O Encontro Anual de Empresários chineses e lusófonos realizou-se pela primeira vez na Guiné Equatorial, entre 28 e 30 de Julho. Com a participação de mais de 500 representantes e empresários, o evento visou promover a cooperação comercial e industrial entre a China e as empresas locais e potenciar o papel de Macau como plataforma sino-lusófona
O
Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e
os Países de Língua Portuguesa decorreu entre segunda e quarta-feira em Malabo,
a capital da Guiné Equatorial. Sob o tema “A Industrialização Impulsiona o
Desenvolvimento Agrícola”, o evento deste ano resultou na realização de 120
bolsas de contactos e na assinatura de seis protocolos de cooperação,
abrangendo áreas como arbitragem e resolução de disputas, produtos agrícolas,
serviços jurídicos, transportes e tecnologias de informação.
Para
esta edição, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento (IPIM)
organizou uma delegação de cerca de 40 empresários oriundos do interior da
China, de Macau e de Hengqin, envolvidos nos sectores de mercadorias, finanças,
comércio electrónico transfronteiriço, agricultura, ‘big health’, tecnologia
médica, serviços profissionais e turismo. No total, reuniram-se em Malabo mais
de 500 representantes dos governos e do sector empresarial da China e dos
países de língua portuguesa.
Diz
o IPIM que, entre as diversas actividades que marcaram o Encontro de
Empresários, destacaram-se uma exposição de produtos locais, uma sessão de
promoção com o tema “Relações Económicas e Comerciais Bilaterais entre a China
e a Guiné Equatorial” e visitas a granjas e projectos culturais e turísticos.
Sendo este um dos países com maior produção de cacau, um dos principais temas
de interesse relacionou-se com a possibilidade de adquirir grãos de cacau em
bruto directamente de África – e não apenas através de distribuidores do
interior da China, como acontece actualmente.
“Através
das bolsas de contacto, foi-nos possível conhecer diferentes empresas e
inteirar sobre possíveis áreas de cooperação, destacando-se a energia, a
educação e oportunidades de comércio para diferentes produtos”, afirmou Li Jie,
director da Perfeição Companhia, uma empresa de consultoria para investimentos
e ligações comerciais entre a China e os países de língua portuguesa.
“Esperamos poder, através deste evento económico e comercial, compreender o
mercado da Guiné Equatorial e, posteriormente, estabelecer contactos após o
nosso regresso à China”.
Recordando
que a Guiné Equatorial aderiu ao Fórum de Macau em 2022, contribuindo para uma
mais aprofundada parceria entre as duas regiões, o presidente da Câmara de
Comércio da Guiné Equatorial disse esperar que este encontro venha promover
ainda mais “a cooperação económica e empresarial” entre a China e as
comunidades lusófonas.
Em
comunicado, o IPIM acrescenta que as empresas locais puderam neste evento
“perceber as inúmeras oportunidades trazidas pelo desenvolvimento da integração
entre Macau e Hengqin para os investidores internacionais, manifestando
interesse em visitar [as duas regiões] ‘in loco’ para explorar o vasto mercado
chinês através das vantagens da plataforma” sino-lusófona de Macau. O organismo
compromete-se ainda a continuar a “organizar e a participar em actividades
económicas e comerciais, como a ‘2.ª Exposição Económica e Comercial
China-Países de Língua Portuguesa’, que se realizará em Outubro, em Macau”.
O
Encontro de Empresários é uma iniciativa de negociação e cooperação entre
empresas lançada em Macau em 2003, que já contou com 16 edições, mais de 6800
participantes e cerca de 3900 sessões de bolsas de contacto. A próxima edição
será realizada em Moçambique, seguindo o regime rotativo que tem acontecido
desde 2005. Carolina Baltazar – Macau in “Ponto
Final”
Sem comentários:
Enviar um comentário