O Chefe do Unfpa no país ressalva políticas de prevenção e planeamento familiar como fatores do desenvolvimento na Guiné-Bissau, a agência identifica focos de investimento direcionado aos jovens para o progresso socioeconómico do país
O
Fundo das Nações Unidas para a População, Unfpa, acredita que um investimento
direcionado aos jovens da Guiné-Bissau pode impulsionar o desenvolvimento
socioeconómico do país.
A
agência está a atuar com as autoridades locais para combater a mortalidade
materna e promover o chamado dividendo demográfico no país da língua
portuguesa.
Juventude
Para
tal, o Unfpa destaca os setores da educação, governança e emprego como
potencial foco do referido investimento.
Mais
de metade da população da Guiné-Bissau é jovem, ou seja 62%. O Fundo das Nações
Unidas para a População afirma que para desenvolver o país, no entanto, será
preciso fazer um sério investimento na educação dos jovens. A agência defende
que sejam capacitados também na matéria de governança.
Falando
à ONU News em Bissau, o representante do Unfpa disse nunca ter visto um povo
que se desenvolveu sem a educação. Cheikh Fall afirmou que os jovens devem
proteger-se de infecções e gerir de forma responsável a sexualidade. É da
opinião que os jovens sejam também preparados na matéria de governança e
empregabilidade.
“Quando
há problemas num país, são os jovens que saem às ruas. Os jovens devem ser
formados na liderança para compreenderem quando é preciso dizer não, e quando
devem assumir a questão do desenvolvimento. Os jovens devem ser formados para
quando não encontrarem quem os empregue, que eles mesmos sejam criadores de
emprego”.
Compromissos
O
Unfpa e o governo guineense trabalham atualmente na implementação de
estratégias para reduzir a mortalidade materna, um dos três compromissos
assumidos, há um ano, no Quénia, durante a Conferência Internacional sobre a
População e Desenvolvimento.
O
encontro de Nairobi marca o 25º aniversário da Conferência do Cairo, onde 179
países adoptaram o empoderamento feminino para o bem das mulheres, suas
famílias, comunidades e nações, conhecido como o plano de ação Icdp. Os três
resultados transformadores incluem zero mortalidade materna, zero necessidade
de planificação familiar insatisfeita e zero violência de género e práticas
danosas como o casamento infantil e a mutilação genital feminina.
O
representante do Unfpa questiona como é possível desenvolver países onde as
mulheres, ou 52% da população, ainda morrem de parto.
Método
“A
planificação familiar permite criar distância entre os nascimentos e reduzir a
exposição da mulher à mortalidade materna. Se a mulher adoptar um método de
planificação familiar, ela distancia este intervalo e isto dá lhe tempo
suficiente para a saúde pessoal e para investir em atividades económicas”.
Cheikh
Fall explica que se uma menina se casar aos 13 anos, o seu futuro estará
hipotecado, não vai poder ir à escola, e nem ter uma formação profissional que
lhe garanta um trabalho decente. Vai passar a vida no ciclo gravidez, parto,
aleitamento e antes de completar os 49 anos de idade, estará completamente
cansada, contou ele.
Para
o Chefe do Unfpa, lutar contra a mortalidade materna e melhorar a planificação
familiar pode aliviar o sofrimento das mulheres e meninas e permitir lhes
contribuir eficaz e efetivamente no desenvolvimento pessoal e do país.
Dados
oficiais apontam que 900 mulheres morrem na Guiné-Bissau em cada 100 mil
partos. Amatijane Candé – Guiné-Bissau “ONU News”
Sem comentários:
Enviar um comentário