O MareNostrum 5, um supercomputador inaugurado esta quinta-feira em Barcelona, é dos computadores com maior potência da Europa e resultou de um consórcio de que fazem parte Espanha, Portugal e Turquia, tendo sido financiado em 50% pela União Europeia
“As
capacidades e versatilidade deste novo supercomputador serão fundamentais para
dotar a Europa da tecnologia mais avançada no âmbito da supercomputação e
acelerar a capacidade de investigar com inteligência artificial, permitindo
novos avanços científicos que ajudarão a resolver desafios globais”
relacionados com as alterações climáticas ou a medicina, segundo a informação
enviada aos meios de comunicação social pelo Barcelona Supercomputing Center
(BSC), o Centro Nacional de Supercomputação de Espanha.
O
MareNostrum oficialmente inaugurado esta quinta-feira pelo primeiro-ministro de
Espanha, Pedro Sánchez, o quinto de uma geração de supercomputadores instalados
em Barcelona desde 2005, custou 202 milhões de euros e foi em 50% financiado
pela Comissão Europeia.
Os
restantes 50% foram assumidos por Espanha (na sua maioria), Portugal e Turquia,
com a percentagem que coube a cada um dos países a não ser revelada pelo BSC.
A
comparticipação nos custos permitirá a cientistas de cada um dos três países
usar o supercomputador em 50% do seu tempo de funcionamento.
Os
restantes 50% do tempo disponível serão distribuídos pela empresa europeia
criada em 2018 para desenvolver a computação na União Europeia (UE), a EuroHPC,
que abrirá concursos a nível europeu com esse objetivo.
“A
singular arquitetura do MareNostrum 5 foi desenhada para oferecer aos
investigadores a melhor tecnologia disponível para procurar respostas às
grandes perguntas da ciência”, escreveu o BSC na informação que deu aos
jornalistas.
O
novo MareNostrum aumentou, em relação aos anteriores, a potência de cálculo, a
memória do sistema e o número de núcleos que integra, pelo que “ajudará a
solucionar mais problemas e de maior complexidade”.
“Por
exemplo, as simulações de alterações climáticas poderão ter maior resolução”,
diz o BSC, que estima que o MareNostrum 5 venha a ter um papel chave no projeto
Destination Earth, da UE, que tem como objetivo desenvolver uma réplica virtual
completa do planeta Terra que permita prever os efeitos das mudanças no clima e
criar e testar cenários para um desenvolvimento mais sustentável.
Segundo
o BSC, o supercomputador permitirá também estudar “problemas muito mais
complexos de inteligência artificial e de análise de grandes volumes de dados”,
com a possibilidade de serem gerados “modelos de linguagem massivos treinando
redes neuronais muito maiores” do que atualmente ou do reforço da investigação
médica europeia para criar novos medicamentos, desenvolver vacinas ou simular a
propagação de vírus.
Será
também “uma ferramenta crucial para a ciência de materiais e a engenharia”,
segundo o BSC.
Para
dar uma ideia da potência do MareNostrum 5, o BSC compara a capacidade máxima
de cálculo do supercomputador ao de mais de 380 mil computadores portáteis de
gama média-alta. Os cálculos do MareNostrum 5 numa hora são equivalentes aos
que um portátil desses faria em 46 anos.
Quanto
ao armazenamento, o MareNostrum 5 poderia guardar 1280 cópias de todos os
livros catalogados no mundo ao longo de toda a história.
O
supercomputador ocupa 800 metros quadrados num espaço que tem mais de seis
metros de altura e é 23 vezes mais potente do que o predecessor (MareNostrum 4)
e cerca de 10000 vezes mais potente do que o primeiro MareNostrum. In “Bom dia
Europa” - Luxemburgo
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