O pró-reitor da Universidade da Cidade de Macau, Ip Kuai Peng, assegurou que Macau deve aproveitar plenamente as suas vantagens para promover o desenvolvimento comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O também presidente do Instituto para a Investigação sobre os Países de Língua Portuguesa da mesma universidade espera que a cooperação possa incentivar mais financiamento na exploração em actividades relacionadas com a energia verde e a indústria médica
A
RAEM deve desfrutar das suas vantagens de localização geográfica e
multilinguismo para aprofundar o desenvolvimento comercial entre a China e os
Países Lusófonos, nomeadamente na vertente de cooperação em energia verde e na
indústria da medicina, defendeu o pró-reitor da Universidade da Cidade de
Macau, Ip Kuai Peng, numa palestra online sobre a relação comercial
luso-chinesa em Guangdong.
O
professor asseverou que Macau, enquanto plataforma sino-lusófona, precisa de
tirar pleno partido das políticas favoráveis para proporcionar facilidade e
comodidade aos empreendedores, especialmente às Pequenas e Médias Empresas
relacionadas, incentivando mais empresas locais a utilizar o Fundo de
Cooperação para o Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa para
explorar o mercado nos países lusófonos.
“Ao
fortalecer o contacto entre as empresas e as instituições de Macau e dos Países
de Língua Portuguesa, por meio do financiamento de negócios e injecção de
capitais, Macau pode cultivar novas vertentes de crescimento económico e
comercial nas áreas de energia verde, sector médico e de cuidados de saúde”,
afirmou Ip Kuai Peng.
No
que diz respeito a energias limpas, recorde-se que a RAEM tem realizado, desde
2008, o evento anual do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental
(MIECF), ajudando a promover as novas oportunidades de negócio das empresas
locais, do interior da China e dos Países de Língua Portuguesa. Já na edição do
ano passado, mais de 400 empresas do interior da China, Brasil, Portugal, Hong
Kong e Macau apresentaram mais de 700 produtos e serviços de tecnologias
biodegradáveis e de gestão e tratamento de resíduos.
A
referida palestra acerca da cooperação empresarial luso-chinesa foi realizada
na passada quarta-feira, com organização do Ministério da Educação da República
Popular da China e da Universidade de Estudos Estrangeiros de Guangdong.
Na
ocasião, Ip Kuai Peng destacou que as redes comerciais internacionais e o
multiculturalismo de Macau podem levar a cabo o acesso das actividades
comerciais luso-chinesas no mercado da União Europeia, da América Latina e de
África, de forma a promover a iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e elevar o nível
de cooperação em negócios e investimento com os países de língua portuguesa,
acelerando a “dupla circulação” do País em nível nacional e internacional.
“Aliado
às vantagens das empresas nacionais e aos objectivos do desenvolvimento e
construção dos países de língua portuguesa africanos, as empresas do Continente
devem tomar a iniciativa de liderar ou acompanhar as empresas de Macau para
avançar nos investimentos, financiamentos, licitações, transferências de
técnicas, e participar nos projectos de construção de infraestruturas desses
países lusófonos, em prol do desenvolvimento económico e da melhoria da vida
dos cidadãos de todas as partes”, sugeriu o académico.
O
também presidente do Instituto para a Investigação sobre os Países de Língua
Portuguesa da Universidade da Cidade de Macau salientou na palestra que, com o
apoio do Governo Central, Macau desempenha o seu papel para construir uma
plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de
língua portuguesa e para aprofundar a relação entre as partes.
“No
ano passado, o volume do comércio entre a China e os países lusófonos aumentou
cerca de 20 vezes em relação ao início do estabelecimento do Fórum de Macau. O
montante de investimento directo fora da categoria de finanças marcou um
crescimento de 50 vezes. Dado que o campo de cooperação económica, comercial e
de investimento são mais amplos, a função de Macau enquanto plataforma sino-lusófona
e ponte de ligação foi ainda mais consolidado”, adiantou.
Além
disso, Ip Kuai Peng considera importante que Macau se concentre no reforço das
funções da plataforma sobre os serviços financeiros prestados a empresas do
interior da China e dos países lusófonos, contribuindo para o fluxo de capital.
Na perspectiva do mesmo professor, tendo em conta a promulgação do Projecto
Geral de Construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau
em Hengqin, a RAEM deve esforçar-se no desenvolvimento direccionado de negócios
financeiros modernos, fazendo progresso nos serviços da liquidação em renminbi
e atraindo recursos financeiros internacionais de alta qualidade. Catarina
Chan – Macau in “Ponto Final”
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