O livro "O Papagaio Imigrante", de Cíntia Ertel, surgiu para ajudar as crianças descendentes de imigrantes oriundos de países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa a ter maior sucesso escolar
Cíntia
Ertel, uma imigrante brasileira a viver no Luxemburgo desde 2012, lançou, este
mês, um livro infantil para ajudar as crianças descendentes de famílias
lusófonas a terem sucesso escolar no país.
O
livro "O Papagaio Imigrante" surgiu para ajudar as crianças
descendentes imigrantes oriundos de países da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) a ter maior sucesso escolar conseguindo aprender "de
forma mais lúdica" o alemão, que é a língua em que aprendem a ler a
escrever, explicou Cíntia Ertel à Lusa.
A
autora tirou um doutoramento na Universidade do Luxemburgo, na área da
Psicologia Educacional de crianças imigrantes, mais precisamente sobre
dificuldades linguísticas das crianças portuguesas no ensino luxemburguês.
Durante
quatro anos teve contacto direto com estas crianças, descendentes de
portugueses, brasileiros e cabo-verdianos, e percebeu que a língua era difícil
por ser a terceira que estavam a aprender, sendo o português a familiar, o
luxemburguês a do quotidiano e a alemã a escolar, e porque as crianças não
"praticavam a língua com as suas famílias".
Ao
terminar o doutoramento, foi trabalhar para uma 'maison relais' (um ATL)
e constatou que as crianças com ascendência portuguesa, no geral, estavam cada
vez mais desmotivadas com a escola. A autora disse à Lusa que sempre escreveu,
mas a pandemia fez com que iniciasse este projeto de "um livro
bilingue". O livro está também disponível em Portugal e tem um sítio próprio.
A
estória do livro baseia-se num papagaio que se vai embora do Brasil, juntamente
com a sua namorada, a arara, devido ao descontentamento que sente no país.
Segundo a autora, é uma crítica à conjuntura atual no seu país natal, desde a
desflorestação à inflação de preços.
Segundo
dados do instituto de estatísticas luxemburguês Statec, de janeiro de 2021,
vivem oficialmente no Luxemburgo 94335 portugueses, 2604 brasileiros, 2557
cabo-verdianos, 394 guineenses, 62 angolanos, 30 são-tomenses e 05
moçambicanos.
Cerca
de 5319 brasileiros já obtiveram a nacionalidade luxemburguesa por descenderem
de imigrantes luxemburgueses no Brasil.
Cíntia
Ertel explicou à Lusa que está a surgir uma segunda vaga de imigração
brasileira no Luxemburgo. A primeira foi das pessoas que partiram do Brasil
para Portugal e posteriormente para o Luxemburgo. A segunda vaga é a de
brasileiros que vão diretamente para o Grão-Ducado. In “Contacto”
– Luxemburgo com “Lusa”
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