Os
emigrantes cabo-verdianos enviaram para o arquipélago uma média superior a 715
mil euros de remessas por dia no primeiro trimestre de 2022, um crescimento de
32,8% face ao ano anterior, conforme dados compilados pela Lusa.
De
acordo com dados de um relatório estatístico deste mês do Banco de Cabo Verde
(BCV), de janeiro a março de 2022 as remessas enviadas pelos emigrantes
cabo-verdianos cresceram para mais de 7216 milhões de escudos (65,8 milhões de
euros), face aos quase 5432 milhões de escudos (49,5 milhões de euros) no mesmo
período do ano passado.
A
população de Cabo Verde ronda os 500 mil habitantes, mas o Governo estimou
recentemente que mais de um milhão e meio de cabo-verdianos vivem na Europa e
Estados Unidos da América (EUA), estando o sistema financeiro do arquipélago
dependente das remessas desses emigrantes.
Nos
primeiros três meses do ano, os emigrantes cabo-verdianos nos EUA voltaram a
liderar no envio destas remessas para Cabo Verde, com um total superior a 2440
milhões de escudos (22,2 milhões de euros), seguidos dos que vivem em Portugal,
com mais de 1962 milhões de escudos (17,9 milhões de euros).
As
remessas enviadas pelos emigrantes cabo-verdianos para o arquipélago já tinham
aumentado 22,1% em todo o ano de 2021, para um recorde superior a 25833 milhões
de escudos (232 milhões de euros), segundo dados anteriores do banco central.
O
resultado de 2021 foi impulsionado pelo desempenho em dezembro, com divisas
equivalentes a 2799,8 milhões de escudos (25,1 milhões de euros) enviadas pelos
emigrantes num único mês.
Em
todo o ano de 2020, os emigrantes cabo-verdianos enviaram remessas no valor de
mais de 21142 milhões de escudos (190 milhões de euros), que foi então um novo
recorde, aumentando praticamente 3,5% face ao ano anterior.
Entre
o total de remessas em divisas enviadas em 2021 lideraram, tal como no ano
anterior, as provenientes dos emigrantes cabo-verdianos nos EUA e em Portugal,
que totalizaram, respetivamente, 8596 milhões de escudos (77,2 milhões de
euros) e quase 6749 milhões de escudos (60,6 milhões de euros).
A
Lusa noticiou anteriormente que as remessas enviadas pelos emigrantes
cabo-verdianos em Portugal caíram quase 14% em 2020, sendo ultrapassadas pelas
provenientes de França e dos Estados Unidos da América.
O
Primeiro-Ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, reconheceu no final
de 2020, no Parlamento, a importância para a economia nacional das remessas
enviadas pelos emigrantes, que continuavam a crescer e representam já 11,3% do
Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano.
“As
contribuições das remessas dos emigrantes têm sido importantes ao longo da
história de Cabo Verde. São importantes para as famílias, para o financiamento
da economia cabo-verdiana e também demonstra que a confiança tem aumentado,
mesmo no período da pandemia”, afirmou.
O
governante explicou que as remessas valiam 10,6% do PIB, em média, na
legislatura de 2012 a 2015, mas que subiram para 11,3% no período de 2016 a
2019. In “LusoJornal” – França com “Lusa”
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