No corrente ano lectivo há um total de 8800 alunos a estudar Língua Portuguesa no ensino não superior, o que, segundo a DSEDJ, se traduz num aumento de 4,8% em relação a 2020/2021. O organismo diz, no entanto, não dispor de informação sobre quantos têm o Português como língua materna ou estão a estudar a disciplina pela primeira vez. A docente Dora Nunes Gago, da Universidade de Macau, considera que os números são “muito positivos”
Segundo
dados da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude
(DSEDJ) fornecidos ao Jornal Tribuna de Macau, no ano lectivo de 2018/2019 um
total de 6700 alunos no ensino não superior frequentavam a disciplina de
Português; em 2019/2020 eram 8000 e em 2020/2021 este número atingia os 8400.
Já no presente ano lectivo, há cerca de 8800 estudantes que têm Língua
Portuguesa, “o que reflecte um aumento de 4,8% face ao ano lectivo anterior”.
O
organismo, no entanto, disse não ter dados sobre quantos alunos têm o Português
como segunda língua, nem quantos começaram a estudar a língua de Camões pela
primeira vez.
Ainda
assim, Dora Nunes Gago, professora associada de Literatura da Faculdade de
Artes e Humanidades da Universidade de Macau, considera que os números são
“muito positivos” e que “revelam um aumento do interesse pela aprendizagem da
Língua Portuguesa”. “Penso que as escolas do território vão fazendo um esforço
e trabalho meritório no ensino da Língua Portuguesa. Actualmente, acredito que
as condições para esse trabalho se tenham complicado mais devido ao contexto da
pandemia, que tem impulsionado a saída de docentes do território”, defendeu.
A
docente considera também que o Governo tem feito “um bom investimento” no que
respeita ao ensino do Português. “Claro que será sempre possível fazer melhor,
mas no actual contexto pandémico torna-se mais complicado, pois é impossível,
por exemplo, contratar professores do estrangeiro”, prosseguiu Dora Nunes Gago.
O
organismo liderado por Lou Pak Sang refere ainda que através do destacamento de
professores de Português gratuitamente às escolas e do apoio dado pelo Fundo de
Desenvolvimento Educativo para contratar estes docentes, “a DSEDJ apoia com
grande força as escolas privadas de ensino não superior em abrir disciplinas de
Português”. “Simultaneamente, para garantir que a qualidade e o nível do ensino
de Português atinja certo critério, bem como o aumento da eficácia da
aprendizagem dos alunos, foram fixadas horas mínimas das disciplinas de
Português”, observou.
Por
outro lado, a DSEDJ recordou que, desde 2018/2019, começou a coordenar a
criação da relação de escolas irmãs entre sete escolas de Macau e sete de
Portugal. “Entre estas escolas, algumas organizam regularmente reuniões
virtuais temáticas entre o pessoal docente e os alunos de ambos os lados. Isto
pode ajudar a incentivar o intercâmbio educativo e a aprendizagem de línguas
entre Macau e as regiões de língua portuguesa, aumentando a qualidade
profissional e abrindo o horizonte internacional”, defende o organismo.
A
DSEDJ indicou ainda que promove o desenvolvimento do ensino de Português em
várias vertentes, incluindo a elaboração das disciplinas e dos manuais, o
enriquecimento dos recursos didáticos e a formação de professores de Língua
Portuguesa.
1482 frequentam cursos em Português na UM
Dora
Nunes Gago, docente da Universidade de Macau que foi também directora do
Departamento de Português até há bem pouco tempo, indicou que este departamento
tem no corrente ano lectivo 311 alunos a frequentar a Licenciatura em Estudos
Portugueses, além de 513 da Faculdade de Direito e 553 provenientes de outros
cursos e Faculdades que escolhem o Português como opção. Nos mestrados, há
actualmente 77 alunos, divididos pelos programas de Tradução e Língua
Portuguesa e Estudos Interculturais (que inclui as especializações em
Linguística Aplicada e Estudos Literários e Culturais). Por outro lado, há 28
alunos a frequentar os programas de doutoramento (Linguística Aplicada e
Estudos Literários). Catarina Pereira com Rima Cui –
Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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