A iniciativa com o apoio da União Europeia chega a 14 distritos das províncias centrais de Sofala, Manica e Tete. As atividades incluem reforço da inclusão e ação coletiva na definição e seleção de infraestruturas e serviços públicos essenciais
Moçambique
segue no primeiro ano do Programa Desenvolvimento Local para a Consolidação da
Paz, com a sigla Delpaz. A iniciativa lançada em outubro passado tem o apoio da
União Europeia e faz parte da implementação do Acordo de Maputo.
O
entendimento oficialmente conhecido como Acordo de Maputo para a Paz e
Reconciliação Nacional foi assinado pelo governo e pelo partido Renamo na
oposição, em 2019. As negociações entre as autoridades e o antigo movimento
armado seguiram-se ao conflito armado que durou décadas.
Processo de Paz
O
programa de desarmamento, desmobilização e reintegração, DDR, envolve o enviado
pessoal do secretário-geral das Nações Unidas para Moçambique, Mirko Manzoni, e
o Secretariado de Apoio ao Processo de Paz.
Mas
é sob a liderança do Governo de Moçambique com a parceria da Agência Austríaca
de Desenvolvimento, da Agência Italiana de Cooperação para o Desenvolvimento e
do Fundo de Desenvolvimento de Capital da ONU, que o Delpaz promove
oportunidades de desenvolvimento económico local.
Entre
os beneficiários estão comunidades antes afetadas por conflitos em 14 distritos
das províncias centrais de Sofala, Manica e Tete. Um deles é Benjamim,
ex-combatente da Renamo que sonha em voltar a trabalhar no seu campo agrícola,
no distrito de Cheringoma, em Sofala.
Tal
como outros ex-combatentes residentes na região moçambicana, ele tem a
expectativa de cultivar os seus próprios vegetais, além de semear milho, feijão
e mandioca, e possivelmente criar galinhas e cabras.
Segurança
Benjamim
foi um dos milhares de ex-combatentes da Renamo que participou no processo de
desarmamento, desmobilização e reintegração. Este instrumento do Acordo de
Maputo visava garantir a superação das décadas de conflito e insegurança, e
unir as comunidades.
Entre
os novos conhecimentos adquiridos por Benjamim estão novas capacidades
aprendidas com membros da comunidade de onde ele partiu há mais de 20 anos.
Ele disse que desde o momento em que a reintegração na comunidade e na sociedade iniciou, a sensação é de alívio. A felicidade é pelo retorno na comunidade, mas também por não ter havido problemas onde foi “recebido como um irmão.”
O Chefe
do Posto Administrativo de Nhamaze, no Distrito da Gorongosa, Galício António
destaca a importância da reconciliação, do retorno de ex-combatentes e da
retoma da produção. Os beneficiários educam os seus filhos, integram-se na vida
social e participam na comunidade.
Benefício
Na
iniciativa, a ONU apoia as autoridades no reforço da inclusão de vozes locais
em exercícios de planeamento e orçamento, como uma base sólida para se promover
a paz duradoura, a reconciliação nacional e o desenvolvimento sustentável.
Como
parte do programa, as autoridades regionais levam em conta as necessidades
locais na definição e seleção de infraestruturas e serviços públicos
essenciais. As ações são prestadas pelos próprios distritos às suas
comunidades, de forma a promover o desenvolvimento local sustentável e a
adaptação às alterações climáticas.
No
apoio a ex-combatentes e comunidades afetadas por conflitos que desejam
construir uma vida nova e produtiva em benefício local e das suas famílias, a
ONU reitera a parceria para criar “um futuro melhor para Moçambique”.
Benjamim
partilha a sua felicidade e da comunidade destacando que a paz deve continuar. ONU
News – Nações Unidas
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