Bissau
– O Grupo Parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e
Cabo-Verde (PAIGC), afirmou que a visita do Presidente de Portugal à Guiné-Bissau
que devia ser de celebração, se concretiza num momento em que só servirá para
branquear a realidade política vigente no país e alimentar o ego de gente que
pretende implantar a ditadura na Pátria de Amílcar Cabral.
A crítica do Grupo Parlamentar dos libertadores veio numa nota de protesto contra a vinda de Marcelo Rebelo de Sousa à Guiné-Bissau entregue à Embaixada de Portugal em Bissau e à que a ANG teve acesso.
Na
missiva os libertadores apelam ao povo português “que também sofreu com a
ditadura de Salazar e Caetano” para que compreenda a posição dos deputados do
PAIGC e não se deixe ludibriar por esta acção de propaganda desnecessária e
prejudicial às relações de amizade e cooperação entre os dois povos.
Entre
os motivos que os deputados alegam para justificar o porquê de estarem contra a
vinda do Presidente Português ao país, está a tomada de posse para o cargo do
Presidente da República pelo então candidato à segunda volta das Eleições
Presidenciais de 2019, Umaro Sissoco Embaló, antes do pronunciamento sobre o
contencioso eleitoral em curso no Supremo Tribunal de Justiça violando a
Constituição do país, as leis internas e tratados internacionais assinados pela
Guiné-Bissau.
“Subsequentemente
ele demitiu o Governo Constitucional do PAIGC saído das eleições legislativas
de Março de 2019 dirigido por Aristides Gomes, tendo nomeado um novo governo, e
desencadeou uma onda de violência e de perseguições políticas, o que levou o
então Primeiro-ministro a abandonar a sua casa forçosamente e procurar refúgio
junto à sede das Nações Unidas em Bissau”, lê-se na nota.
Ainda
na nota, os deputados do PAIGC referem que a Guiné-Bissau é um Estado
independente, onde a soberania é uma conquista do povo proclamada, unilateralmente,
a 24 de Setembro de 1973 e que adotou como regime politico a Democracia
Pluralista, desde 1994, ano em que se realizaram as primeira eleições
multipartidárias.
Na
carta, o Grupo Parlamentar do partido de Cabral salienta que a Guiné-Bissau e
Portugal têm mantido boa e frutuosa relação de cooperação na base do respeito
mútuo, mas reconhecem, no entanto, que a situação política do país tem
conhecido momentos “bastante conturbados”, há mais de uma década, vivendo neste
momento a sua pior fase, com ondas de violações sobre cidadãos nunca antes
vistas ou experimentadas.
Acrescentam
que todos estes factos são de conhecimento público e muitos deles foram
denunciados por organizações da sociedade civil nacional e internacional.
Os
libertadores, na sua comunicação dirigida ao Presidente Português, numa carta
com a data de 17 de Maio enviada ao Embaixador de Portugal em Bissau, consideram
de “inoportuna” a vista do Presidente Marcelo à Guiné-Bissau, pelo quadro
pandémico provocado pela Covid-19, a prevalência do estado de calamidade com
fortes restrições impostas à população, “mas que agora serão ostensivamente
ignoradas e violadas com o vosso patrocínio”. In “Agência
de Notícias da Guiné” – Guiné-Bissau
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