Projeto coordenado pela docente e investigadora Raquel
Gonçalves (i3S/ICBAS) vai receber 53 mil euros da Fundação Alexander von
Humboldtser
O
projeto «IVDD-RESIDE», que resulta de uma colaboração entre a investigadora
Raquel Gonçalves, do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da
Universidade do Porto (i3S), e o Instituto de Investigação Ortopédica e
Biomecânica, em Ulm, na Alemanha, foi financiado pela Fundação Alexander von Humboldt com
53 mil euros. O objetivo do projeto é encontrar novos alvos terapêuticos para a
degeneração do disco intervertebral, principal causa da dor lombar.
A
degeneração do disco intervertebral é uma condição progressiva de desgaste dos
discos intervertebrais que atuam como amortecedores entre as vértebras da
coluna. Essa degeneração envolve alterações do número e tipo de células e a
perda progressiva de flexibilidade e elasticidade dos discos intervertebrais.
“Trata-se
de um problema clínico com grande impacto social e económico, já que é
predominante na população adulta ativa, é líder em termos de número de anos
vividos com incapacidade física e é a principal causa de reabilitação em todo o
mundo. As soluções terapêuticas atuais são habitualmente conservadoras, ou em
casos mais graves, a cirurgia é a única opção, embora a degeneração não seja
reversível», esclarece Raquel Gonçalves.
Neste
projeto, explica a investigadora do grupo «Biofabrication» do i3S e Professora
Auxiliar do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), “vamos
estudar uma população especifica de células residentes no disco intervertebral,
nomeadamente a sua assinatura celular e molecular e a sua função na cascata de
degeneração da patologia do disco intervertebral”.
A
equipa, acrescenta, pretende ainda “avaliar o potencial terapêutico de
vesículas extracelulares (EVs) derivadas de células estaminais/estromais
mesenquimatosas (MSC) nesta população de células do disco intervertebral”.
Raquel
Gonçalves espera que esta investigação possa “contribuir para o avanço do
conhecimento de terapias de base celular, mas sem células, o que é atualmente
uma tendência da área das terapias baseadas em MSC, devido ao elevado potencial
terapêutico das moléculas produzidas por estas células e à maior facilidade de
translação dos produtos que não contém células vivas”.
Este
projeto surge na sequência de uma bolsa da fundação Humboldt conquistada por
Raquel Gonçalves em 2017 e do trabalho desenvolvido desde 2011 em parceria com
o Instituto de Investigação Ortopédica e Biomecânica, em Ulm, na área do disco
intervertebral.
Desta
parceria resultaram colaborações em quatro projetos internacionais, uma tese de
doutoramento em co-supervisão e oito artigos em co-autoria. Este novo projeto
conjunto, acrescenta a investigadora, “reforça a ligação entre os dois
institutos e contribui para formar novos estudantes no desenvolvimento de novas
terapias imunomodulatórias para a dor lombar”. Universidade do Porto -
Portugal
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