Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 13 de julho de 2022

Moçambique - Prossegue com iniciativa local para consolidar a paz

A iniciativa com o apoio da União Europeia chega a 14 distritos das províncias centrais de Sofala, Manica e Tete. As atividades incluem reforço da inclusão e ação coletiva na definição e seleção de infraestruturas e serviços públicos essenciais


Moçambique segue no primeiro ano do Programa Desenvolvimento Local para a Consolidação da Paz, com a sigla Delpaz. A iniciativa lançada em outubro passado tem o apoio da União Europeia e faz parte da implementação do Acordo de Maputo.

O entendimento oficialmente conhecido como Acordo de Maputo para a Paz e Reconciliação Nacional foi assinado pelo governo e pelo partido Renamo na oposição, em 2019. As negociações entre as autoridades e o antigo movimento armado seguiram-se ao conflito armado que durou décadas.

Processo de Paz

O programa de desarmamento, desmobilização e reintegração, DDR, envolve o enviado pessoal do secretário-geral das Nações Unidas para Moçambique, Mirko Manzoni, e o Secretariado de Apoio ao Processo de Paz.

Mas é sob a liderança do Governo de Moçambique com a parceria da Agência Austríaca de Desenvolvimento, da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento e do Fundo de Desenvolvimento de Capital da ONU, que o Delpaz promove oportunidades de desenvolvimento económico local.

Entre os beneficiários estão comunidades antes afetadas por conflitos em 14 distritos das províncias centrais de Sofala, Manica e Tete. Um deles é Benjamim, ex-combatente da Renamo que sonha em voltar a trabalhar no seu campo agrícola, no distrito de Cheringoma, em Sofala.

Tal como outros ex-combatentes residentes na região moçambicana, ele tem a expectativa de cultivar os seus próprios vegetais, além de semear milho, feijão e mandioca, e possivelmente criar galinhas e cabras.

Segurança

Benjamim foi um dos milhares de ex-combatentes da Renamo que participou no processo de desarmamento, desmobilização e reintegração. Este instrumento do Acordo de Maputo visava garantir a superação das décadas de conflito e insegurança, e unir as comunidades.

Entre os novos conhecimentos adquiridos por Benjamim estão novas capacidades aprendidas com membros da comunidade de onde ele partiu há mais de 20 anos.

Ele disse que desde o momento em que a reintegração na comunidade e na sociedade iniciou, a sensação é de alívio. A felicidade é pelo retorno na comunidade, mas também por não ter havido problemas onde foi “recebido como um irmão.”

O Chefe do Posto Administrativo de Nhamaze, no Distrito da Gorongosa, Galício António destaca a importância da reconciliação, do retorno de ex-combatentes e da retoma da produção. Os beneficiários educam os seus filhos, integram-se na vida social e participam na comunidade.

Benefício

Na iniciativa, a ONU apoia as autoridades no reforço da inclusão de vozes locais em exercícios de planeamento e orçamento, como uma base sólida para se promover a paz duradoura, a reconciliação nacional e o desenvolvimento sustentável.

Como parte do programa, as autoridades regionais levam em conta as necessidades locais na definição e seleção de infraestruturas e serviços públicos essenciais. As ações são prestadas pelos próprios distritos às suas comunidades, de forma a promover o desenvolvimento local sustentável e a adaptação às alterações climáticas.

No apoio a ex-combatentes e comunidades afetadas por conflitos que desejam construir uma vida nova e produtiva em benefício local e das suas famílias, a ONU reitera a parceria para criar “um futuro melhor para Moçambique”.

Benjamim partilha a sua felicidade e da comunidade destacando que a paz deve continuar. ONU News – Nações Unidas


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