Bissau
- O vice-presidente do Banco de Desenvolvimento da África Ocidental (BOAD), o
guineense Braima Luís Soares Cassamá, apelou segunda-feira ao setor privado da
Guiné-Bissau a apresentação de projetos credíveis para financiamento pela
instituição bancária.
“O
setor privado guineense não tem beneficiado dos financiamentos do BOAD, mas
isso não é a culpa do banco. O setor privado não tem apresentado projetos
dignos desse nome que merecessem uma atenção particular. Vou reunir-me com o
ministro da Economia para analisarmos, em conjunto, como promover o setor
privado. Portanto, o setor privado guineense pode concorrer com projetos claros
para beneficiar do financiamento do banco”, disse Cassamá.
O
vice-presidente da instituição falava após uma reunião com o ministro das
Finanças, João Fadiá, na qual os dois analisaram os dossiês da Guiné-Bissau em
execução e os projetos ligados ao setor privado.
“O
setor privado é o motor do crescimento, porque é o setor privado que cria o
emprego. Não é o Estado que cria o emprego, mas são os empresários que criam o
emprego. O Estado cria condições necessárias para o funcionamento do setor
privado”, referiu.
Cassamá
revelou que o banco iniciou a implementação, este ano, do seu novo plano
estratégico para um horizonte de cinco anos, que visa cinco domínios
essenciais: agricultura, segurança alimentar, educação, saúde e
infraestruturas.
Questionado
se o setor privado guineense pode concorrer com os projetos ligados à
agricultura, o responsável disse que o setor privado pode organizar-se e
concorrer com projetos em quaisquer dos cinco setores definidos no plano
estratégico, particularmente a nível de agricultura, tendo lembrado que o banco
já financiou em outros países projetos do género.
“O
BOAD financiou 100 projetos do género noutros países. Financiou desde a
produção, à comercialização e até à exportação. É possível financiar projetos
do setor privado na Guiné-Bissau, mas temos de ter um setor privado que é previsível
e que esteja bem organizado, ambicioso e que não tenha medo de ir à procura dos
fundos”, contou.
Por
seu turno, o ministro das Finanças, João Aladje Mamadu Fadia disse que, ao
nível do Governo, tem havido uma boa colaboração e cooperação, como também tem
beneficiado suficiente de apoios ou projetos do BOAD.
Após
a indicação da Guiné-Bissau, o Conselho de Administração do BOAD nomeou Braima
Luís Soares Cassamá para o cargo de vice-presidente da instituição financeira
em junho deste ano.
O
banco de desenvolvimento multilateral foi criado em 1973 para servir as nações
da África Ocidental com sede em Lomé (Togo).
O
BOAD conta com oito países-membros: Benin, Burkina Faso, Guiné-Bissau, Costa do
Marfim, Mali, Níger, Senegal e Togo. In “Agência de Notícias da
Guiné” – Guiné-Bissau
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