A embaixadora da União Europeia na Guiné-Bissau, Sónia Neto, defendeu que o país tem potencial para servir de exemplo da paz na sub-região africana devido à sua singularidade e resiliência do povo na preservação da diversidade étnica
A
diplomata portuguesa falava no ato de lançamento do Observatório da Paz, que
vai funcionar nos próximos 39 meses com o patrocínio da União Europeia, sob a
coordenação de um consórcio constituído entre a Liga Guineense dos Direitos
Humanos e a organização não-governamental portuguesa Instituto Marquês de Valle
Flôr.
O
Observatório da Paz, sob o título genérico em crioulo ‘No Cudji Paz’
(‘Escolhemos a Paz’) vai funcionar como instância de identificação e prevenção
de fenómenos sociais que possam colocar em causa a paz, através de comportamentos
ou sinais de radicalização e extremismo violento.
Sónia
Neto notou que a Guiné-Bissau apresenta características singulares de um povo
“que merece toda a admiração e respeito” dada à forma como preserva a sua identidade
mesmo perante a sua diversidade étnica e religiosa.
“Esta
é a vossa maior riqueza, a qual não deve ser alvo de divisões”, afirmou a
diplomata, dirigindo-se a uma plateia constituída por chefes das diferentes
confissões religiosas, forças de defesa e segurança, funcionários estatais e
elementos das organizações da sociedade civil. A cerimónia, presidida pelo
secretário de Estado da presidência do Conselho de Ministros guineenses,
Florentino Dias, contou também com a presença de elementos da comunidade
internacional baseados em Bissau.
“Somente
juntos podemos prevenir o fenómeno da radicalização e do extremismo violento em
prol de um bem maior, bem comum, a proteção do povo da Guiné-Bissau”, observou
Sónia Neto.
A
representante da União Europeia na Guiné-Bissau defendeu ainda que a
preservação da paz é mais importante agora que o país “tem responsabilidades
acrescidas” a partir do momento em que o chefe de Estado guineense, Umaro
Sissoco Embaló, preside à conferência de líderes da Comunidade Económica de
Estados da África Ocidental (CEDEAO), somadas com os desafios internos, disse.
O
Observatório lançado em Bissau vai ao encontro da estratégia da União Europeia
para enfrentar as ameaças à paz a nível mundial, particularmente na região
africana do Sahel, notou Sónia Neto, exemplificando os quatro pilares dessa
estratégia: Prevenir, Proteger, Perseguir e Responder.
Na
lógica do respeito pelos direitos humanos, a embaixadora da União Europeia na
Guiné-Bissau apontou o Observatório da Paz como um instrumento que pode servir
para a materialização da estratégia de prevenção. In “Milénio
Stadium” - Canadá
Sem comentários:
Enviar um comentário