Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 8 de julho de 2025

Macau – Companhia portuguesa de teatro traz “Júlio César” e oficinas de teatro à Região

Entre 20 e 23 de Setembro, a companhia de teatro do Chapitô vem a Macau apresentar mais do que uma experiência teatral. Para além da dramatização da peça “Júlio César”, o grupo vai realizar oficinas de teatro físico e visual onde os participantes poderão aprender técnicas de improviso, criação de personagens e comunicação não-verbal, mais centradas na intuição do que no guião


O grupo de teatro português Companhia do Chapitô vai apresentar em Macau a peça “Júlio César” no dia 20 de Setembro, às 20:00, no Centro Cultural de Macau. Nos dias seguintes, entre 21 e 23 de Setembro, o mesmo grupo coordenará uma série de oficinas de teatro físico e visual na Casa Garden, destinadas a participantes com ou sem experiência no teatro.

A iniciativa conta com o apoio da Somos! – Associação de Comunicação em Língua Portuguesa (Somos – ACLP), que reafirmou ontem em comunicado de imprensa o seu “compromisso” com a “promoção da língua e cultura portuguesas” em Macau, ao proporcionar, mais uma vez, um palco para o “diálogo intercultural e o desenvolvimento artístico na região”.

O espectáculo “Júlio César” é o primeiro ponto na programação do grupo artístico, com estreia prevista para 20 de Setembro, às 20:00, na Black Box I do Centro Cultural de Macau. Trata-se da 39.ª criação colectiva da companhia portuguesa, seguindo o tom mordaz, satírico e socialmente consciente, no limbo entre ficção e realidade, que caracteriza a maioria das peças anteriores. Na página do Chapitô, pode ler-se que o espectáculo se situa algures “entre a reconstituição histórica, o documentário e a paródia”, tomando como inspiração a vida de Júlio César como narrada “pelos grandes contadores de histórias, desde Plutarco a Shakespeare”.

“Se era ele um tirano que merecia morrer ou um herói brutalmente assassinado por conspiradores, venha o Diabo e escolha. Aqui não há heróis nem vilões, há circunstâncias e gente ardilosa que faz pela vida. Também há gente menos ardilosa que faz o que lhes mandam. E gente virtuosa que faz o que tem de ser feito. Arrasamos todos por igual”, contextualiza o grupo de teatro. A Somos – ACLP prossegue: “Fiéis ao seu estilo de teatro físico, os actores utilizam o corpo, o movimento e a gestualidade para criar personagens e transmitir emoções de forma universal, permitindo uma experiência acessível a diferentes públicos”.

A peça será apresentada em português e legendada em chinês, com duração aproximada de 90 minutos. No final da experiência, haverá “sessões de conversa e debate” entre os artistas e a audiência, de forma a promover “o intercâmbio cultural directo” e a “troca de ideias e reflexões”. Os bilhetes têm o valor de 200 patacas e já se encontram disponíveis na bilheteira ‘online’ Macauticket.

Por sua vez, as oficinas de teatro decorrerão nos dias 21, 22 e 23 de Setembro, no anfiteatro da Casa Garden da Fundação Oriente, com a lotação máxima de 20 participantes. As sessões serão conduzidas em inglês pelos formadores Jorge Cruz, Pedro Diogo e Susana Nunes, sendo ainda disponibilizada a tradução para chinês. As inscrições podem ser feitas na página da Somos – ACLP, onde é possível usufruir de um desconto de 10% até ao final de Julho.

Nestas sessões, tanto actores como amadores terão a oportunidade de “explorar as possibilidades de interacção e fusão entre diferentes formas de expressão artística”, ao aprender a construir narrativas e personagens “de maneira física e visual” que extrapolam o “texto falado” que consta dos guiões. Pretende-se, com estas estratégias, reforçar a ideia do teatro como algo físico, improvisado e cimentado em “técnicas de caracterização, uso do espaço e desenvolvimento de arquétipos e perfis psicológicos” – conceitos bem assentes nas metodologias e na visão artística do grupo português.

A Companhia do Chapitô foi fundada em 1996, contando já com quase 40 criações originais apresentadas em Portugal e pelo mundo fora e inúmeros prémios e distinções. A apresentação desta mais recente peça, “Júlio César”, tem o patrocínio do Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Governo da RAEM e o apoio do Instituto Português do Oriente (IPOR) e da Fundação Oriente em Macau. Carolina Baltazar – Macau in “Ponto Final”


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