Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 12 de junho de 2024

Angola - Memorial Dr. António Agostinho Neto lança três números da “Gazeta dos Kandengues”

O Memorial Dr. António Agostinho Neto lançou nas suas instalações, em Luanda, três números inaugurais da revista “Gazeta dos Kandengues”, respectivamente infantil, infanto-juvenil e juvenil


De periodicidade semestral, as gazetas são destinadas a todos os públicos, em especial a crianças e jovens, através das quais terão contacto com a vida e obra do Primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto.

Segundo o director-adjunto do Memorial Dr. António Agostinho Neto, Francisco Makiesse, a concretização do lançamento destas gazetas vão fazer toda a diferença porque elas compreendem uma faixa muito importante, que são as crianças.

"Estas gazetas vão servir de ferramenta na construção da personalidade das crianças. Para além do histórico do Presidente Agostinho Neto, aqui teremos também um espaço que promove a função social das expressões proverbiais e outras manifestações da tradição oral”, justificou.

Para despertar a curiosidade das crianças à volta da vida e obra de Agostinho Neto, a gazeta infantil, que traz como título "Um dia memorável em Kaxicane”, começa com a seguinte pergunta: "Sabias que Agostinho Neto fazia parte de uma grande família?”. Para além deste conto que gira em torno do local de nascimento de Agostinho Neto, a gazeta traz também um espaço que privilegia os tradicionais contadores de história, um grande método de ensino às crianças sobre os valores intrínsecos da angolanidade africana.

"As histórias serão contadas por vários narradores, dentre estes funcionários do Memorial, sempre na base da matriz cultural angolana. É uma forma de fomentar o gosto e o hábito pela tradição oral através de contos que compreendem o exercício da tradição africana. Hoje, raras são as vezes em que as crianças se sentam à volta de um mais velho para ouvir histórias”, explicou.

Em termos de temas, Francisco Makiesse garantiu que as gazetas vão trazer histórias que ajudam a criança a desenvolver valores como a reciprocidade do amor, da amizade, patrióticos e a inclusão e importância da família na sociedade.

No número infanto-juvenil, traz na capa a seguinte frase de Agostinho Neto: "(…) e os filhos dos nossos filhos, de mãos dadas orgulhar-se-ão de nós”. Esta publicação ensina o leitor sobre alguns símbolos patrióticos.

Por sua vez, no número juvenil, para além do histórico da vida e obra do Presidente Agostinho Neto, o leitor terá um retrato sobre a funcionalidade do Memorial Dr. António Agostinho Neto, desde a disposição e função dos espaços como os adereços. Esta publicação traz na capa a seguinte frase: "Hoje, a África parece um corpo inerte, onde cada abutre vem debicar o seu pedaço”, frase proferida na 15ª Cimeira de Chefes de Estado Africanos, em 1978, no Sudão.

Memória do dia 12 de Junho de 1957

Francisco Makiesse revelou que a data do lançamento das gazetas foi escolhida propositadamente para recordar um momento especial vivido por António Agostinho Neto, ainda enquanto estudante, em Portugal. Trata-se do dia 12 de Junho de 1957, dia em que foi lida a sentença e consequente soltura da detenção ilegal de que foi alvo, no Tribunal Plenário Criminal da cidade do Porto.  O caso que ficou conhecido como "Julgamento dos 51”, afecto a apoiantes do Movimento de Unidade Democrática (MUD-Juvenil) dentre os quais o Presidente Agostinho Neto, teve como causa os protestos dos jovens das colónias portuguesas africanas opostos ao regime salazarista. Agostinho Neto ficou detido desde 10 de Dezembro de 1956 a 12 de Junho de 1957.

"Estas três gazetas serão lançadas hoje para celebrar uma data importante, porque raras são as pessoas que se recordam deste dia 12 de Junho, por simbolizar um acto de liberdade do Dr. António Agostinho Neto. O primeiro Presidente de Angola colocou as suas competências enquanto ser humano à disposição dos mais nobres ideais. Pensamos que toda essa heroicidade de Agostinho Neto não pode ficar limitada às comemorações da sua data de aniversário ou morte”, defendeu. Matadi Makola – Angola in “Jornal de Angola”


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