O 15.º Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infraestruturas terminou em Macau com a assinatura de 38 acordos, os maiores dos quais envolveram projectos em Angola e Brasil, anunciou um dos organizadores
O
presidente da Associação dos Construtores Civis Internacionais da China disse
que, durante os três dias, o fórum recebeu mais de 3500 convidados de mais de
70 países e regiões de todos os continentes. Numa conferência de imprensa, Fang
Qiuchen acrescentou que os acordos assinados durante o fórum envolvem 22 países
e regiões e um valor total de 13 mil milhões de dólares.
Na
mesma conferência, o presidente do Instituto de Promoção do Comércio e do
Investimento de Macau (IPIM) revelou que “os projetos de maior escala incluem
projetos de infraestruturas em dois países lusófonos, nomeadamente Angola e
Brasil”.
Além
disso, “algumas empresas de construção de Macau assinaram memorandos de
cooperação para a realização de projetos de infraestruturas em Timor-Leste”,
disse Vincent U U Sang.
Numa
resposta escrita, o IPIM disse à Lusa que foram assinados seis acordos
envolvendo países de língua portuguesa, em áreas como fornecimento e
distribuição de electricidade, transporte, portos, produção de materiais
metálicos e infra-estruturas de água potável.
Horas
antes, o ministro das Obras Públicas, Urbanismo e Habitação de Angola, Carlos
dos Santos, disse à Lusa que chegou a acordo com a empresa estatal chinesa
China Road and Bridge Corporation para construir a primeira autoestrada do
país. “Essa autoestrada, que tem cerca de 1400 quilómetros, ligará a parte sul
de Angola com a vizinha Namíbia, até à parte norte de Angola, com a República
Democrática do Congo”, explicou o governante.
O
grupo chinês deverá concluir os estudos até ao “meio ou o final de 2025” e o
ministro previu o início da construção “no final de 2025 ou em 2026”, com as
obras estimadas em 2,5 mil milhões de dólares.
Na
quinta-feira, o ministro da Energia e Águas de Angola disse à televisão pública
de Macau TDM que o país iria assinar acordos com duas empresas estatais
chinesas, a Powerchina e uma subsidiária da China State Grid.
João
Baptista Borges explicou que os memorandos preveem a construção de sistemas de
transmissão de eletricidade para aumentar a taxa de eletrificação no sul de
Angola e para exportar energia para os países vizinhos. Horas antes, o
governante tinha feito um discurso no fórum a apelar ao investimento privado
chinês na geração e fornecimento de electricidade em Angola. Borges defendeu
que este setor é “uma oportunidade de mercado face ao potencial industrial do
país, a sua integração económica regional, bem como o seu potencial interno de
consumo”.
Também
na quinta-feira, o grupo brasileiro de concessão de infraestrutura, transportes
e serviços CCR assinou um acordo com uma empresa chinesa para o projeto de
engenharia da extensão de uma linha de caminhos-de-ferro em São Paulo, no
sudeste do Brasil.
O
director executivo do CCR, Márcio Magalhães Hannas, disse à TDM que a extensão
em 15 quilómetros, estimada em cinco mil milhões de yuan, iria servir mais 85
mil passageiros em cada dia útil.
A
empresa de água engarrafada Timor Macau Agua Nova Unipessoal, Lda assinou
acordos com empresas de Macau e da vizinha zona económica especial de Hengqin
também na quinta-feira.
O
director-geral da empresa, Lao Kam Chio, disse que o investimento inicial será
de dois milhões de dólares, mas que poderá aumentar com a expansão da
cooperação para os mercados dos países africanos de língua portuguesa. In “Ponto
Final” – Macau com “Lusa”
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