O Memorial Dr. António Agostinho Neto lançou nas suas instalações, em Luanda, três números inaugurais da revista “Gazeta dos Kandengues”, respectivamente infantil, infanto-juvenil e juvenil
De
periodicidade semestral, as gazetas são destinadas a todos os públicos, em
especial a crianças e jovens, através das quais terão contacto com a vida e
obra do Primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto.
Segundo
o director-adjunto do Memorial Dr. António Agostinho Neto, Francisco Makiesse,
a concretização do lançamento destas gazetas vão fazer toda a diferença porque
elas compreendem uma faixa muito importante, que são as crianças.
"Estas
gazetas vão servir de ferramenta na construção da personalidade das crianças.
Para além do histórico do Presidente Agostinho Neto, aqui teremos também um
espaço que promove a função social das expressões proverbiais e outras
manifestações da tradição oral”, justificou.
Para
despertar a curiosidade das crianças à volta da vida e obra de Agostinho Neto,
a gazeta infantil, que traz como título "Um dia memorável em Kaxicane”,
começa com a seguinte pergunta: "Sabias que Agostinho Neto fazia parte de
uma grande família?”. Para além deste conto que gira em torno do local de
nascimento de Agostinho Neto, a gazeta traz também um espaço que privilegia os
tradicionais contadores de história, um grande método de ensino às crianças
sobre os valores intrínsecos da angolanidade africana.
"As
histórias serão contadas por vários narradores, dentre estes funcionários do
Memorial, sempre na base da matriz cultural angolana. É uma forma de fomentar o
gosto e o hábito pela tradição oral através de contos que compreendem o
exercício da tradição africana. Hoje, raras são as vezes em que as crianças se
sentam à volta de um mais velho para ouvir histórias”, explicou.
Em
termos de temas, Francisco Makiesse garantiu que as gazetas vão trazer
histórias que ajudam a criança a desenvolver valores como a reciprocidade do
amor, da amizade, patrióticos e a inclusão e importância da família na
sociedade.
No
número infanto-juvenil, traz na capa a seguinte frase de Agostinho Neto:
"(…) e os filhos dos nossos filhos, de mãos dadas orgulhar-se-ão de nós”.
Esta publicação ensina o leitor sobre alguns símbolos patrióticos.
Por
sua vez, no número juvenil, para além do histórico da vida e obra do Presidente
Agostinho Neto, o leitor terá um retrato sobre a funcionalidade do Memorial Dr.
António Agostinho Neto, desde a disposição e função dos espaços como os
adereços. Esta publicação traz na capa a seguinte frase: "Hoje, a África
parece um corpo inerte, onde cada abutre vem debicar o seu pedaço”, frase
proferida na 15ª Cimeira de Chefes de Estado Africanos, em 1978, no Sudão.
Memória do dia 12 de Junho de 1957
Francisco
Makiesse revelou que a data do lançamento das gazetas foi escolhida
propositadamente para recordar um momento especial vivido por António Agostinho
Neto, ainda enquanto estudante, em Portugal. Trata-se do dia 12 de Junho de
1957, dia em que foi lida a sentença e consequente soltura da detenção ilegal
de que foi alvo, no Tribunal Plenário Criminal da cidade do Porto. O caso que ficou conhecido como
"Julgamento dos 51”, afecto a apoiantes do Movimento de Unidade
Democrática (MUD-Juvenil) dentre os quais o Presidente Agostinho Neto, teve
como causa os protestos dos jovens das colónias portuguesas africanas opostos
ao regime salazarista. Agostinho Neto ficou detido desde 10 de Dezembro de 1956
a 12 de Junho de 1957.
"Estas
três gazetas serão lançadas hoje para celebrar uma data importante, porque
raras são as pessoas que se recordam deste dia 12 de Junho, por simbolizar um
acto de liberdade do Dr. António Agostinho Neto. O primeiro Presidente de
Angola colocou as suas competências enquanto ser humano à disposição dos mais
nobres ideais. Pensamos que toda essa heroicidade de Agostinho Neto não pode
ficar limitada às comemorações da sua data de aniversário ou morte”, defendeu. Matadi
Makola – Angola in “Jornal de Angola”
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