O romance histórico, cujas inúmeras travessias penetram nas margens da história de Angola, intitulado “Margens e Travessias” do escritor Boaventura Cardoso, será apresentado no dia 28 de outubro, às 18h30, no auditório da UCCLA.
Com
a chancela da Guerra e Paz Editores, a obra será apresentada por Inocência
Mata.
Sinopse:
Marco
Lucchesi, escritor e presidente da Academia Brasileira de Letras:
«Boaventura
Cardoso produziu um alto romance. Indelével o sentido poético difuso que o
atravessa. Ouve-se a música do pensamento, a expressão de uma língua serena e
vibrátil.»
Mensagem
de Rita da Silva Cardoso, mãe do autor:
«Nas
bordas deste romance inscrevi parte do que fui escrevendo em pagelas. A história
da minha amargura é longa; não posso contá-la toda, nem convém, para além de
que não tenho já vida para guardar tantas memórias. Pronto, fica assim. Que um
dia se escreva a história das mães sofredoras como eu fui. De qualquer modo,
meu filho, a ti que és escritor, confio estes papéis. Publica-os no momento
oportuno; talvez seja melhor esperares que um dia acabe este caduco regime de
ditadura democrática revolucionária…; faz tento nisso, Boaventura. De qualquer
modo, levo comigo a dor das mães sofredoras, embora a dor delas seja maior;
Fátima trouxe-me de volta o meu filho. Elas não tiveram essa sorte; elas choram
até hoje a morte prematura de seus filhos. Levo comigo a dor delas − escreve
isso, meu filho, na minha lápide onde repousar para sempre. Agora, para não
atrapalhar a vossa leitura, caro leitor, migro e transvoo para outras margens.»
Cármen
Lúcia Tindó Secco, autora e professora da Universidade Federal do Rio de
Janeiro:
«É
um romance histórico em que a geografia também protagoniza a construção
romanesca, cujas inúmeras travessias penetram margens submersas da história de
Angola, ao mesmo tempo que, pela linguagem da poesia, tecem uma “terceira
margem” da estória.»
Biografia:
Boaventura
Cardoso, licenciado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Santo
Tomás de Aquino (Angelicum), é escritor e diplomata de carreira, tendo sido
Secretário de Estado da Cultura, Ministro da Cultura, Ministro da Informação,
Governador de Província e Embaixador em França, Itália, Malta e junto aos
organismos das Nações Unidas.
Membro-fundador
da União dos Escritores Angolanos e da Academia Angolana de Letras, de que foi
o 1.º presidente, é autor dos livros de contos Dizanga dya Muenhu (1977), O
Fogo da Fala (1980) e A Morte do Velho Kipacaça (1987) e dos romances O Signo
do Fogo (1992), Maio, Mês de Maria (1997), Mãe, Materno Mar (2001), agraciado
com o Prémio Nacional de Cultura e Artes – Literatura, e Noites de Vigília
(2012).
É
membro honorário da Academia Palmense de Letras e Comendador da Ordem do Mérito
Cultural desde 2006.
Atualmente
é Deputado à Assembleia Nacional do Parlamento angolano, sendo presidente da
Comissão para a Cultura, Assuntos Religiosos, Comunicação Social, Juventude e
Desportos.
Morada:
Casa
das Galeotas
Avenida
da Índia, n.º 110 (entre a Cordoaria Nacional e o Museu Nacional dos Coches),
em Lisboa
Autocarros:
714, 727 e 751 - Altinho, e 728 e 729 – Belém
Comboio:
Estação de Belém
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