A União Europeia e Portugal assinaram uma adenda que prolonga até 2023 um programa de reforço do controlo das finanças públicas em Timor-Leste e que vai abranger novas áreas, incluindo aprovisionamento de terras e propriedade
A
adenda visa estender a “parceria para a melhoria da Prestação de Serviços
através da Gestão e Supervisão das Finanças Públicas reforçada em Timor-Leste”
(PFMO), cuja implementação foi condicionada nos últimos anos pela pandemia da
covid-19. Em causa está a execução de 42% do orçamento total do programa,
avaliado em 12,6 milhões de euros, e que vai agora ser prolongado até 31 de
Agosto de 2023.
“Ainda
assim, foi possível, num esforço de recuperação, atingir uma execução
financeira de aproximadamente 58%, a que corresponderam mais de 20000 horas de
formação, a um universo de 3293 formandos dos diferentes parceiros do projeto”,
referiu Cristina Isabel Faustino, adida para a cooperação da Embaixada de
Portugal em Díli, na cerimónia de assinatura.
A
extensão, é referido num comunicado conjunto da UE e da cooperação portuguesa,
“resulta da necessidade de concluir as ações previstas no período inicial de
implementação e executar novas atividades entretanto solicitadas pelo Governo
de Timor-Leste”.
Cristina
Isabel Faustino explicou na cerimónia que, em concreto, o PFMO apoiará o
Ministério da Justiça “no levantamento e identificação dos sistemas de gestão
das Terras e Propriedades e Serviços de Registos e Notariado” e o Ministério
das Finanças “na coordenação de doadores e gestão das relações e ações com os
parceiros de desenvolvimento e na capacitação da Comissão Nacional de
Aprovisionamentos, no quadro da revisão da legislação de Contratação Pública em
Timor-Leste, nos procedimentos relativos aos aprovisionamentos e contratos
públicos”.
Intervindo
na cerimónia, o embaixador da União Europeia em Díli, Andrew Jacobs, recordou
que a par do PFMO, a UE tem vindo a dar outros apoios ao fortalecimento da
Gestão e do Controlo das Finanças Públicas em Timor-Leste.
Entre
as iniciativas contam-se o Projeto PACED, de Apoio à Consolidação do Estado de
Direito nos Países Africanos de Língua oficial Portuguesa e Timor-Leste,
implementado igualmente pelo instituto Camões, bem como o Projeto de Reforço
das Competências Técnicas e Funcionais das Instituições Superiores de Controlo,
Parlamentos Nacionais e Sociedade Civil (PALOP-TL ISC), implementado pelo PNUD.
A
pandemia, disse Jacobs, causou condicionalismos à implementação do PFMO,
inicialmente previsto para um período de 54 meses, com “limitações sérias à
realização de diversas ações de capacitação, levando ao seu adiamento ou
suspensão, em especial as ações dos programas de capacitação de média e longa
duração”.
A
equipa do PFMO vai até meados do próximo ano avançar em atividades como o apoio
à instalação do Tribunal Superior Administrativo Fiscal e de Contas, e do
Tribunal Administrativo e Fiscal, de acordo com a proposta da nova Lei de
Organização Judiciária.
A
formação de juízes, pessoal dirigente e técnico das instituições parceiras, bem
como de Auditores, e o apoio em capacitação a várias instituições timorenses
fazem ainda parte da agenda de trabalho.
Financiado
pela UE e pelo Camões-Instituto de Cooperação e da Língua e implementado pela
instituição portuguesa, o programa PFMO é uma parceria que visa reforçar a
gestão e supervisão das finanças públicas.
Durante
a cerimónia de ontem, que decorreu no auditório do Ministério da Justiça em
Díli, foram também entregues vários servidores seguros à PCIC, equipamento “que
contribuirá para um salto qualitativo no desenvolvimento de programas de
cibersegurança e de combate ao cibercrime e particularmente direcionados para
as suas necessidades operacionais”.
O
apoio insere-se num programa mais vasto de reforço da capacitação da PCIC e dos
seus investigadores quanto às suas competências, designadamente nas áreas da
informação e da cooperação policial internacional, do Laboratório de Polícia
Científica e da investigação da criminalidade económica e financeira, crime informático
e branqueamento de capitais.
“A
PCIC, podemos dizer, é hoje uma entidade central na investigação da
criminalidade económica e financeira, dos crimes de suborno, denegação de
justiça, falsificação de documentos, falsificação de moeda, branqueamento de
capitais e fraude fiscal”, disse Jacobs. “O equipamento agora entregue,
constituído por ‘hardware’ e ‘software’ de elevada capacidade técnica,
permitirá um salto qualitativo no desenvolvimento de programas de
cibersegurança e de combate ao cibercrime, entre outros”, disse.
O
equipamento, no valor de cerca de 200 mil euros, envolveu o apoio de vários
parceiros, em particular a Polícia Judiciária portuguesa, que apoiou na
preparação e agora acompanhará a instalação dos servidores. In “Ponto
Final” – Macau com “Lusa”
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