Bissau – A formação, em particular de docentes de língua portuguesa, será um “elemento fundamental” no próximo Programa Estratégico de Cooperação Portugal-Guiné-Bissau, que começará a ser preparado no próximo ano, anunciou quinta-feira o Governo português.
A
relação bilateral e os projetos de cooperação dos dois países estiveram em
destaque na visita de três dias do secretário de Estado dos Negócios
Estrangeiros de Portugal, Nuno Sampaio, a Bissau, e nos encontros que manteve
com as autoridades guineenses.
No
balanço da visita, que terminou quinta-feira, o secretário de Estado enfatizou
que “um dos grandes desafios” das relações entre os dois Estados é a língua
portuguesa e o reforço da cooperação na formação e, em particular, na formação
de docentes.
“Há
convergência de que a formação vai ser elemento fundamental do reforço dessa
cooperação, temos que ver de que forma a podermos intensificar ainda mais”,
disse aos jornalistas.
O
governante especificou que este aspeto estará em destaque na preparação do
próximo ciclo de apoio de Portugal à Guiné-Bissau, que começará a ser
trabalhado em 2025.
Em
causa está a renovação do Programa Estratégico de Cooperação em vigor desde
2021 e até 2025, com um investimento português de 60 milhões de euros, 85% dos
quais “já foram executados”, de acordo com o secretário de Estado.
Os
dois países elegem a formação como “elemento fundamental” para o futuro e o
secretário de Estado prometeu levar de Bissau para Portugal a questão “para
trabalho de casa”, junto com o presidente do Instituto Camões, que o acompanhou
nesta visita.
Nuno
Sampaio referiu que, na Guiné-Bissau, já “há um trabalho de promoção muito
importante” da língua portuguesa, que constatou numa visita à escola Tchico Té,
com “uma licenciatura em língua portuguesa, mais de quatro centenas de
estudantes a aprender português, um corpo docente de 25 professores” e com a
perspetiva de ministrar em breve um mestrado.
“Mas
temos que fazer muito mais pela língua portuguesa porque os desafios são
enormes”, declarou, considerando que um projeto que pode ser estruturante, e
que ainda está em embrião, é a escola portuguesa da Guiné-Bissau.
“Pode
ser de facto um projeto âncora, estruturante e dar um contributo muito
importante para todo o sistema de ensino da Guiné-Bissau”, afirmou.
O
secretário de Estado referiu, ainda, que, “atualmente, Portugal contribui com
2,5 milhões de euros para acolher bolseiros estudantes da Guiné-Bissau”.
Nuno
Sampaio salientou que “Portugal é o primeiro cooperante com a Guiné-Bissau em
termos bilaterais e a cooperação tem outras dimensões”, além da formação,
nomeadamente na saúde e na defesa, que são para continuar.
O
governante reiterou que Portugal pode ser a ponte entre a União Europeia e
África, especificamente na captação de financiamento por países como a
Guiné-Bissau do novo mecanismo Global Gateway, destinado a reduzir a
disparidade de investimento a nível mundial.
“Há
diversos projetos que podem ser realizados na Guiné-Bissau, mas para isso é
muito importante também que naquilo que é o ambiente dos negócios, a segurança
jurídica, o quadro fiscal, as infraestruturas, que os portos possam receber e
exportar mercadorias, para que se consiga atrair e manter empresas na
Guiné-Bissau”, alertou.
O
secretário de Estado destacou ainda, nesta visita à Guiné-Bissau, o papel das
Organizações Não Governamentais (ONG) portuguesas e de outras nacionalidades
que, no terreno, contribuem para a execução da cooperação. In “Agência
de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau com “Lusa”
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