Ip Kuai Peng, vice-reitor da UCM e director do Instituto para a Investigação sobre os Países de Língua Portuguesa, propôs a criação de formações “língua + tecnologia” para “superar as incompatibilidades linguísticas e profissionais na cooperação científica”. Instou ainda Macau a desenvolver “redes de cooperação multidimensionais voltadas para a União Europeia e os países de língua espanhola”
O
vice-reitor da Universidade Cidade de Macau (UCM) e director do Instituto para
a Investigação sobre os Países de Língua Portuguesa, Ip Kuai Peng, destacou o
“potencial” de Macau para promover a cooperação internacional em alta
tecnologia, economia digital e padronização da medicina tradicional chinesa.
Para que a RAEM possa desempenhar de forma plena o seu papel de plataforma,
deixou algumas propostas no âmbito do simpósio sobre “Cooperação Científica
entre a China e os Países de Língua Portuguesa”.
“Para
superar as incompatibilidades linguísticas e profissionais na cooperação
científica, Macau deve promover programas de formação conjuntos para talentos
voltados para ‘língua + tecnologia’ em universidades chinesas, portuguesas e
espanholas”, defendeu, considerando que importa apostar num sistema de formação
multidisciplinar.
Segundo
disse, citado em comunicado, os programas deverão incluir módulos sobre
terminologia de energias renováveis, patentes biomédicas e economia digital.
“Além disso, devem ser estabelecidos mecanismos de intercâmbio académico para
simplificar a educação, os estágios e as oportunidades de emprego, tornando
Macau num centro de talentos científicos na cooperação Sul-Sul”, acrescentou.
Propôs
também o reforço da conectividade económica e comercial e a expansão das redes
de mercado internacionais. “Com base nos fortes laços com os países de língua
portuguesa, Macau deve desenvolver redes de cooperação multidimensionais
voltadas para a União Europeia e os países de língua espanhola”, sublinhou.
Para
o vice-reitor da UCM, “Macau pode servir como uma plataforma para a
correspondência precisa de negócios entre empresas chinesas e de língua
portuguesa”, ao mesmo tempo que apoia as empresas da Grande Baía na exploração
dos mercados lusófonos através de missões comerciais, promoção de investimentos
e exposições internacionais.
Por
fim, sugeriu que Macau aproveite as “vantagens institucionais” e os
laboratórios nacionais da Grande Baía para formar grupos de reflexão
inter-regionais com universidades de renome nos países de língua portuguesa e
espanhola. “Estes esforços devem centrar-se na energia verde, na biomedicina e
na tecnologia digital, a fim de permitir o fluxo transfronteiriço de
tecnologia, colmatar o fosso digital nos países em desenvolvimento e posicionar
a Grande Baía como líder global em ciência e tecnologia para o Sul Global”,
defendeu.
Na
abertura do simpósio, Ip Kuai Peng observou ainda que, à medida que a China
avança no novo paradigma de desenvolvimento através de uma maior abertura,
Macau deve alinhar-se com o seu posicionamento como “Um Centro, Uma Plataforma
e Uma Base”.
Vários
académicos de outras universidades abordaram também as suas perspectivas neste
campo. A professora Marta Filipa Simões, da Universidade de Ciência e
Tecnologia de Macau, apresentou projectos de investigação conjuntos em
micologia e astrobiologia entre a China e os países lusófonos e sugeriu a
expansão da colaboração com instituições científicas em Angola, Brasil, Cabo
Verde, Moçambique e Portugal.
Já
André Antunes, director do Instituto de Ciência e Ambiente da Universidade de
São José, abordou o “papel vital” de Macau como elo de ligação no mundo
lusófono e identificou a cooperação científica como uma área de oportunidades,
particularmente nas ciências da vida, ecologia verde e economia marinha. Já
José Paulo Esperança, vice-reitor da Faculdade de Economia da Universidade de
Macau focou-se nas contribuições da Fundação para a Ciência portuguesa na
facilitação da cooperação internacional, abordando desafios comuns e promovendo
a inovação sustentável. In “Jornal Tribuna de Macau” - Macau
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