Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 27 de janeiro de 2022

Macau - Estudantes de português subiram 4,8% no ensino não superior

No corrente ano lectivo há um total de 8800 alunos a estudar Língua Portuguesa no ensino não superior, o que, segundo a DSEDJ, se traduz num aumento de 4,8% em relação a 2020/2021. O organismo diz, no entanto, não dispor de informação sobre quantos têm o Português como língua materna ou estão a estudar a disciplina pela primeira vez. A docente Dora Nunes Gago, da Universidade de Macau, considera que os números são “muito positivos”


Segundo dados da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) fornecidos ao Jornal Tribuna de Macau, no ano lectivo de 2018/2019 um total de 6700 alunos no ensino não superior frequentavam a disciplina de Português; em 2019/2020 eram 8000 e em 2020/2021 este número atingia os 8400. Já no presente ano lectivo, há cerca de 8800 estudantes que têm Língua Portuguesa, “o que reflecte um aumento de 4,8% face ao ano lectivo anterior”.

O organismo, no entanto, disse não ter dados sobre quantos alunos têm o Português como segunda língua, nem quantos começaram a estudar a língua de Camões pela primeira vez.

Ainda assim, Dora Nunes Gago, professora associada de Literatura da Faculdade de Artes e Humanidades da Universidade de Macau, considera que os números são “muito positivos” e que “revelam um aumento do interesse pela aprendizagem da Língua Portuguesa”. “Penso que as escolas do território vão fazendo um esforço e trabalho meritório no ensino da Língua Portuguesa. Actualmente, acredito que as condições para esse trabalho se tenham complicado mais devido ao contexto da pandemia, que tem impulsionado a saída de docentes do território”, defendeu.

A docente considera também que o Governo tem feito “um bom investimento” no que respeita ao ensino do Português. “Claro que será sempre possível fazer melhor, mas no actual contexto pandémico torna-se mais complicado, pois é impossível, por exemplo, contratar professores do estrangeiro”, prosseguiu Dora Nunes Gago.

O organismo liderado por Lou Pak Sang refere ainda que através do destacamento de professores de Português gratuitamente às escolas e do apoio dado pelo Fundo de Desenvolvimento Educativo para contratar estes docentes, “a DSEDJ apoia com grande força as escolas privadas de ensino não superior em abrir disciplinas de Português”. “Simultaneamente, para garantir que a qualidade e o nível do ensino de Português atinja certo critério, bem como o aumento da eficácia da aprendizagem dos alunos, foram fixadas horas mínimas das disciplinas de Português”, observou.

Por outro lado, a DSEDJ recordou que, desde 2018/2019, começou a coordenar a criação da relação de escolas irmãs entre sete escolas de Macau e sete de Portugal. “Entre estas escolas, algumas organizam regularmente reuniões virtuais temáticas entre o pessoal docente e os alunos de ambos os lados. Isto pode ajudar a incentivar o intercâmbio educativo e a aprendizagem de línguas entre Macau e as regiões de língua portuguesa, aumentando a qualidade profissional e abrindo o horizonte internacional”, defende o organismo.

A DSEDJ indicou ainda que promove o desenvolvimento do ensino de Português em várias vertentes, incluindo a elaboração das disciplinas e dos manuais, o enriquecimento dos recursos didáticos e a formação de professores de Língua Portuguesa.

1482 frequentam cursos em Português na UM

Dora Nunes Gago, docente da Universidade de Macau que foi também directora do Departamento de Português até há bem pouco tempo, indicou que este departamento tem no corrente ano lectivo 311 alunos a frequentar a Licenciatura em Estudos Portugueses, além de 513 da Faculdade de Direito e 553 provenientes de outros cursos e Faculdades que escolhem o Português como opção. Nos mestrados, há actualmente 77 alunos, divididos pelos programas de Tradução e Língua Portuguesa e Estudos Interculturais (que inclui as especializações em Linguística Aplicada e Estudos Literários e Culturais). Por outro lado, há 28 alunos a frequentar os programas de doutoramento (Linguística Aplicada e Estudos Literários). Catarina Pereira com Rima Cui – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”


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