Diplomatas lusófonos querem e vêem potencial para aumentar a presença dos Países de Língua Portuguesa em Macau. Alexandre Leitão, Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, e Danilo Henriques, Secretário-Adjunto do Fórum de Macau, discutiram as oportunidades na Grande Baía, a partir da RAEM
Alexandre
Leitão, Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, e Danilo Henriques,
Secretário-Adjunto do Fórum Macau, foram os convidados que fecharam o ciclo de
debates do Plataforma Talks, que de 27 a 30 de maio, foram realizados na
Fundação Rui Cunha. À margem da sessão Internacionalizar Macau: Redes
Diplomáticas, os oradores falaram com o nosso jornal, expressando a sua vontade
de colaborar mais com Macau para trazer empresas, pessoas e produtos da
Lusofonia.
Nesse
sentido, o Cônsul-Geral sublinhou a importância de Portugal utilizar melhor a
sua presença histórica e cultural na Região. “Portugal deve aproveitar mais
Macau. Temos uma convicção de que as trocas comerciais, as parcerias
empresariais e os investimentos cruzados estão aquém do nível desejável.”
Alexandre Leitão considerou não haver razão para as exportações portuguesas não
serem maiores, e indicou existir um grande potencial inexplorado. “Não nos
conformamos; Portugal tem aqui uma presença histórica, uma comunidade grande e
uma gastronomia macaense com fortíssima inspiração portuguesa. Portanto, não
faz sentido que não consigamos exportar mais para cá e atrair mais
investimento.”
O
responsável também destacou as ações do Consulado, em colaboração com a AICEP,
para promover Portugal na região. “O Consulado faz variadíssimas coisas com a
AICEP todos os dias, desde ações promocionais até à emissão de vistos de forma
rápida. Todos os dias empreendemos, sentamo-nos com pessoas, não fazemos muita
publicidade disso porque a diplomacia é, por definição, discreta”, explica.
Danilo
Henriques, que assumiu as suas funções como Secretário-Adjunto do Fórum de
Macau em março de 2023, destacou a importância de coordenar atividades e
melhorar a ligação com as embaixadas dos países lusófonos. “Os primeiros
objetivos foram a realização da Conferência Ministerial e a boa coordenação com
os embaixadores sobre os próximos passos. Estamos a programar e agendar visitas
para os países lusófonos que não realizamos há muito tempo devido à Covid-19,”
diz.
Henriques
afirma que há vontade de Pequim e da RAEM para utilizar o Fórum de Macau como
uma plataforma de cooperação, e o aumento das áreas em que essa cooperação pode
ter lugar. “Cada vez vemos mais áreas de cooperação, como a economia azul, a
economia digital e a segurança alimentar, que são assuntos críticos para vários
países”, afirma. Henriques mencionou também a necessidade de maior
flexibilidade e transparência no Fundo de Cooperação e Desenvolvimento
China-Países de Língua Portuguesa, destacando uma recente abertura positiva
nesse sentido. Nelson Moura - Macau In “Plataforma”
Sem comentários:
Enviar um comentário