Já foram concluídos os trabalhos de renovação do busto de Camões, indicou o Instituto para os Assuntos Municipais ao Jornal Tribuna de Macau, acrescentando que o Instituto Cultural já inspeccionou o local. Recorde-se que a terceira estrofe de “Os Lusíadas” que consta na parte detrás do pedestal onde assenta o busto de Luís Vaz de Camões estava praticamente ilegível
O
Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) indicou que “os trabalhos de
renovação da estátua [de Camões] já foram terminados”. Recorde-se de que a
terceira estrofe de “Os Lusíadas” que consta na parte detrás do pedestal onde
assenta o busto de Luís Vaz de Camões estava praticamente ilegível.
Confrontado
com esta situação em Julho do ano passado, o IAM tinha dito ao JTM que “já
tinha verificado que as inscrições estão a desaparecer” e que estava a
“acompanhar” a situação, tendo acrescentado que seriam realizados trabalhos de
manutenção. Agora, o organismo indicou também ao Jornal Tribuna de Macau que
“já foi feita uma inspecção pelo Instituto Cultural”.
A
estrofe que já estava praticamente incompreensível era a número 81 do Canto VI:
“E ainda, Ninfas minhas, não bastava/ Que tamanhas
misérias me cercassem,/ Senão que aqueles que eu cantando andava/ Tal prémio de
meus versos me tornassem:/ A troco dos descansos que esperava,/ Das capelas de
louro que me honrassem,/ Trabalhos nunca usados me inventaram,/ Com que em tão
duro estado me deitaram”.
Num
artigo de opinião publicado neste jornal no ano passado, o investigador António
Aresta alertou para esta questão, dizendo que a estância precisava de ser
reescrita. “Luís de Camões merece este desvelo, 500 anos depois”, defendeu.
Os
dois primeiros excertos que constam do pedestal em pedra na Gruta de Camões
ainda se conseguiam ler. Dizem respeito à estrofe 95 do Canto VI e à estância
42 do Canto VIII.
O
Jardim de Luís de Camões, um dos mais antigos de Macau, foi criado em meados do
século XVIII. Na Gruta, constituída por três grandes rochedos facetados,
encontra-se então o busto de Camões, da autoria do escultor Manuel Maria
Bordalo Pinheiro.
Diz-se
que, em meados do século XVI, Camões (1524-1580) viveu em Macau durante dois
anos, onde terá terminado, na Gruta que tem hoje o seu nome, a obra “Os
Lusíadas”. “Com o patrocínio de 600 francos de um rico comerciante português de
Macau, Lourenço Marques, genro de Manuel Pereira, a gruta foi renovada em 1849,
sendo aí colocado um busto do poeta. Foi também erigido um pavilhão sobre a
gruta, o qual já não existe. O último restauro da gruta data de 1866 e o busto
do poeta foi refundido em bronze”, pode ler-se na página do património cultural
de Macau. Catarina Pereira – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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