Brasil e Angola são os países lusófonos mais cotados no índice chinês para a construção de infraestruturas a nível mundial, de acordo com um relatório divulgado em Macau
Com
a excepção da Guiné Equatorial, os outros sete Estados da Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa (CPLP) melhoraram a pontuação no ‘ranking’ de 2024 do
Índice de Desenvolvimento de Infraestruturas “Uma Faixa, Uma Rota”.
No
‘ranking’ liderado pela Arábia Saudita, Indonésia e Vietname, o Brasil (5.º) é
o país lusófono com a melhor pontuação. Segue-se, entre os países da CPLP,
Angola (20.º), Moçambique (38.º), Portugal e Guiné Equatorial (ambos no 54.º
lugar), Cabo Verde (69.º), Timor-Leste (70.º), São Tomé e Príncipe e
Guiné-Bissau (ambos no 73.º).
O
índice avalia o ambiente, a procura, a recetividade e os custos para o
desenvolvimento de infraestruturas em 84 países. Quanto mais alta for a
pontuação, melhor será a perspetiva da indústria de infraestruturas de um país
e maior será o grau de atratividade para as empresas se empenharem no
investimento, construção e operações nesta área naqueles territórios.
Portugal
e Guiné Equatorial são, entre os países lusófonos, na perspectiva do relatório
chinês, aqueles com a melhor pontuação no subíndice de desenvolvimento
relacionado com os custos, operacionais e de financiamento.
O
documento destacou “a série de reformas implementadas pelo Governo português
para melhorar o ambiente de negócios” e a aprovação, em dezembro, do Programa
Nacional de Investimentos até 2030 como fatores que deram “um novo impulso” às
infraestruturas.
Brasil
é o que mais se destaca nos subíndices da procura, que junta fatores como
procura e mercado potencial, e da recetividade local e entusiasmo de curto
prazo no investimento de infraestruturas, calculado, por exemplo, com base no
valor dos novos contratos. Já Moçambique lidera entre os lusófonos no subíndice
associado ao ambiente, que agrega fatores políticos, económicos, soberania,
fatores de impacto no mercado, bem como os cenários empresariais e industriais.
O
relatório assinalou “uma subida moderada” nos custos de construção nos mercados
de língua portuguesa e alertou para os “consideráveis obstáculos” que os países
enfrentam no “desenvolvimento sustentável de infraestruturas de elevada
qualidade”.
O
documento foi apresentado no 15.º Fórum Internacional sobre o Investimento e
Construção de Infraestruturas, que está a decorrer em Macau, reunindo
representantes de mais de 70 países e regiões.
Ministro angolano apela ao investimento privado chinês no
sector de energia
O
ministro da Energia e Águas de Angola, João Baptista Borges, apelou em Macau ao
investimento privado chinês na geração e fornecimento de eletricidade no país
africano. Durante uma sessão do 15.º Fórum Internacional sobre o Investimento e
Construção de Infraestruturas, a decorrer em Macau, o governante descreveu como
“imprescindível a participação do investimento chinês em Angola”.
De
acordo com dados oficiais, Angola atingiu em 2023 uma capacidade instalada de 6200
megawatts (MW), um crescimento de 60% sobre os 2400 MW que o país gerava em
2015. Mas “o investimento na geração de energia em Angola é ainda
predominantemente público”, admitiu Borges.
Em
10 de Maio, o presidente da Associação Angolana de Energias Renováveis, Vítor
Fontes, disse que apenas 25 MW da atual capacidade instalada resultam de
investimento privado e apontou o actual preço da tarifa de energia como
demasiado baixo para atrair investidores.
João
Baptista Borges recordou ontem que o Plano de Acção do Setor de Energia
2023-2027 de Angola prevê atingir uma capacidade instalada de geração de nove
mil MW até 2027, assim como uma taxa de eletrificação de 50% do país.
Em
10 de Maio, o secretário de Estado para a Energia de Angola, Arlindo Bota,
estimou que seja necessário investir cerca de 12 mil milhões de dólares para
atingir esta taxa de electrificação.
As
instituições financeiras e o sector privado são “chamadas a desempenhar um
importante papel na concretização deste objetivo”, acrescentou João Baptista
Borges.
O
ministro descreveu o scetor da energia como “uma oportunidade de interesse
comum para o financiamento de projetos de investimento chinês direto”,
nomeadamente através de parcerias público-privadas e entre empresas de Angola e
da China. Borges defendeu que a geração de energia em Angola é “uma
oportunidade de mercado face ao potencial industrial do país, a sua integração
económica regional, bem como o seu potencial interno de consumo”.
O
governante destacou a assinatura de um acordo bilateral de proteção recíproca
de investimentos entre Angola e a China, durante a visita a Pequim do
Presidente angolano, João Lourenço, em março. O chefe de Estado disse na altura
que conseguiu também, junto dos bancos estatais chineses EximBank e ICBC,
prolongar o prazo para desembolso do financiamento da construção da barragem
hidroeléctrica de Caculo Cabaça, no centro-norte do país. In “Ponto
Final” – Macau com “Lusa”
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