A Universidade do Porto destaca-se nos dois principais indicadores de avaliação da edição 2025 do prestigiado "QS World University Ranking"
A
Universidade do Porto é a 206.ª universidade do mundo com melhor reputação
académica e a 205.ª com maior impacto na comunidade científica. Quem o diz é a
mais recente edição do QS World University Ranking (QSWUR),
considerado um dos mais completos e reputados “barómetros” do ensino superior a
nível internacional.
Publicado
pela Quacquarelli Symonds (QS), o QSWUR 2025 destaca 1503
instituições de 106 países, cuja avaliação obedeceu a nove indicadores: a
reputação académica (30%), o ratio de citações por docente/investigador (20%),
a reputação entre empregadores (15%), a empregabilidade (5%), o ratio entre
corpo docente e estudantes (10%), os estudantes internacionais (5%), os
docentes internacionais (5%), a investigação realizada em colaboração
internacional (5%) e a sustentabilidade (5%).
Analisando
a prestação da Universidade do Porto, o grande destaque vai para a forte subida
naqueles que são os dois indicadores com maior peso (50%) no ranking QS: a
“Reputação Académica” (medida com base nas respostas a inquéritos de mais de
150000 académicos) e as “Citações por docente/investigador” (correspondente ao
número médio de citações por docente/investigador).
Para
além dos dois indicadores referidos, há outros dois em que a U.Porto regista
subidas relevantes: a “Empregabilidade” (sobe quase 150 lugares, até à 327.ª
posição) e os “Estudantes internacionais” (é agora 543.ª).
“Estes
dois indicadores funcionam como uma imagem de marca da instituição, sobretudo o
da empregabilidade”, destaca o Reitor da U.Porto, António Sousa Pereira. E
acrescenta: “Se alguma coisa distingue esta universidade é a sua estreita
ligação com a sociedade, com os atores institucionais e com o tecido
empresarial nacional e internacional”.
O
Reitor chama igualmente a atenção para o crescente cosmopolitismo da academia
portuense: “A internacionalização dos estudantes foi um processo que podia ter
começado mais cedo, mas agora está todos os anos a aumentar de ritmo: a
proporção de estudantes internacionais em ciclos de estudo de doutoramento é
34%, de mestrado é 21%, de mestrado integrado é 12% e de licenciatura é 11%, o
que é bastante relevante”.
A
melhor posição da Universidade regista-se, contudo, no domínio da investigação
realizada em colaboração internacional (77.ª a nível mundial), um dos
indicadores mais recentes – a par da “Sustentabilidade” – na avaliação da QS.
“Um resultado notável”
Combinando
todos os indicadores avaliados, a U.Porto surge na 278.ª posição a nível
mundial, descendo 25 lugares face à edição anterior. A Universidade regista,
ainda assim, a terceira melhor classificação de sempre no QSWUR, desde
que se estreou naquele ranking, em 2010.
Numa
reação a este resultado, António de Sousa Pereira nota que a Universidade
“mantém-se competitiva entre as melhores do mundo, apesar de ter perdido este
ano a liderança no país para a Universidade de Lisboa com uma pequena diferença
de lugares”.
“É
um resultado notável para qualquer uma das instituições, devido ao
subfinanciamento a que as universidades públicas portuguesas estão sujeitas de
há anos a esta parte: é muito difícil jogar na ‘I Liga universitária’ à escala
planetária com as condições existentes em Portugal”, alerta.
O
indicador que mais penaliza a classificação da U.Porto é o da
“Sustentabilidade” (desce de 167.º para 298.º), uma consequência, segundo o
Reitor, do “subfinanciamento e da falta de investimento no ensino superior em
Portugal”.
“Só
com investimento pesado é que será possível reconverter edifícios e implementar
obras de eficiência energética”, afirma, lembrando que “sem um impulso do
Governo, nomeadamente no destino a dar a verbas europeias, será muito difícil
melhorar neste indicador”.
António
Sousa Pereira sublinha que, apesar da descida de alguns lugares – de 253º para
278º – a U.Porto “subiu em todos os parâmetros especificamente académicos e
científicos”.
“Nos
indicadores mais importantes, e que têm diretamente a ver com a qualidade do
ensino e da investigação, o Porto subiu”, afirma. E remata: “São também estes
os itens que decorrem de fatores mensuráveis, objetivos, e não de avaliações
subjetivas por parte dos autores do índice, como é o caso do item
‘Sustentabilidade’”, que tanto penalizou a U.Porto nesta avaliação.
EUA e Reino Unido dominam. EUGLOH na linha da frente
A
nível global, o QS World University Ranking 2025 é liderado – pelo 13.º
ano consecutivo – pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT). A grande
novidade é a subida do Imperial College London, que salta quatro lugares para a
segunda posição, ultrapassando a Universidade de Oxford (Reino Unido). A Universidade
de Harvard (EUA) e a Universidade de Cambridge (Reino Unido) fecham o “top 5”.
A
Swiss ETH Zurich (Suiça) é a universidade mais bem posicionada (7.ª) da Europa
Continental, enquanto que a Universidad de Buenos Aires (Argentina) lidera na
América Latina (71.ª). A Universidade Nacional de Singapura é a universidade
asiática com melhor desempenho (8.ª).
Nota
também para o bom desempenho das universidades que integram, juntamente com a
U.Porto, a European University Alliance for Global Health (EUGLOH).
O destaque vai para a presença da LMU Munique (Alemanha), da Universidade
Paris-Saclay (França) e da Universidade de Lund (Suécia) entre as 100 melhores
do mundo, ocupando as posições 59, 73 e 75, respetivamente.
Seguem-se
a Universidade de Hamburgo (Alemanha), no 191.º lugar, a Universidade de Szeged
(Hungria), no 570.º, a Universidade de Alcalá (Espanha) e a Universidade de
Tromsø – A Universidade Árctica da Noruega (UiT), ambas entre as 621-630
melhores, e a Universidade de Novi Sad (Sérvia), no grupo das 1001-1200
melhores.
Recorde-se
que, em abril passado, a U.Porto surgia igualmente entre as melhores do mundo
em 28 das áreas de estudo avaliadas na última edição do QS World University
Rankings by Subject, um outro ranking da QS que classifica o desempenho das
instituições por áreas do saber. Universidade do Porto - Portugal
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