Dois dos 12 médicos portugueses que se candidataram para virem exercer a profissão para Macau deverão ser contratados, indicaram os Serviços de Saúde. Outros dois médicos ainda necessitam de informações complementares e análises para serem recrutados
Os
Serviços de Saúde vão propor a contratação de dois dos 12 médicos portugueses
que se candidataram para integrar a rede hospitalar do território, disse à Lusa
este departamento governamental.
“Após
a apreciação curricular do Centro Hospitalar Conde de São Januário, é proposta
a contratação de dois médicos especialistas de Medicina Interna”, escreveram os
Serviços de Saúde num email enviado à Lusa na sexta-feira à noite.
A
secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, esteve no final
de Maio em Portugal para abordar a possibilidade do recrutamento de
profissionais portugueses.
Em
Outubro, o director dos Serviços de Saúde, Alvis Lo, referiu que, de um total
de 12 médicos portugueses que se candidataram para trabalhar na região, oito
reuniam os requisitos para integrar a rede de saúde local.
Contudo,
no mês seguinte, admitiu que dos oito pré-seleccionados para trabalharem em
Macau, no novo Hospital das Ilhas, alguns já tinham desistido do processo, de
acordo com a TDM. À margem do programa radiofónico “Fórum” do canal da rádio da
TDM em língua chinesa, o responsável notou que os especialistas invocaram
razões pessoais.
À
Lusa, os Serviços de Saúde vêm agora dizer que, dessas oito candidaturas,
quatro foram submetidas por “portadores de bilhete de identidade de residente
(BIR) de Macau, pelo que necessitam de obter a acreditação antes de preencherem
os requisitos legais para o ingresso na carreira”.
“Quanto
aos restantes quatro, que são portadores de passaporte de Portugal, após a
apreciação curricular do Centro Hospitalar Conde de São Januário, é proposta a
contratação de dois médicos especialistas de Medicina Interna, sendo que os
outros dois ainda necessitam de informações complementares e análises”,
concluiu.
No
final de Novembro, os Serviços de Saúde tinham dito à Lusa que, “de acordo com
a situação dos recursos médicos” no território, as autoridades “continuam a
recrutar os médicos especialistas com qualificações especiais, que estão em
falta em Macau”.
O
novo Hospital Peking Union de Macau vai entrar em funcionamento, “a título
experimental”, no final deste ano, reiterou o Governo em Outubro. Situado no
Cotai, a infraestrutura tem uma área bruta de construção de cerca de 430 mil
metros quadrados e é o maior complexo de cuidados de saúde do território.
O
coordenador do Gabinete Preparatório do Centro Médico de Macau do novo hospital
anunciou, em Setembro, a abertura de concurso para preencher 200 vagas para
médicos, enfermeiros, funcionários técnicos e administrativos. Em declarações à
Ou Mun Tin Toi, Lei Wai Seng não excluiu a contratação de médicos do exterior,
incluindo de Portugal.
Ainda
recentemente, numa interpelação escrita ao Governo, o deputado Che Sai Wang
citou dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), dizendo
que, até 2022, havia 1965 médicos em Macau, ou seja, “2,9 médicos por cada mil
habitantes”.
“Estabelecendo
a comparação com os países desenvolvidos, verifica-se que o número médio de
médicos por cada mil habitantes é de 3,2 a 3,9, portanto existe ainda uma certa
distância. Isto demonstra que o número de médicos em Macau não é suficiente
para satisfazer as necessidades de assistência médica dos residentes”,
salientou.
Em
resposta, Alvis Lo notou que os planos das autoridades apontam para três
médicos por cada mil habitantes em 2025. Quanto aos passos seguintes, o diretor
dos Serviços de Saúde garantiu que “será também intensificada a formação de
pessoal”.
“Tendo
em conta a procura de serviços de especialidade em Macau, os recursos humanos
existentes e os necessários no futuro, será definido o número de vagas para a
formação de médicos especialistas em Macau, e as diversas instituições de
formação iniciarão, em breve, a formação de médicos especialistas, envolvendo
mais de 60 vagas”, lê-se na resposta de Lo. In “Ponto
Final” – Macau com “Lusa”
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