A comissão organizadora do Festival da Lusofonia ainda não recebeu por parte do Instituto Cultural qualquer informação sobre a eventual necessidade de deixar cair por terra a edição deste ano, devido à situação pandémica que se tem verificado no território nos últimos tempos. Miguel de Senna Fernandes disse ao Jornal Tribuna de Macau que considera ser “forte” a possibilidade de cancelar o Festival da Lusofonia ou de adiá-lo para Novembro. Já Amélia António apontou que faltam ainda três semanas e que se a situação for controlada “rapidamente”, poderá acontecer que o evento seja levado a cabo como planeado
O
Festival da Lusofonia, agendado para os dias 28, 29 e 30 de Outubro, está
envolto em incerteza, depois de num curto espaço de tempo se terem registado em
Macau uma série de casos de COVID-19, em duas fases distintas, mas que, ao que
tudo indica, estarão relacionadas com um residente que veio da Turquia. O
Jornal Tribuna de Macau contactou o Instituto Cultural (IC), no sentido de
perceber se há algum desenvolvimento relativamente à realização do festival,
mas o organismo apenas disse que nesta altura não há qualquer informação a
acrescentar.
Em
declarações a este jornal, Amélia António e Miguel de Senna Fernandes, que
integram a comissão organizadora, confirmaram não ter recebido qualquer
informação contrária sobre a realização do festival na data agendada, apesar
das paralisações que a cidade tem sofrido. No entanto, ambos mostraram alguma
reticência sobre aquilo que poderá vir a acontecer.
“Ainda
não nos foi dito nada, mas acredito que há uma possibilidade forte de se
cancelar ou então adiar o festival para Novembro. O adiamento é uma
possibilidade, até porque já se realizou o Festival da Lusofonia em Novembro”,
apontou Miguel Senna Fernandes, acrescentando que a Associação dos Macaenses
continua atenta à situação e “em standby”.
Miguel
Senna Fernandes considera que o Festival da Lusofonia “assume no contexto
actual uma importância enorme, pois o desanuviamento é fundamental para o
restabelecimento de energias”. “Estamos num contexto em que a população parece
preferir o confinamento e restrições à vacina. Não que ela seja a panaceia do
mal, mas atingir a imunidade comunitária, ainda que estatísticamente, tem forte
influência nas escolhas do Governo na protecção da saúde pública”, defendeu.
Amélia
António, por sua vez, apontou que faltam cerca de três semanas para a
realização do evento. “A informação que temos é de que como se tudo estivesse a
avançar, faltam três semanas e tudo está, digamos, a trabalhar e a ser
planeado. As pessoas estão a desenvolver os seus projectos. Não temos, até
agora, nenhuma indicação em contrário”, começou por dizer.
Apontando
que no contexto actual “acontecem coisas todos os dias com as quais ninguém
está a contar”, a presidente da Casa de Portugal lembrou que as áreas
educativas e culturais “têm sido as mais atingidas pelas medidas”. “Por isso, a
gente não sabe o que pode acontecer”, acrescentou.
“Se
esta situação [novos casos de COVID-19 e identificação da fonte] ficar
regularizada rapidamente, se calhar corre tudo normal. No ano passado, também
havia montes de dúvidas e depois correu tudo muito bem – teve imensa gente, não
houve problemas. Este ano, não conseguimos saber. Ninguém estava à espera
destas situações”, prosseguiu Amélia António.
No
ano passado, o evento foi levado a cabo com uma série de medidas de prevenção,
entre as quais a utilização de máscara e apresentação do código de saúde.
Recorde-se
que o Festival da Lusofonia começou a ser realizado em 1998 e conta com a
participação das nove comunidades lusófonas locais: Angola, Brasil, Cabo Verde,
Goa, Damão e Diu, Guiné-Bissau, Macau, Moçambique, Portugal, São Tomé e
Príncipe e Timor-Leste. O evento é também organizado pelo Secretariado
Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os
Países de Língua Portuguesa.
Cancelados espectáculos do Festival de Música
O
Instituto Cultural (IC) anunciou ontem o cancelamento dos espectáculos e
actividades agendados para Outubro no âmbito do Festival Internacional de
Música de Macau, tendo em conta que vários artistas não poderão deslocar-se ao
território devido à situação epidémica. “A realização de algumas actividades de
extensão do Festival na comunidade será considerada quando as condições a
permitam”, indicou o IC. Catarina Pereira – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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