Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 19 de junho de 2024

O “Pátria”: 100 anos desde a primeira viagem aérea entre Portugal e Macau

Uma exposição itinerante, a apresentação do livro “De Portugal a Macau, a Viagem do Pátria”, conferências e o descerramento de uma placa comemorativa serão as actividades em homenagem ao centenário da primeira viagem aérea entre Portugal e Macau, que acontece amanhã, dia 20 de Junho, às 16h45, no Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong. O evento está inserido nas comemorações do “Junho, Mês de Portugal na RAEM” e estende-se ao Clube Lusitano em Hong Kong


Para celebrar o centenário da viagem aérea entre Portugal e Macau, o Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong receberá amanhã, dia 20 de Junho, uma comitiva composta por elementos do Município de Odemira, Universidade do Porto e Força Aérea Portuguesa, chefiada pela Comissão Organizadora do evento, que trazem consigo uma série de actividades.

As mesas de conferências darão início às 16h45, no Auditório Dr. Stanley Ho, seguidas pela apresentação do livro “De Portugal a Macau – A Viagem do Pátria”, de Sarmento Beires. Também será inaugurada a exposição itinerante “Portugal Na Aventura de Voar”, que reconstitui a história da viagem aérea inaugural entre Portugal e Macau. Além disso, será realizado o descerramento de uma placa evocativa do centenário, que contará com a presença da neta de Brito Paes, um dos afamados aviadores envolvidos na travessia. O mesmo programa será reproduzido no Clube Lusitano, em Hong Kong, a partir das 18h30.

A iniciativa faz parte das comemorações do “Junho – Mês de Portugal na RAEM”, e o projecto é realizado em parceria com a Fundação Oriente e o Club Lusitano de Hong Kong, com o patrocínio do Consulado Geral de Portugal em Macau e Hong Kong e do Instituto Português do Oriente. O programa das comemorações estende-se até Setembro.

A comissão organizadora também destacou o envolvimento do Município de Odemira, que em 2024 uniu-se à Força Aérea Portuguesa e à Universidade do Porto para assinalar a comemoração do centenário da primeira viagem aérea entre Portugal e Macau, iniciada em Vila Nova de Milfontes, em 1924.

A saga do “Pátria”

O Primeiro Centenário da Independência do Brasil foi celebrado com a primeira travessia aérea do Atlântico Sul, onde Sacadura Cabral e Gago Coutinho, a bordo do “Lusitânia”, realizaram mais uma façanha exploratória portuguesa, carregada de simbologia e perícia.

Em 1924, Portugal voltou a fazer história na aviação, ao realizar com sucesso o primeiro voo entre Portugal e Macau. A bordo do avião “Pátria”, entre o dia 7 de Abril e 20 de Junho, três aviadores portugueses, Brito Paes, Sarmento de Beires e Manuel Gouveia, completaram um percurso de mais de 13 000 quilómetros, que havia sido considerado impossível de ser realizado.

A imprensa portuguesa e estrangeira acompanhava de perto essa aventura, admirada com a fragilidade dos recursos técnicos utilizados pelos aviadores portugueses, em comparação ao material de ponta da aviação estrangeira. No entanto, o povo português não se impressionou com as dificuldades e mobilizou-se para apoiar a viagem, organizando várias actividades para arrecadar os fundos necessários.

O raide foi uma experiência única para os três aviadores, que sonhavam ligar Portugal a um dos seus pontos mais distantes, Macau. Além disso, foi um ensaio para o objectivo maior de dar a volta ao mundo de avião, um sonho da aviação da época.

O avião escolhido foi um Breguet XVI, um antigo bombardeiro nocturno de guerra, que transportava até 550kg de carga. Após completarem dois terços do percurso, o avião sofreu um acidente ao aterrar de emergência na Índia, devido a uma tempestade, e teve de ser substituído por outro avião usado, mais uma vez, comprado com fundos arrecadados pelo povo português.

Após o sucesso do raide, os aviadores foram recebidos como heróis pelas comunidades portuguesas em Macau, Hong Kong e Xangai, e regressaram a Portugal, desta vez pelo mar, com paragens em várias comunidades portuguesas na América. Em Lisboa, os três aviadores heróis foram recebidos com festa e condecorados com a Ordem de Torre Espada de Valor, Lealdade e Mérito pelo Presidente da República. Elói Carvalho – Macau in “Ponto Final”


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