O tráfico de drogas aumentou no país entre 2022 e 2023, segundo o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC). Por exemplo, a quantidade de cannabis sativa apreendida aumentou de cerca de 1542 quilogramas para 1850.
De
acordo com SERNIC, as rotas preferenciais para introduzir drogas no país são o
Paquistão e Afeganistão, sendo que as
províncias de Cabo Delgado, Nampula e Zambézia são as portas de entrada.
Inhambane,
referem as autoridades, é, nos últimos tempos, uma das províncias receptoras de
drogas que chegam a Maputo e, depois, são transportadas para a vizinha África do Sul. Nesta rota, as drogas mais
frequentes são heroína, metanfetamina, anfetamina, efedrina, ácido antranílico,
e o seu transporte é feito por via marítima.
Outra
rota apontada pelas autoridades como sendo preferencial dos traficantes é a de
São Paulo, no Brasil, que vai até Etiópia (Adis Abeba), e é introduzida a droga
na Cidade de Maputo, caminho para África do Sul. Neste trajecto, trafica-se com
maior frequência a cocaína.
Quénia-Nampula
é outra rota usada pelos traficantes. Eusébio Nhamussua, do Serviço Nacional de
Investigação Criminal, traz alguns dados que sustentam a introdução de drogas
no país.
“Fizemos
uma apreensão de 1853 quilogramas e 323 gramas contra 1542 quilogramas e 148
gramas do ano 2022. Isto corresponde a um aumento de 311 quilos. No que diz
respeito à heroína, fizemos a apreensão de 600 quilogramas e 94 gramas,
contra 154 quilogramas de 2022. Por
outro lado, fizemos uma apreensão de 78 quilogramas e 58 gramas de cocaína,
contra 36 quilogramas do ano 2022”, explicou a fonte.
Não
são apenas essas drogas que circulam no país. Há também o registo de “mandrax”,
metanfetamina, entre outras. Devido ao consumo de drogas, o Gabinete Central de
Prevenção e Combate à Droga diz terem sido atendidas 13 mil pessoas em 2023.
Os
dados foram apresentados aos jornalistas, num evento que contou também com a
Autoridade Tributária de Moçambique, instituição que apresentou números de
mercadorias contrabandeadas.
Segundo
Felisberto Tinga, o Estado tem sido lesado em milhares de Meticais devido ao
contrabando.
“Durante
o período de Janeiro de 2022 a Dezembro de 2023, tivemos um registo de 1761
apreensões, das quais 426 de contrabando, e depois temos 188 casos de
descaminho”.
Ainda
em conexão com casos de drogas, foram lavradas centenas de processos judiciais
que culminaram com detenções de mais de
900 pessoas. Dessas, 54 são indivíduos estrangeiros, e o SERNIC não avançou as
suas nacionalidades alegando que pode perturbar as investigações em curso. Amândio
Borges – Moçambique in “O País”
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