Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 18 de maio de 2021

Guiné-Bissau - PAIGC afirma que visita do Presidente de Portugal só serve para alimentar o ego de gente que pretende implantar a ditadura no país

Bissau – O Grupo Parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC), afirmou que a visita do Presidente de Portugal à Guiné-Bissau que devia ser de celebração, se concretiza num momento em que só servirá para branquear a realidade política vigente no país e alimentar o ego de gente que pretende implantar a ditadura na Pátria de Amílcar Cabral.

A crítica do Grupo Parlamentar dos libertadores veio numa nota de protesto contra a vinda de Marcelo Rebelo de Sousa à Guiné-Bissau entregue à Embaixada de Portugal em Bissau e à que a ANG teve acesso.

Na missiva os libertadores apelam ao povo português “que também sofreu com a ditadura de Salazar e Caetano” para que compreenda a posição dos deputados do PAIGC e não se deixe ludibriar por esta acção de propaganda desnecessária e prejudicial às relações de amizade e cooperação entre os dois povos.

Entre os motivos que os deputados alegam para justificar o porquê de estarem contra a vinda do Presidente Português ao país, está a tomada de posse para o cargo do Presidente da República pelo então candidato à segunda volta das Eleições Presidenciais de 2019, Umaro Sissoco Embaló, antes do pronunciamento sobre o contencioso eleitoral em curso no Supremo Tribunal de Justiça violando a Constituição do país, as leis internas e tratados internacionais assinados pela Guiné-Bissau.

“Subsequentemente ele demitiu o Governo Constitucional do PAIGC saído das eleições legislativas de Março de 2019 dirigido por Aristides Gomes, tendo nomeado um novo governo, e desencadeou uma onda de violência e de perseguições políticas, o que levou o então Primeiro-ministro a abandonar a sua casa forçosamente e procurar refúgio junto à sede das Nações Unidas em Bissau”, lê-se na nota.

Ainda na nota, os deputados do PAIGC referem que a Guiné-Bissau é um Estado independente, onde a soberania é uma conquista do povo proclamada, unilateralmente, a 24 de Setembro de 1973 e que adotou como regime politico a Democracia Pluralista, desde 1994, ano em que se realizaram as primeira eleições multipartidárias.

Na carta, o Grupo Parlamentar do partido de Cabral salienta que a Guiné-Bissau e Portugal têm mantido boa e frutuosa relação de cooperação na base do respeito mútuo, mas reconhecem, no entanto, que a situação política do país tem conhecido momentos “bastante conturbados”, há mais de uma década, vivendo neste momento a sua pior fase, com ondas de violações sobre cidadãos nunca antes vistas ou experimentadas.

Acrescentam que todos estes factos são de conhecimento público e muitos deles foram denunciados por organizações da sociedade civil nacional e internacional.

Os libertadores, na sua comunicação dirigida ao Presidente Português, numa carta com a data de 17 de Maio enviada ao Embaixador de Portugal em Bissau, consideram de “inoportuna” a vista do Presidente Marcelo à Guiné-Bissau, pelo quadro pandémico provocado pela Covid-19, a prevalência do estado de calamidade com fortes restrições impostas à população, “mas que agora serão ostensivamente ignoradas e violadas com o vosso patrocínio”. In “Agência de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau


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