Osnabrück, cidade alemã da Baixa Saxónia, estreia a 03 de junho o novo Festival Cultural Internacional MeWe, que dá destaque aos países da lusofonia, com música, gastronomia, exposições, literatura, cinema e várias palestras
Durante
quase três semanas estão programados cerca de 25 eventos, que incluem um
concerto do Grupo Fado Gerações, um concerto de jazz crioulo, uma Noite
Brasileira com música forró, uma palestra sobre a obra da autora Ilse Losa ou,
ainda, a exibição do filme “Djon África”, de João Miller Guerra e Filipa Reis.
“Muitos
membros da nossa equipa têm uma relação especial com a língua portuguesa, seja
através de visitas a Moçambique, ou da casa de férias em Portugal. Foi daqui
que partiu a ideia de organizar um festival que focasse a lusofonia, que
abrangesse a diversidade cultural dos diferentes países falantes de português,
espalhados por quatro continentes”, sublinhou à Lusa Christine Grewe do
gabinete de Cultura para a paz (Büro für Friedenskultur) da cidade de
Osnabrück.
Katharina
Opladen, também ela da organização, acrescenta que a “longa história colonial
de Portugal, que muitos países ainda hoje carregam, não é ignorada.”
Osnabrück
é a casa de muitos imigrantes portugueses que chegaram à cidade especialmente
entre os anos 1970 e 80. Muitos criaram raízes e fundaram associações
culturais. O município alberga primeiras, segundas e terceiras gerações de
cidadãos de 140 diferentes países, que formam cerca de um terço dos seus
habitantes.
“A
cidade já organiza, com sucesso, dois formatos de festivais: o Festival de
África, que apresenta a cultura africana, mas também questões sociopolíticas, e
as Semanas das Culturas, que proporcionam um fórum para a atividade cultural”,
explicam à agência Lusa as duas organizadoras.
Por
motivos financeiros, os conteúdos dos dois festivais foram fundidos no novo
MeWe, tendo como objetivo “cultivar a união e a consciência de viver local e
globalmente numa comunidade diversificada e culturalmente rica”.
Estrear
um festival num contexto de pandemia tem sido um desafio extremamente exigente,
que obrigou o evento, previsto para 2020, a ser alterado para este ano.
“Mesmo
este ano, não podemos realizar o festival em condições normais”, adiantaram
Christine Grewe e Katharina Opladen, “não vão acontecer eventos, como um
concerto gratuito ao ar livre, um mercado internacional”, exemplificaram.
“Em
vez disso, existem pequenos formatos que podem acontecer com pouco público e
respeitando as exigências de higiene. Alguns serão híbridos, ou seja, com
público presencial e transmissões ao vivo”, acrescentaram.
“Esperamos
pessoas de todas as idades, que tenham interesse no forró brasileiro, ou no
fado português, na música do mundo, influenciada pelos estilos de música
cabo-verdianos, brasileiros e portugueses. Além disso, também esperamos público
interessado na literatura, ou em questões como a descolonização”, referiram
duas das organizadoras desta iniciativa que arranca a 03 de junho.
O
festival abre com uma amostra de todos os artistas envolvidos no programa. Está
previsto que o evento termine no dia 19 de junho com o jogo entre Portugal e
Alemanha para o Campeonato Europeu de Futebol. In “Bom dia
Europa” - Luxemburgo
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