Voos directos entre Macau e Lisboa – foi este o pedido feito por Ip Sio Kai. Segundo o deputado, a inexistência de rotas para a Europa e Países de Língua Portuguesa acaba por comprometer o papel de plataforma do território. Ip Sio Kai apontou que Fevereiro de 2026 será uma boa altura para lançar estas rotas, sugerindo que o Governo dê apoios financeiros numa fase inicial
O
papel de ligação de Macau na rede internacional e entre a China e os Países de
Língua Portuguesa (PLP) fica “comprometido” por não haver voos directos de
médio e longo curso para a Europa e os países lusófonos, defendeu Ip Sio Kai,
no período de antes da ordem do dia, na Assembleia Legislativa. O deputado
pediu voos directos para Lisboa e sugeriu que, inicialmente, o Governo dê
apoios financeiros para a criação deste tipo de rotas.
“Devido
à falta de voos directos para Lisboa, os residentes e os visitantes de Macau
têm de viajar por Hong Kong, Dubai, Istambul, Xangai, etc., o que representa
uma longa viagem de ida, tendo de mudar de aeroporto ou esperar por voos de
ligação, o que torna o tráfego aéreo consideravelmente inconveniente e não
favorece a promoção da normalização das actividades comerciais e empresariais
sino-portuguesas, nem a atracção de mais turistas internacionais”, afirmou.
Ip
Sio Kai notou que a Lei da actividade de aviação civil entrará em vigor em
Fevereiro de 2026, altura em que o mercado da aviação de Macau estará
totalmente aberto, o que, referiu, “contribuirá para aumentar a flexibilidade
de direitos de tráfego aéreo de Macau e para criar condições mais favoráveis ao
desenvolvimento de rotas internacionais de médio e longo curso”.
“Julgo
que a abertura de voos directos entre Macau e Lisboa é a base de uma
plataforma, que serve para ligar, através da companhia aérea portuguesa, o
Brasil e os países de língua portuguesa em África”, afirmou. Para o deputado,
se isso acontecer, “contribuirá para promover ainda mais o comércio, o turismo
e o fluxo de pessoas entre Macau e os países europeus, reforçando a função
substantiva de Macau como elo de ligação ao mundo”.
No
entanto, admitiu que este tipo de rotas de longa distância tem “custos
operacionais elevados” e “desafios”, como o longo período de desenvolvimento
dos clientes. Nesse sentido, propôs que o Governo estude a criação de um
subsídio específico, a ser atribuído faseadamente, para apoiar os “elevados
custos da exploração inicial das rotas aéreas”, por exemplo, as despesas com os
direitos de tráfego, as tarifas do aeroporto, bem como os custos do pessoal e
do combustível.
“Esses
subsídios podem ser atribuídos através de um montante fixo de acordo com o
número de voos ou, mais flexível, através da redução gradual e faseada de um
montante inicialmente atribuído consoante o número de anos de exploração das
rotas, a fim de ajudar as companhias aéreas a reduzir os riscos iniciais e
promover a entrada em funcionamento dessas rotas”, acrescentou.
Ip
Sio Kai também sugeriu que o Executivo “reserve os direitos de tráfego e
implemente o regime de ‘apreciação rápida das principais rotas’ para as rotas
estratégicas de longo curso, simplificando o procedimento de aprovação”, além
de tomar medidas como a redução ou isenção das taxas de embarque e desembarque
e das taxas de utilização dos terminais.
“Ao
mesmo tempo, pode reforçar-se as negociações com as autoridades aeronáuticas de
Portugal, para procurar a flexibilização dos direitos de tráfego entre os dois
lados, e criar-se um mecanismo de cooperação no âmbito das rotas
transfronteiriças, elevando a atractividade da operação de voos com os
referidos destinos através de uma dupla via, legislativa e administrativa”,
prosseguiu.
Sem comentários:
Enviar um comentário