Entre 20 e 23 de Setembro, a companhia de teatro do Chapitô vem a Macau apresentar mais do que uma experiência teatral. Para além da dramatização da peça “Júlio César”, o grupo vai realizar oficinas de teatro físico e visual onde os participantes poderão aprender técnicas de improviso, criação de personagens e comunicação não-verbal, mais centradas na intuição do que no guião
O
grupo de teatro português Companhia do Chapitô vai apresentar em Macau a peça
“Júlio César” no dia 20 de Setembro, às 20:00, no Centro Cultural de Macau. Nos
dias seguintes, entre 21 e 23 de Setembro, o mesmo grupo coordenará uma série
de oficinas de teatro físico e visual na Casa Garden, destinadas a
participantes com ou sem experiência no teatro.
A
iniciativa conta com o apoio da Somos! – Associação de Comunicação em Língua
Portuguesa (Somos – ACLP), que reafirmou ontem em comunicado de imprensa o seu
“compromisso” com a “promoção da língua e cultura portuguesas” em Macau, ao
proporcionar, mais uma vez, um palco para o “diálogo intercultural e o
desenvolvimento artístico na região”.
O
espectáculo “Júlio César” é o primeiro ponto na programação do grupo artístico,
com estreia prevista para 20 de Setembro, às 20:00, na Black Box I do Centro
Cultural de Macau. Trata-se da 39.ª criação colectiva da companhia portuguesa,
seguindo o tom mordaz, satírico e socialmente consciente, no limbo entre ficção
e realidade, que caracteriza a maioria das peças anteriores. Na página do
Chapitô, pode ler-se que o espectáculo se situa algures “entre a reconstituição
histórica, o documentário e a paródia”, tomando como inspiração a vida de Júlio
César como narrada “pelos grandes contadores de histórias, desde Plutarco a
Shakespeare”.
“Se
era ele um tirano que merecia morrer ou um herói brutalmente assassinado por
conspiradores, venha o Diabo e escolha. Aqui não há heróis nem vilões, há
circunstâncias e gente ardilosa que faz pela vida. Também há gente menos
ardilosa que faz o que lhes mandam. E gente virtuosa que faz o que tem de ser
feito. Arrasamos todos por igual”, contextualiza o grupo de teatro. A Somos –
ACLP prossegue: “Fiéis ao seu estilo de teatro físico, os actores utilizam o
corpo, o movimento e a gestualidade para criar personagens e transmitir emoções
de forma universal, permitindo uma experiência acessível a diferentes
públicos”.
A
peça será apresentada em português e legendada em chinês, com duração
aproximada de 90 minutos. No final da experiência, haverá “sessões de conversa
e debate” entre os artistas e a audiência, de forma a promover “o intercâmbio
cultural directo” e a “troca de ideias e reflexões”. Os bilhetes têm o valor de
200 patacas e já se encontram disponíveis na bilheteira ‘online’
Macauticket.
Por
sua vez, as oficinas de teatro decorrerão nos dias 21, 22 e 23 de Setembro, no
anfiteatro da Casa Garden da Fundação Oriente, com a lotação máxima de 20
participantes. As sessões serão conduzidas em inglês pelos formadores Jorge
Cruz, Pedro Diogo e Susana Nunes, sendo ainda disponibilizada a tradução para
chinês. As inscrições podem ser feitas na página da Somos – ACLP, onde é
possível usufruir de um desconto de 10% até ao final de Julho.
Nestas
sessões, tanto actores como amadores terão a oportunidade de “explorar as
possibilidades de interacção e fusão entre diferentes formas de expressão
artística”, ao aprender a construir narrativas e personagens “de maneira física
e visual” que extrapolam o “texto falado” que consta dos guiões. Pretende-se,
com estas estratégias, reforçar a ideia do teatro como algo físico, improvisado
e cimentado em “técnicas de caracterização, uso do espaço e desenvolvimento de
arquétipos e perfis psicológicos” – conceitos bem assentes nas metodologias e
na visão artística do grupo português.
A
Companhia do Chapitô foi fundada em 1996, contando já com quase 40 criações
originais apresentadas em Portugal e pelo mundo fora e inúmeros prémios e
distinções. A apresentação desta mais recente peça, “Júlio César”, tem o
patrocínio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Governo da RAEM e o apoio
do Instituto Português do Oriente (IPOR) e da Fundação Oriente em Macau. Carolina
Baltazar – Macau in “Ponto Final”
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