O projeto INTERFACESEGURA “Segurança e resiliência ao fogo das zonas de interface urbana-florestal”, liderado pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), vai apresentar esta quinta-feira, 21 de dezembro, uma abordagem inovadora capaz de responder aos desafios futuros das alterações climáticas, no âmbito da temática da segurança e resiliência do ambiente construído face a fogos nas zonas de interface urbana-florestal.
O
evento de disseminação de resultados do projeto e de apresentação desta nova
abordagem terá lugar no Auditório Laginha Serafim, Departamento de Engenharia
Civil (DEC), no Polo II da Universidade de Coimbra, entre as 9h30 e as 13h.
«Ao
longo do projeto desenvolvemos uma abordagem multidisciplinar distinta, uma
Análise Baseada no Desempenho (ABD), versátil e adaptável, capaz de responder
aos desafios que as alterações climáticas possam introduzir, promovendo o
abandono de legislação de caráter prescritivo, atualmente em vigor. A adoção de
uma ABD permite uma análise mais detalhada e baseada em conceitos e princípios
científicos fortes e uma caraterização mais rigorosa dos diferentes cenários de
Interface Urbana-Florestal (IUF) vulnerável, mas também uma análise e
subsequente implementação de medidas mais eficazes e personalizadas para os
múltiplos e complexos cenários de IUF que podemos encontrar no território
nacional», explica Hélder Craveiro, coordenador do projeto e investigador do
DEC.
O
projeto INTERFACESEGURA tem como grande objetivo responder de forma direta aos
graves problemas que surgiram nas últimas décadas por falta de planeamento e
ordenamento do território, com excessiva pressão urbana sobre zonas florestais,
com perímetros urbanos sobredimensionados destituídos de programação pública, o
abandono dos espaços rurais e das atividades primárias que promoveram a
continuidade do combustível (ausência de compartimentação) e o rápido
agravamento das alterações climáticas.
A
abordagem proposta, refere o investigador, «assegura ainda uma maior
capacitação de todos os envolvidos, contribuindo para uma compreensão mais
efetiva de todos os fenómenos físico-químicos envolvidos, nomeadamente ao nível
da compreensão dos fenómenos de propagação dos incêndios florestais na IUF,
pela avaliação do potencial de ignição do ambiente construído, da resistência e
resiliência do ambiente construído, e gestão, valorização e criação de cadeias
de valor associadas à floresta».
De
acordo com Hélder Craveiro, foram avaliados e desenvolvidos modelos numéricos
capazes de reproduzir cenários reais de incêndios na IUF, tendo em consideração
a topografia, meteorologia (vento, humidade, temperatura), o tipo e disposição
da vegetação e o ambiente construído. Deste modo, «é possível avaliar e
quantificar realisticamente o ataque de um cenário de incêndio sobre uma
infraestrutura que, combinado com o Método dos Elementos Finitos (FME), permite
a avaliação do comportamento estrutural do edifício, considerando
explicitamente o comportamento dos materiais em função da temperatura», revela.
«A
continuação da atividade de investigação científica neste tema é imperativa,
adotando os princípios da Engenharia de Segurança contra Incêndios e da Análise
Baseada no Desempenho como ferramenta de base para a mitigação dos impactos
diretos e indiretos nas comunidades, e no ambiente construído quando exposto a
incêndios na Interface Urbana-Florestal», conclui
O
projeto INTERFACESEGURA teve por base a multidisciplinaridade e uma abordagem
holística, combinando áreas como Engenharia, Geografia, Economia e Direito.
Para
participar no evento, que decorre em formato híbrido, deve registar-se aqui e indicar se a participação
será online ou presencial. Universidade de Coimbra - Portugal
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