Quem fornece os números e se queixa é o Sindicato dos
Professores das Comunidades Lusíadas (SPCL) em comunicado enviado ao Bom Dia
que será entregue ao Presidente da República, de visita aos portugueses na
Suíça no âmbito das comemorações do 10 de Junho
A
comunidade portuguesa na Suíça é a terceira maior no continente europeu, com
cerca de 255 mil portugueses residentes e entradas anuais de cidadãos
portugueses nesse país que ultrapassam os sete mil, segundo o SPCL. Os
nascimentos de crianças de nacionalidade portuguesa na Suíça atingem
aproximadamente o número de 13 mil por ano, afirma ainda o sindicato que afirma
não entender por que razão para os pequenos portugueses da Suíça o ensino
extra-horário seja o mais comum.
“A
Suíça é, a par da Alemanha, um dos países onde predomina o ensino
extra-horário, denominado de ensino paralelo”, lamenta o sindicato, salientando
que 98% dos alunos portugueses estão sujeitos a esse regime
Atualmente
o número de alunos que frequentam os cursos de português pouco ultrapassa os
sete mil, uma fortíssima redução se compararmos com os números de há dez anos
atrás em que eram cerca de 14 mil. O SPCL tem uma explicação: “esta fortíssima
redução (…) é devida ao pagamento obrigatório, à notória falta de qualidade de
ensino com alunos de 4 e 5 níveis de escolaridade diferentes e com diferentes
níveis de conhecimentos do Português lecionados conjuntamente em grupos letivos
num único dia na semana”.
E
o sindicato apresenta outro tipo de números. Segundo os dados que apresenta,
após a introdução da propina no ensino de português, o Instituto Camões auferiu
dos alunos portugueses na Suíça uma quantia de cerca de 1 milhão de euros por
ano. O SPCL afirma que também anualmente
os portugueses na Suíça enviam para Portugal remessas monetárias na ordem dos
1052 milhões de euros.
Tal
como o número de alunos o número de professores também tem sofrido forte
redução na Suíça. “Em 2006/2007 exerciam no país 144 docentes, em 2015/16
apenas 83 e atualmente existem apenas 65 horários completos, de 22 horas
letivas semanais, e 7 horários incompletos, apenas com 10 e 11 horas”, pode
ler-se no comunicado do SPCL, assinado pela sua secretária-geral Maria Teresa
Nóbrega Duarte Soares.
Como
em todos os outros países do Ensino de Português no Ensino, as condições de
trabalho dos docentes na Suíça “deixam fortemente a desejar e têm vindo a
deteriorar-se progressivamente nos últimos anos”, segundo o sindicato, o que se
deverá a “turmas cada vez mais heterogéneas e grandes distâncias a cobrir
semanalmente pelos professores para a lecionação dos vários cursos”.
Por fim, os professores
queixam-se das remunerações e de atualizações lentas, mas consideram que os
docentes da Suíça sofrem ainda por não estarem na zona euro. Assim, a Direção
do SPCL reinvindica o “pagamento imediato dos montantes devidos à atualização
dos índices, assim como negociação com os representantes sindicais, que não tem
lugar desde 2019, para atualização de vencimentos, revisão do Regime Jurídico
do EPE, descongelamento e posicionamento dos docentes do EPE nos concursos
nacionais”. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo
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