O Governo criou dia 28 o comissariado consultivo encarregado de definir até maio o programa para as comemorações dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, a cumprir durante um ano, a partir de 10 de junho de 2024.
O
despacho que cria o comissariado para as “Comemorações do V Centenário do
Nascimento de Luís de Camões” foi assinado em conjunto pelo ministro da
Cultura, Pedro Adão e Silva, e pelo secretário de Estado dos Negócios
Estrangeiros e Cooperação, Francisco André, indica o comunicado do Ministério
da Cultura enviado à agência Lusa.
A
proposta de programa, segundo este despacho, “deverá ser apresentada ao Governo
até 20 de maio” próximo, com o início das comemorações a ter início em 10 de
junho, 21 dias mais tarde, prolongando-se por um ano até ao 10 de junho
seguinte, Dia de Camões, de Portugal e das Comunidades de 2025.
A
criação do comissariado consultivo foi determinada em maio de 2021, por
resolução do Conselho de Ministros, estabelecendo a sua composição por
representantes das “entidades responsáveis pela coordenação de diversas
dimensões do programa”, tendo por missão a definição desse programa até final
de 2022, juntamente com a comissária desde então designada, a professora
catedrática Rita Marnoto, da Universidade de Coimbra.
Segundo
o despacho, o comissariado é composto por representantes do Camões Instituto,
nomeadamente pelo investigador Joaquim Coelho Ramos e a diretora de Serviços
Culturais, Cristina Caetano; da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), pela
diretora, Inês Cordeiro, e pela subdiretora-geral, Margarida Lopes; da
Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), através do
subdiretor-geral Bruno Eiras; e pelo diretor-geral das Artes, Américo
Rodrigues.
O
Camões – Instituto de Cooperação e da Língua será a “entidade responsável pela
coordenação da dimensão externa do programa”, a BNP terá “a coordenação da
dimensão interna”, a DGLAB, “a coordenação da dimensão do livro, das
bibliotecas e da leitura”, e a Direção-Geral das Artes coordenará “a dimensão
artística do programa”, como se lê no comunicado do Ministério da Cultura.
No
passado dia 20, em entrevista à agência Lusa, a catedrática Rita Marnoto,
comissária designada para preparar o programa das comemorações, em coordenação
com as estruturas previstas, disse nada existir além da intenção do Governo de
assinalar a data.
A
resolução do Conselho de Ministros de 2021, que determinou a realização das
comemorações, nomeou a comissária e estabeleceu a criação de uma Comissão de
Honra pelo Presidente da República, do comissariado agora criado por despacho
dos ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Cultura, e ainda a criação de
uma estrutura de missão.
O
mesmo diploma definia que o programa deveria ser concluído e proposto ao
Governo até ao final de 2022, e que as comemorações decorreriam entre 12 de
março de 2024 e 10 de junho de 2025.
No
entanto, a catedrática Rita Marnoto, especialista em Literatura, disse então à
Lusa que nenhuma medida tinha sido tomada para a criação dessas estruturas, até
essa altura, condição necessária para o desenvolvimento do projeto e do
programa.
“Estou
na expectativa de que sejam designadas as duas comissões e a estrutura de
missão”, disse Rita Marnoto à Lusa, na semana passada. “A criação das duas
comissões e da estrutura de missão são condição para que a comissária possa
começar a trabalhar, a fazer os seus projetos, a fazer a programação”.
A
resolução de 2021 do Conselho de Ministros sublinhava a importância das
comemorações do quinto centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões
(1524-1580), considerando-a “uma oportunidade única” para pensar o legado de
“um dos maiores vultos da literatura universal […], reconhecido como fundador
de uma ideia de universalidade que hoje nos surge como revolucionária na
escrita, na vocação e no pensamento.” In “Mundo Lusíada” - Brasil
Sem comentários:
Enviar um comentário