A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique defendeu a integração de conteúdos sobre democracia e eleições nos programas escolares para as crianças e jovens do país visando o desenvolvimento do processo democrático
Em
entrevista à Lusa, o presidente da CNE, Carlos Matsinhe, advogou que as
crianças e os jovens moçambicanos devem começar a aprender sobre processos
eleitorais desde cedo.
“Nós
tivemos um encontro com a ministra da Educação e Desenvolvimento Humano [Carmelita
Namashulua] há cerca de três semanas e uma das questões que levantámos foi, de
facto, a necessidade de se começar uma educação sobre a democracia e eleições
às crianças o mais cedo possível”, afirmou Matsinhe.
O
presidente da CNE falava à margem de um debate sobre “Processos eleitorais em Moçambique:
Lições, desafios e caminhos para a reforma”, inserido no seminário “Indução
Temática da Nova CNE”.
Os
conteúdos letivos em vigor nos ensinos primário e secundário já incorporam matérias
sobre pleitos eleitorais e democracia, mas a CNE e o Governo moçambicano
pretendem que a abordagem desses tópicos seja permanente, acrescentou.
Nesse
sentido, prosseguiu, é necessário “melhorar e ampliar esses conteúdos, para que
sejam uma parte integrante dos currículos, de forma permanente”.
A
CNE e o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano decidiram criar uma
comissão visando a avaliação da incorporação de matérias sobre democracia e
eleições de forma sistemática, avançou Carlos Matsinhe.
O
presidente da CNE enfatizou a necessidade de a inserção de conteúdos sobre escrutínios
e democracia acontecer antes das eleições autárquicas de 2023 e gerais de 2024.
“O
nosso desejo como CNE é garantir que durante este ano de 2021 ou 2022 se criem condições
para uma maior educação cívica eleitoral não somente nas escolas, mas a todos
os níveis, de tal maneira que a educação cívica eleitoral não seja apenas nos
momentos de campanha eleitoral”, destacou.
O
fraco exercício da cidadania e os elevados índices de abstenção nas eleições
têm sido apontados em vários estudos como uma das fragilidades da democracia
moçambicana. In “Milénio Stadium” – Canadá com “Lusa”
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