Penafiel
– O ministro da Cultura de Cabo Verde disse hoje ter proposto ao município
português de Penafiel, no distrito do Porto, a realização, em 2022, naquele
país africano, de uma réplica do festival literário Escritaria.
“Fizemos
o desafio ao senhor presidente para termos uma câmara geminada com Penafiel e
fazermos uma edição do Escritaria em Cabo Verde, ou seja, promover a
internacionalização do próprio conceito do Escritaria, a começar pelo Germano
Almeida”, afirmou Abraão Vicente, em entrevista à agência Lusa.
Há
poucas horas na cidade, onde encontrou animação de rua, nomeadamente música e
teatro, e muito material gráfico alusivo à vida e à obra de Germano Almeida, o
governante cabo-verdiano sugeriu que “tudo aquilo que foi produzido em Penafiel
pode ser replicado num ou dois dias de programação na cidade do Mindelo ou na
cidade da Praia”.
Para
o titular da pasta da Cultura daquele país africano, “a programação e o impacto
visual do Escritaria” em Penafiel é algo que se devia “plagiar, no bom sentido,
e levar para Cabo Verde”.
À
Lusa, assinalou ter já apresentado essa ideia à equipa camarária de Penafiel,
no sentido de, no próximo ano, “fazer uma réplica daquilo que se fez aqui com a
imagem e com a obra de Germano Almeida”.
“Creio
que terá um profundo impacto na cidade de Mindelo. Hoje inauguraremos a
silhueta de Germano e é algo que devíamos replicar em Cabo Verde”, reforçou.
Abraão
Vicente destacou, por outro lado, a “arte de bem receber” de Penafiel.
“Não
só fui bem recebido, como percebi que Germano Almeida está profundamente grato
e impressionado com a forma como a sua obra está a ser divulgada”, concluiu.
O
presidente da Câmara de Penafiel, Antonino Sousa, disse à Lusa que promover uma
réplica do festival em Cabo Verde é “um desafio muito interessante” e que o seu
município vê com “entusiasmo”.
“O
festival pode dar um contributo para a aproximação das comunidades que têm em
comum a língua portuguesa. Há uma oportunidade imensa de criar maior
proximidade entre os escritores, entre os leitores”, anotou.
O
autarca português sinalizou, também, que o Escritaria, “ao final de cada
edição, reúne um espólio imenso”.
“Todos
os materiais que se vão produzindo, todas as peças artísticas, seja na pintura,
seja nos objetos de arte de rua, criam um espólio muito interessante que deve
poder ser visto por mais gente”, referiu, lamentando ser “uma pena que esse
espólio chegue ao final do festival e seja arrumado”.
Agora
que chegou à sua 14.ª edição, o Escritaria, defendeu o edil, “pode ganhar uma
nova escala, não apenas mostrando o seu espólio nos países dos escritores
homenageados, como de Mia Couto e Pepetela, mas – porque não? -, levar este
espólio a Brasília ou a S. Paulo, no Brasil”.
Para
o presidente da câmara, o processo de internacionalização que agora vai começar
deve envolver “todas as instituições que se preocupam com a promoção da língua
portuguesa e da literatura em português”, nomeadamente a Comunidade de Países
de Língua Portuguesa e o Instituo Camões, que, acentuou, devem “olhar para esta
iniciativa com entusiasmo”. In “Inforpress” – Cabo Verde com “Lusa”
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