o episódio em que a mesa do Presidente do
Parlamento Nacional foi derrubada. Uma mensagem crítica apresentada pela
poesia”, declarou.
O docente recordou que
levou três anos a escrever esta obra, de 2018 a 2021, data em que foi publicada.
O poeta, que já escreveu
várias obras, sugeriu a todos os leitores que visitassem o sítio Vicente Paulino
-Timor para terem acesso a este livro.
O
professor pediu ainda a todos os jovens e estudantes timorenses que adotassem
hábitos de leitura, pois ajuda no surgimento de novas ideias.
“A
leitura desenvolve e enriquece a nossa capacidade de expressão de qualquer
forma de realidade que observamos. Ela transforma a realidade em escrita, ou
seja, ‘é a hora e já nasceu o sol, os estudantes e jovens acordam, ficam de pé
e caminham com a leitura’”, apelou.
Vicente
Paulino lançou, em 2018, o livro intitulado “Leituras do Mundo e da Natureza”.
Já
o poeta timorense, Abe Barreto, escreveu, no prefácio do livro ‘Alma Guerreira
Timorense’, que o autor, mais uma vez, embeleza o panorama literário de
Timor-Leste, juntamente com outras obras escritas por outros poetas.
“As
almas guerreiras timorenses reencarnam-se na alma do poeta Vicente Paulino. É
um orgulho para nós, timorenses. Como poeta, ele tem o espírito heroico de
pegar o ‘fogo ardido’, mostrando a luz a todos nós. Acender a luz da verdade e
da justiça”.
Segundo
Abe Barreto, a caneta poética de Vicente Paulino também se esforça para tomar
nota sobre ‘o que se passa com a política contemporânea de Timor-Leste que
todos enfrentamos’.
Abe
Barreto referiu ainda que o livro em causa aponta o dedo aos comportamentos
imorais dos governantes no processo de construção do Estado e da nação.
“A
sua disposição para apontar o dedo como uma crítica socio-política é a de uma
pessoa que defende a verdade e a justiça”, concluiu. Jesuína Xavier – Timor-Leste
in “Tatoli”
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