A semana cultural São Tomé e Príncipe – Angola reúne artistas plásticos, escritores, músicos e produtores de cinema no espaço CACAU em São Tomé. Durante 2 dias (Quarta e Quinta – Feira), santomenses e angolanos celebram através da cultura, os 50 anos da independência do arquipélago.
A
música e a dança da “Tafua” vieram para São Tomé com os escravos angolanos.
Aquecia as noites nas sanzalas das roças, e passou a ser uma manifestação
cultural santomense. O intercâmbio histórico-cultural entre os dois países é
antigo.
«A
fortaleza de um povo e consequentemente de uma nação, subjaz na riqueza e
diversidade da sua cultura. Foi com este espírito que decidimos organizar o
encontro entre santomenses e angolanos», afirmou Fidelino de Jesus Florentino
Peliganga, embaixador de Angola em São Tomé e Príncipe.
O
diplomata que declarou a abertura do evento, acrescentou que a cultura tem
servido como ponte entre «as nossas gentes…para partilhar a vivência da nossa
raiz cultural comum evidente em manifestações como a Tafua aqui exibida e a
Puíta também bem conhecida e muito popular».
Os
laços histórico-culturais entre São Tomé e Príncipe e Angola começaram a ser
tecidos pela colonização portuguesa. Laços que geraram consanguinidade, e muita
cumplicidade. Alda do Espírito Santo matriarca do nacionalismo santomense e
Agostinho Neto nacionalista angolano, em conjunto com outros estudantes das
antigas colónias portuguesas, na Casa do Império em Lisboa – Portugal deram
novo impulso a cumplicidade entre santomenses e angolanos, para a conquista da
independência nacional dos dois países.
«Para
alcançar a autodeterminação, a independência dos nossos países, e sobretudo
para dar cabo e acabar com o fascismo português», frisou Lopito Feijó, poeta
angolano, que participa no intercâmbio cultural em São Tomé.
O
poeta angolano que se sentou ao lado da poetisa santomense Conceição Lima na
abertura do evento, recordou que foi a geração de Alda do Espírito Santo e de
Agostinho Neto a fonte de inspiração dos novos poetas e escritores santomenses
e angolanos, que se despontaram a partir da década de 80 do século XX.
«Toda
aquela geração Alda do Espírito Santo, José Craveirinha, Viriato da Cruz
influenciaram toda a geração dos anos 80, que é a primeira geração de
escritores que surge depois da independência», precisou.
Para
Lopito Feijó, há uma força poética que obriga os escritores santomenses e
angolanos a prosseguirem no aprofundamento das relações históricas.
«A
relação de amizade entre dois poetas refiro-me a Agostinho Neto e Alda do
Espírito Santo. É um ponto importante e de cumplicidade, que prosseguiu até os
últimos dias da “Tia Alda” que acabou de falecer em Angola», pontuou.
“Tia
Alda” é a forma familiar como os angolanos chamam a matriarca do nacionalismo
santomense, autora do hino nacional que proclama a Independência Total de São
Tomé e Príncipe.
O
Ministro da Defesa e Ordem Interna, o Brigadeiro Horácio Sousa, que também
preside a comissão nacional para os festejos dos 50 anos da independência
nacional foi ao púlpito para declarar que a cultura santomense foi moldada ao
longo dos séculos com muitas marcas de Angola. Abel Veiga – São Tomé e
Príncipe in “Téla Nón”
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