A organização sem fins lucrativos para falantes de
português nos Estados Unidos, a Massachusetts Alliance of Portuguese Speakers
(MAPS), prepara-se para celebrar os “50+1” anos com uma gala em 09 de outubro
No
ano passado, a organização foi impossibilitada de celebrar 50 anos devido à
pandemia de covid-19, pelo que a próxima gala será de celebração dos 50+1 anos.
O
evento que visa celebrar mais de meio século da organização e homenagear os
“Construtores da MAPS” vai ser realizado em 09 de outubro no Marriott Hotel de
Cambridge, uma cidade vizinha de Boston.
Várias
datas previamente anunciadas foram anuladas devido à pandemia de covid-19. A
primeira gala de 50 anos tinha sido anunciada para 25 de abril de 2020.
“Foi
muito difícil para nós termos de cancelar a nossa Gala no ano passado, mas
sentimos que uma data tão importante merecia uma celebração em pessoa, não
virtual”, disse o diretor executivo da MAPS, Paulo Pinto, citado num comunicado
da organização sem fins lucrativos.
“Agora
que a situação da pandemia melhorou bastante, estamos ansiosos para nos
reunirmos com segurança para honrar a nossa história e as pessoas excecionais
que construíram esta organização”, acrescentou.
A
MAPS serve como ponto de contacto das comunidades imigrantes de língua
portuguesa nos EUA com as autoridades, hospitais e centros de abrigo no estado
de Massachusetts e localidades vizinhas, dá aconselhamento na área social e de
saúde e educa e faz testagem para doenças sexualmente transmissíveis.
Numa
entrevista à Lusa no final do ano passado, Paulo Pinto recordou várias
campanhas e programas marcantes e benéficos para a comunidade lusófona no
Estado de Massachusetts.
“É
incrível que a nossa organização tenha ultrapassado imensos desafios ao longo
de cinco décadas e sobrevivido e conseguido apoiar milhares e milhares de
imigrantes, ajudando esses imigrantes e famílias a construírem vidas mais
saudáveis e com mais sucesso através dos nossos esforços, programas e
serviços”, disse Paulo Pinto à agência Lusa em dezembro.
Segundo
a organização, entre 01 de julho de 2019 e 30 de junho de 2020, a MAPS serviu
“quase 18000 membros das comunidades de língua portuguesa e outras e distribuiu
mais de 142000 dólares em assistência financeira de emergência a mais de 350
famílias”.
Até
janeiro deste ano, a organização tinha ajudado imigrantes que sofreram com a
doença da covid-19 na compra de alimentos ou pagamento de aluguer, com a
distribuição de ajudas no valor de mais de 250 mil dólares (cerca de 205 mil
euros), provenientes de angariação de fundos e donativos de várias fundações.
A
MAPS esteve presente em momentos de dificuldade, como uma rede de apoio e de
ajuda a pessoas, famílias, pequenas empresas, negócios locais ou restaurantes,
disse Paulo Pinto à Lusa.
Segundo
o diretor executivo, uma das principais campanhas da MAPS nos últimos 50 anos
foi a campanha de prevenção e testagem da doença sexualmente transmissível
sida, a que a comunidade de língua portuguesa nos EUA não reconheceu
imediatamente o valor.
O
diretor executivo da MAPS recordou à agência Lusa a reação da comunidade
portuguesa várias décadas atrás: “Tivemos ameaças de pessoas a telefonarem a
dizer que nos iam fazer mal ou que iam destruir a nossa organização, porque
estávamos a dar um mau nome à comunidade, porque estávamos a dizer que a nossa
comunidade também tinha sida”.
“Hoje
é um programa que é muito bem visto e reconhecido e a comunidade dá-nos imenso
crédito pela nossa liderança”, contrapôs.
Paulo
Pinto destacou também uma campanha dirigida para ajudar imigrantes a obter
cidadania norte-americana, em colaboração com vários clubes portugueses ou
associações e organizações portuguesas nos EUA.
O
programa de cidadania ajudou imigrantes de 48 países no ano passado e a
organização consegue ajudar entre 500 e mil pessoas por ano. “Ao longos dos 50
anos temos verdadeiramente ajudado milhares e milhares de pessoas a tornar-se
cidadãos americanos”, disse o responsável. In “Bom dia
Europa” – Luxemburgo com “Lusa”
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