Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 15 de julho de 2022

Macau - Académico pede mais cooperação comercial luso-chinesa na energia verde e medicina

O pró-reitor da Universidade da Cidade de Macau, Ip Kuai Peng, assegurou que Macau deve aproveitar plenamente as suas vantagens para promover o desenvolvimento comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. O também presidente do Instituto para a Investigação sobre os Países de Língua Portuguesa da mesma universidade espera que a cooperação possa incentivar mais financiamento na exploração em actividades relacionadas com a energia verde e a indústria médica

A RAEM deve desfrutar das suas vantagens de localização geográfica e multilinguismo para aprofundar o desenvolvimento comercial entre a China e os Países Lusófonos, nomeadamente na vertente de cooperação em energia verde e na indústria da medicina, defendeu o pró-reitor da Universidade da Cidade de Macau, Ip Kuai Peng, numa palestra online sobre a relação comercial luso-chinesa em Guangdong.

O professor asseverou que Macau, enquanto plataforma sino-lusófona, precisa de tirar pleno partido das políticas favoráveis para proporcionar facilidade e comodidade aos empreendedores, especialmente às Pequenas e Médias Empresas relacionadas, incentivando mais empresas locais a utilizar o Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa para explorar o mercado nos países lusófonos.

“Ao fortalecer o contacto entre as empresas e as instituições de Macau e dos Países de Língua Portuguesa, por meio do financiamento de negócios e injecção de capitais, Macau pode cultivar novas vertentes de crescimento económico e comercial nas áreas de energia verde, sector médico e de cuidados de saúde”, afirmou Ip Kuai Peng.

No que diz respeito a energias limpas, recorde-se que a RAEM tem realizado, desde 2008, o evento anual do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental (MIECF), ajudando a promover as novas oportunidades de negócio das empresas locais, do interior da China e dos Países de Língua Portuguesa. Já na edição do ano passado, mais de 400 empresas do interior da China, Brasil, Portugal, Hong Kong e Macau apresentaram mais de 700 produtos e serviços de tecnologias biodegradáveis e de gestão e tratamento de resíduos.

A referida palestra acerca da cooperação empresarial luso-chinesa foi realizada na passada quarta-feira, com organização do Ministério da Educação da República Popular da China e da Universidade de Estudos Estrangeiros de Guangdong.

Na ocasião, Ip Kuai Peng destacou que as redes comerciais internacionais e o multiculturalismo de Macau podem levar a cabo o acesso das actividades comerciais luso-chinesas no mercado da União Europeia, da América Latina e de África, de forma a promover a iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ e elevar o nível de cooperação em negócios e investimento com os países de língua portuguesa, acelerando a “dupla circulação” do País em nível nacional e internacional.

“Aliado às vantagens das empresas nacionais e aos objectivos do desenvolvimento e construção dos países de língua portuguesa africanos, as empresas do Continente devem tomar a iniciativa de liderar ou acompanhar as empresas de Macau para avançar nos investimentos, financiamentos, licitações, transferências de técnicas, e participar nos projectos de construção de infraestruturas desses países lusófonos, em prol do desenvolvimento económico e da melhoria da vida dos cidadãos de todas as partes”, sugeriu o académico.

O também presidente do Instituto para a Investigação sobre os Países de Língua Portuguesa da Universidade da Cidade de Macau salientou na palestra que, com o apoio do Governo Central, Macau desempenha o seu papel para construir uma plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa e para aprofundar a relação entre as partes.

“No ano passado, o volume do comércio entre a China e os países lusófonos aumentou cerca de 20 vezes em relação ao início do estabelecimento do Fórum de Macau. O montante de investimento directo fora da categoria de finanças marcou um crescimento de 50 vezes. Dado que o campo de cooperação económica, comercial e de investimento são mais amplos, a função de Macau enquanto plataforma sino-lusófona e ponte de ligação foi ainda mais consolidado”, adiantou.

Além disso, Ip Kuai Peng considera importante que Macau se concentre no reforço das funções da plataforma sobre os serviços financeiros prestados a empresas do interior da China e dos países lusófonos, contribuindo para o fluxo de capital. Na perspectiva do mesmo professor, tendo em conta a promulgação do Projecto Geral de Construção da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, a RAEM deve esforçar-se no desenvolvimento direccionado de negócios financeiros modernos, fazendo progresso nos serviços da liquidação em renminbi e atraindo recursos financeiros internacionais de alta qualidade. Catarina Chan – Macau in “Ponto Final”

 

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