Bissau
- O coordenador da campanha de vacinação no Alto-Comissariado contra a Covid-19,
Júlio Nogueira, disse hoje à Lusa estar preocupado com "baixo número de
vacinados", quando algumas doses de vacinas vão perder o prazo de
validade.
A
vacinação contra a covid-19 na Guiné-Bissau arrancou no mês de abril e até
agora foram imunizadas 117668 pessoas, explicou Júlio Nogueira, apelando a
"sinergia de todos, Governo, técnicos de saúde e a população" para
atingir o compromisso universal de vacinar, pelo menos, 70% da população.
Júlio
Nogueira salientou que ainda faltam compilar os dados dos últimos dias de
vacinação, mas em números redondos admitiu que o país já tenha vacinado cerca
de 13 a 14% da população, o que disse ser baixo em termos de média mundial, mas
dentro das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), observou.
De
acordo com o responsável guineense, a OMS propôs, numa primeira fase, que os
países africanos vacinassem 10% da população, até agosto, cifra alcançada em
setembro, agora a organização aponta para a meta de 40% até ao final do ano.
No
passado dia 25, o Governo guineense lançou uma campanha de vacinação em massa
da população para decorrer durante 10 dias e mobilizou técnicos militares da
saúde para reforçarem o processo ao lado dos agentes civis.
A
campanha tem como objetivo imunizar 70% da população com 18 anos ou mais de
idade.
Mas
olhando para os números que apontam para "uma fraca adesão da
população" aos postos de vacinação, Júlio Nogueira está preocupado que
"muita vacina venha a perder o prazo de validade", nomeadamente a da
marca AstraZeneca.
A
Guiné-Bissau recebeu da comunidade internacional pouco mais de 600 mil doses de
vacinas, entre as quais 202 mil doses da AstraZeneca, 100 mil doses oferecidas
por Portugal, mas uma boa parte desses imunizantes deverá ficar fora do prazo
de validade no final deste mês e a outra parte no final de novembro, alertou
Nogueira.
Por
ser a dose única, os guineenses preferem mais a vacina da fabricante
norte-americana, contudo, Júlio Nogueira sublinhou que até aqui apenas 62817
mil pessoas receberam aquele imunizante, cujo prazo de validade, entre as doses
disponibilizadas ao país, termina em dezembro, disse.
O
coordenador da campanha de vacinação do Alto-Comissariado contra a Covid-19
apontou as greves do pessoal médico e a desinformação sobre a vacina como
fatores para o baixo número de pessoas vacinadas na Guiné-Bissau até aqui.
O
Governo guineense decretou na quinta-feira o estado de alerta na saúde pública
até final de janeiro e tornou obrigatória a vacina para os docentes e
funcionários de qualquer nível escolar e os estudantes do ensino superior.
Ou
seja, quem não tenha pelo menos a primeira dose da vacina até 10 de novembro ou
a segunda dose até 10 de janeiro vai passar a ser obrigado a fazer testes
RT-PCR quinzenalmente para ter acesso ao estabelecimento.
O
decreto impõe a mesma medida para a circulação em transporte público rodoviário
ou fluvial para passageiros e condutores ou pilotos.
A
partir de 10 de novembro, a circulação fica condicionada à tomada da primeira
dose de vacina e a partir de 10 de janeiro a dose completa da vacina é
requerida. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau com “Lusa”
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