O
diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro está em Portugal visitando diversas
instituições museológicas para conseguir espólio para o futuro museu a
reconstruir, após a destruição causada pelo incêndio de 2018.
“Estamos
conscientes de que não vamos reconstruir o Museu Nacional, como tem de ser, sem
a ajuda internacional, em especial de Portugal”, afirmou o diretor do Museu
Nacional do Rio de Janeiro, Alexander Kellner, aos jornalistas, frisando que o
projeto de futuro museu não é uma questão financeira.
“O
maior entrave e a maior preocupação de quem está no projeto não é a questão
financeira, mas sim o acervo e é por isso que estou aqui”, sublinhou.
O
diretor do Museu Nacional do Rio de Janeiro falava na Lourinhã, no distrito de
Lisboa, onde nesta terça-feira visitou o museu do Grupo de Etnografia e
Arqueologia da Lourinhã (GEAL) e o Dino Parque, onde estão expostos achados
paleontológicos.
Nesta
viagem a Portugal, o responsável pelo museu brasileiro desloca-se ainda a
Coimbra, ao Porto e ao Museu de História Natural e da Ciência, da Universidade
de Lisboa, em Lisboa.
“Espero
que possa angariar bastante suporte com esta viagem que estou a fazer e, em
2022, desde que a pandemia o permita, pretendo intensificar estas viagens para
outros países”, disse Kellner.
O
responsável adiantou que já recebeu doações de espólio de instituições da
Alemanha, Áustria, Inglaterra, Estados Unidos da América e França,
sensibilizando as instituições portuguesas a seguir o mesmo caminho.
“Todos
sabemos a história que nos une. No bicentenário da independência brasileira, é
um momento propício para conversar”, afirmou Alexander Kellner, que admitiu que
a parceria poderá passar por “ações de empréstimo de longa duração”.
“Os
museus têm milhões de exemplares, muitos dos quais ficam nos porões. Em vez de
ficarem no porão, podem ficar expostos no Brasil e eu acho que tanto o Brasil,
como Portugal ficam mais bem servidos”, frisou.
A
reconstrução do novo Museu Nacional do Rio de Janeiro é um investimento de 380
milhões de reais [cerca de 59 milhões de euros], dos quais já têm garantidos
65%, e deverá ficar concluída em 2026, estimou, depois de várias aberturas
faseadas até lá, sendo a primeira a dos jardins do museu, em 2022.
Para
Kellner, o Brasil quer demonstrar que “aprendeu, que [o incêndio] não vai
acontecer de novo, porque este abandono da Cultura não foi bom para o país e
deve servir de exemplo para todos os países do mundo”.
O
projeto do novo museu está alicerçado nas “melhores normas de segurança para
visitantes e técnicos e para o novo acervo”, como condição para o “Brasil
merecer estas novas coleções”, acrescentou.
Na
Lourinhã, as instituições locais, “desde o primeiro momento, disseram que
estariam presentes e disponíveis para colaborar, dentro das disponibilidades do
seu espólio”, afirmou Vital do Rosário, presidente do GEAL.
“Temos
algum espólio que foi descoberto no Brasil e que está cá para ser preparado.
Era uma oportunidade de devolvermos este patrimônio às origens, o que é muito
bem visto na comunidade científica”, exemplificou o responsável.
Com
mais de 200 anos, o Museu Nacional do Rio de Janeiro, o mais antigo patrimônio
do Brasil, foi reduzido a escombros no dia 02 de setembro de 2018 por um
incêndio que destruiu grande parte de seu acervo de 20 milhões de peças.
O
prédio histórico, que inicialmente serviu como palácio imperial do Brasil,
abrigava o maior museu de história natural da América Latina e um dos cinco
maiores do gênero, no mundo. In “Mundo Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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