Cidade
da Praia – A investigadora da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa Ana
Paula Laborinho apontou a necessidade de construção de estratégias conjuntas
entre os Estados-membros da CPLP para conseguir o ensino da língua da
portuguesa em contexto de mobilidade.
A
especialista intervinha, enquanto conferencista, na VI Conferência
Internacional sobre a Língua Portuguesa no sistema mundial promovida pelo
Governo de Cabo Verde no âmbito da presidência pro-tempore da Comunidade dos
Países de Língua Portuguesa (CPLP), tendo com tema “Horizontes e perspectivas
da língua portuguesa”.
Actualmente,
a língua portuguesa é falada por cerca de 260 milhões de pessoas no mundo. A
especialista prevê alguma dificuldade no crescimento da mesmo devido às
dificuldades do ensino da língua portuguesa como língua estrangeira e de
herança da comunidade.
Neste
sentido, a professora e investigadora Ana Paula Laborinho salientou que há
necessidade de se “fazer enormes esforços colectivos” visando o crescimento da
língua de Camões no mundo.
“Temos
muitas questões que me parecem muito relevantes. Por um lado, há uma
consciência generalizada, mas que temos que impulsionar de que o português é
uma língua que precisa ser aprendida, isto é, uma língua que se coloca no
horizonte daqueles que têm interesse em aprender uma língua estrangeira”,
disse.
“Por
outro, se é verdade que cada vez mais há esse interesse, ainda há muito
trabalho a fazer para passar dos tais meio milhão que aprendem o português como
língua estrangeira para números mais significativos. Isto só é possível fazer
efectivamente se houver uma estratégia concertada”, sustentou.
Por
isso mesmo, realça a importância de construir estratégias conjuntas tendo em
conta este objectivo que é o ensino da língua portuguesa em contexto de
mobilidade ou em contextos internacionais.
Para
já, afirma que a CPLP dispõe de um mecanismo, que é o Instituto Internacional
de Língua Portuguesa (IILP), que, entretanto, na sua perspectiva, precisa ser
reforçado e repensado para ter mais capacidade de fazer esta gestão
decentralizada, multilateral da língua portuguesa.
“Nenhuma
outra língua tem uma instituição multilateral que faça a sua gestão
descentralizada e colectiva. Portanto, este é um triunfo da língua portuguesa,
o IILP, que já tem um trabalho relevante com a sua plataforma destinada aos
professores de língua portuguesa ou língua segunda”, explicou.
Contudo,
Ana Paula Laborinho aponta como o grande desafio a questão da certificação
internacional.
“É
preciso, cada vez mais, apostar nisso porque sabemos que as outras línguas
cresceram pela via das certificações internacionais”, realçou sugerindo também
o aumento da produção e difusão científica na língua portuguesa, e incremento
no programa de mobilidade de estudantes, de artistas, investigadores e
circulação de bens e serviços, como forma de aumentar a necessidade de aprender
o português. In “Inforpress” – Cabo Verde
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