No próximo ano lectivo, o Jardim de Infância D. José da Costa Nunes terá menos crianças, uma quebra de cerca de 10% para cerca de 230, segundo indicou a directora do estabelecimento ao Jornal Tribuna de Macau. Felizbina Gomes adiantou também que a escola vai perder três educadoras, que saem por vontade própria, e que actualmente está a decorrer o processo de recrutamento de docentes que virão de Portugal. Segundo disse, não consegue garantir que as duas estejam em Macau a tempo do início do novo ano lectivo, ao contrário do que acontece com o terapeuta da fala
O
Jardim de Infância D. José da Costa Nunes vai ter menos crianças no próximo ano
lectivo e vai perder três educadoras, que saem do estabelecimento por vontade
própria. Actualmente, está a decorrer o processo de recrutamento de duas
professoras em Portugal, revelou ao Jornal Tribuna de Macau a directora do
estabelecimento de ensino, Felizbina Gomes, que disse não poder garantir que as
duas educadoras cheguem a tempo do início do ano lectivo 2024/2025.
“Estamos
em processo de recrutamento, as educadoras vêm de Portugal”, começou por dizer
Felizbina Gomes, para depois acrescentar: “Não consigo garantir [que cheguem a
tempo], porque estamos na fase inicial e tem muito a ver com a apreciação do
processo quer por parte dos Serviços para os Assuntos Laborais, quer dos
Serviços de Educação, que têm de avaliar as habilitações dos colegas”.
Questionada
sobre se houve algum atraso no início do processo de recrutamento, a directora
do Costa Nunes disse que na preparação dos recursos humanos para o próximo ano
lectivo é preciso ter dois aspectos em conta. “Primeiro, tem a ver com as
inscrições, que estavam ainda a decorrer no final de Abril, portanto, o número
de turmas, que vamos rever, e com a renovação dos contratos dos colegas”,
explicou.
Felizbina
Gomes disse, ainda assim, ter a expectativa de que o Costa Nunes “possa mesmo
contratar as colegas de Portugal o mais rápido possível”. Nesta fase, estão
ainda a ser analisados os documentos e informações das colegas e posteriormente
o jardim de infância irá contactar com os diferentes departamentos
governamentais.
A
directora revelou ainda ao JTM que já está concluído o processo de recrutamento
de um terapeuta da fala, também em Portugal. “Muito provavelmente, se tudo
correr bem, deve chegar a tempo do início do ano lectivo”, vincou. O Costa
Nunes está apenas com terapeutas da fala por destacamento, através do Governo
de Macau sendo que, em Fevereiro, Felizbina Gomes tinha dito à Lusa que era
difícil contratar estes profissionais.
12 turmas, 230 crianças
Se
no ano passado o número de alunos no jardim de infância de matriz portuguesa se
manteve, apesar das quebras na taxa de natalidade, no novo ano o cenário será
bem diferente. “No próximo ano lectivo vamos ter à volta de 230 crianças. São
menos do que no ano anterior”, constatou Felizbina Gomes. Actualmente, o Costa
Nunes conta com 255 alunos, o que se traduzirá numa quebra de cerca de 9,8%.
“Vamos reduzir uma turma, uma sala de K1”, acrescentou, ou seja, haverá menos
crianças de três anos a entrar para o primeiro nível do jardim de infância. A
escola contará, assim, com 12 turmas, face às 13 existentes actualmente.
Felizbina
Gomes notou que a tendência está relacionada com a da taxa de natalidade em
Macau. No cômputo geral de 2023, Macau registou uma quebra expressiva na
natalidade, com o número de nados-vivos a cair 14,5% para 3712. E no primeiro
trimestre deste ano, o número de bebés nascidos no território voltou a sofrer
um declínio de dois dígitos (-10,9%).
Tendo
em conta o cenário, Felizbina Gomes considera que o Costa Nunes “tem de ser
mais divulgado junto da população”, um trabalho que, segundo disse, está a ser
feito.
Sobre
a língua materna das crianças que ingressam no jardim de infância, a directora,
que trabalhou na Escola Luso-Chinesa da Flora, tendo uma experiência de mais de
20 anos, disse que só no início do ano lectivo será feito o levantamento.
Felizbina
Gomes diz estar “confiante” em relação ao próximo ano lectivo, apontando que
não há grandes novidade e que tudo se manterá como actualmente. “Estamos a
andar devagarinho, mas bem”, frisou.
Mas
antes de começar a escola em Setembro, há ainda actividades de férias – não só
para as crianças que frequentam o jardim de infância. “Estamos abertos a
crianças que não estão no Costa Nunes e que não tenham o português como língua
materna, desde que haja vagas”, afirmou, acrescentando que, para este Verão, as
inscrições já estão preenchidas.
As
actividades de férias vão decorrer em dois períodos de uma semana e meia,
sempre da parte da manhã, mais ou menos até ao final do mês de Julho. “Fazemos
actividades de Língua Portuguesa, desportivas e culturais”, indicou Felizbina
Gomes, que está à frente da única instituição do território com ensino
pré-escolar exclusivamente em língua portuguesa desde Setembro de 2022. Catarina
Pereira – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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