Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Timor-Leste – Obra “Alma Guerreira Timorense” de Vicente Paulino lembra luta de heróis e reflete situação política do país

Díli – O escritor e Diretor do Centro de Estudos de Cultura e Artes (CECA) da Universidade Nacional Timor-Lorosa’e (UNTL), Vicente Paulino, escreveu mais um livro de poesia intitulado ‘Alma Guerreira Timorense’, que visa motivar os timorenses para começarem a escrevê-la.

“O objetivo da obra é motivar os timorenses para a apreciação da realidade, a situação e a vivência sociais e para escreverem poesia. Desenvolvi a minha poesia através da observação direta da realidade. A poesia relembra a luta dos heróis pela libertação nacional”, afirmou à Tatoli, no campus da UNTL.

O escritor e poeta sublinhou ainda que a obra narra a participação dos lutadores da pátria, como Francisco Xavier do Amaral e Xanana Gusmão. “A obra conta a história da contribuição e da personalidade dos heróis sob a forma poética”.

O docente referiu que o conteúdo relata a contribuição das mulheres timorenses, de anónimos e dos agricultores na luta pela libertação da pátria.

“Os agricultores preparavam comida para os guerrilheiros, que vinham buscá-la e deixavam um sinal. Está tudo mencionado no meu livro”, contou o escritor.


Vicente Paulino referiu ainda que a obra destaca também o apoio de figuras de solidariedade internacional, como B. J. Habibie e Max Stahl, bem como a ação dos missionários timorenses que deram assistência ao povo – como o Bispo Dom Martinho Gusmão e Dom Carlos Filipe Ximenes Belo – e do Papa João Paulo II.

“Quando o ex-presidente da Indonésia morreu, decidi escrever sobre ele. Quando Max Stahl morreu, também incluí a contribuição desta figura no meu livro”, afirmou.

O autor realçou igualmente que a sua poesia reflete ainda a situação política atual do país. “A poesia exerce uma reflexão crítica sobre a realidade que Timor enfrenta, como por exemplo, o episódio em que a mesa do Presidente do Parlamento Nacional foi derrubada. Uma mensagem crítica apresentada pela poesia”, declarou.

O docente recordou que levou três anos a escrever esta obra, de 2018 a 2021, data em que foi publicada.

O poeta, que já escreveu várias obras, sugeriu a todos os leitores que visitassem o sítio Vicente Paulino -Timor para terem acesso a este livro.

O professor pediu ainda a todos os jovens e estudantes timorenses que adotassem hábitos de leitura, pois ajuda no surgimento de novas ideias.

“A leitura desenvolve e enriquece a nossa capacidade de expressão de qualquer forma de realidade que observamos. Ela transforma a realidade em escrita, ou seja, ‘é a hora e já nasceu o sol, os estudantes e jovens acordam, ficam de pé e caminham com a leitura’”, apelou.

Vicente Paulino lançou, em 2018, o livro intitulado “Leituras do Mundo e da Natureza”.

Já o poeta timorense, Abe Barreto, escreveu, no prefácio do livro ‘Alma Guerreira Timorense’, que o autor, mais uma vez, embeleza o panorama literário de Timor-Leste, juntamente com outras obras escritas por outros poetas.

“As almas guerreiras timorenses reencarnam-se na alma do poeta Vicente Paulino. É um orgulho para nós, timorenses. Como poeta, ele tem o espírito heroico de pegar o ‘fogo ardido’, mostrando a luz a todos nós. Acender a luz da verdade e da justiça”.

Segundo Abe Barreto, a caneta poética de Vicente Paulino também se esforça para tomar nota sobre ‘o que se passa com a política contemporânea de Timor-Leste que todos enfrentamos’.

Abe Barreto referiu ainda que o livro em causa aponta o dedo aos comportamentos imorais dos governantes no processo de construção do Estado e da nação.

“A sua disposição para apontar o dedo como uma crítica socio-política é a de uma pessoa que defende a verdade e a justiça”, concluiu. Jesuína Xavier – Timor-Leste in “Tatoli”



 

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