A
comunidade de Macau angariou o dinheiro para apoiar a localidade timorense de
Laclubar, afectada pelas cheias, um montante que fará “enorme diferença”.
Através
da Conta Solidariedade Timor-Leste do Banco Nacional Ultramarino em Macau
(BNU), lançada pela delegação de Timor-Leste no Fórum de Macau e pela
Associação de Amizade Macau-Timor, aberta de 28 de Abril a 20 de Maio, foram
angariadas 47460 patacas e o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial
entre a China e os Países de Língua Portuguesa [Fórum de Macau] doou mais 16000
patacas, disse à Lusa o delegado de Timor-Leste do Fórum de Macau, Danilo
Afonso-Henriques.
À
margem da cerimónia de Doação para as Vítimas da Inundações de Timor-Leste, o
delegado de Timor-Leste no Fórum de Macau, explicou que após as inundações em
Timor-Leste, ocorridas no início de Abril, houve “muita dificuldade no acesso
ao distrito”. “Três quilómetros de estrada caíram e também a ponte de ligação.
Eles não tiveram oportunidade de comprar materiais, nem alimentos”, sendo que
os alimentos que chegaram tiveram de ser transportados de helicóptero, detalhou
o responsável.
No
total, “111 casas foram destruídas completamente” e “as famílias ficaram sem
roupas, sem livros, sem brinquedos”, entre outros, disse. O dinheiro angariado,
explicou, será coordenado pela Fundação Ordem Hospitalar de São João de Deus e
pelas autoridades locais, que “vão administrar este fundo para depois comprar
as necessidades básicas que as populações necessitam”.
No
Posto Administrativo de Laclubar, no município de Manatuto, a cerca de 90
quilómetros a leste de Díli, a capital do país, 111 casas foram totalmente
destruídas e mais de 230 danificadas, num total de 345 famílias em seis aldeias
afectadas.
As
cheias, que provocaram 32 mortos e nove desaparecidos, presumidos mortos,
destruíram ou danificaram quase 29 mil casas em vários pontos do país,
destruindo mais de 3700 hectares de campos agrícolas, especialmente nos
municípios de Manatuto, Bobonaro, Liquiçá e Viqueque.
O
último relatório preparado pelo Ministério da Administração Estatal, em
coordenação com a Unidade de Missão da Proteção Civil e Gestão de Desastres
Naturais, a que a Lusa teve acesso, mostra que até ao momento foram apoiadas
menos de 15 mil famílias em todo o país.
Mais
de metade das 33 mil famílias afectadas pelas cheias do início de Abril em
Timor-Leste continuam, um mês depois do desastre natural, sem receber apoio,
com mais de 3.000 pessoas ainda desalojadas, segundo o mesmo relatório.
Durante
a cerimónia realizada em Macau, que contou com representantes lusófonos do
Fórum de Macau e do BNU, encontravam-se em directo por videoconferência,
representantes das comunidades locais do posto Administrativo de Laclubar.
Um
deles, Francisco Reis de Araújo, professor de ensino superior em Díli, “em nome
do povo de Laclubar, principalmente das famílias vítimas”, agradeceu o apoio
financeiro que receberam “fruto da contribuição do povo irmão de Macau, dos
irmãos timorenses residentes em Macau, às associações dos países de língua
portuguesa em Macau.
Covid-19 não dá tréguas
A
acrescentar a este desastre humanitário, Timor-Leste está a viver o pior
momento da pandemia. Timor-Leste registou ontem mais 179 infecções com o
SARS-CoV-2, dos quais 10% com sintomas da Covid-19, segundo o balanço diário
divulgado pelo Centro Integrado de Gestão de Crise (CIGC). Timor-Leste acumula
actualmente 5816 casos de infecção desde o início da pandemia.
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