A religiosa portuguesa Cristina Macrino, das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima, afirmou que a “normalidade está longe de ser uma realidade” em Timor-Leste, apelando à solidariedade com a população afetada pelo temporal de abril
“O
ponto da situação nas zonas mais afetadas agora é reunir meios para a
reconstrução; Infelizmente a normalidade está longe de ser uma realidade. Para
além de toda a destruição e perdas da calamidade do dia 4 de abril existem
muitas limitações que têm de ser superadas”, referiu à Agência ECCLESIA.
A
irmã Cristina Macrino exemplifica que em Díli, a capital timorense, várias
organizações estão a “reunir todos os meios e esforços” para ajudar as pessoas
a reconstruir as suas casas, e como são muitas famílias “tenta-se dar a cada
uma pelo menos o suficiente para viver”.
A
“grande barreira”, acrescenta, é grande número de pessoas infetadas com o novo
coronavírus Covid-19, por isso, Díli está numa “cerca sanitária, confinamento
obrigatório”, o que origina várias limitações, como não poderem circular “por
todo o país com os materiais e os bens que deveriam chegar mais facilmente às
famílias sem nada”.
A
missionária em Timor-Leste explica que para entrarem na capital do país
lusófono têm de ter uma carta escrita pelo município onde vive, “a justificar a
deslocação que não deve ultrapassar três dias” e, no contexto das medidas de
precaução por causa pandemia, só estão abertas as lojas de “bens essenciais,
alimentação e medicamentos”.
“Estamos
com uma economia muitíssimo escassa e pobre. Toda a reconstrução é lenta sem
urgências, mesmo que a nosso ver existam”, acrescenta.
As
Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima, através da sua fundação, estão a
dinamizar uma campanha de solidariedade para adquirir alimentos, água, produtos
de higiene, lonas, mosquiteiros e donativos
para apoiar a reconstrução das casas, que vão ser partilhados na página ‘Por Timor um Gesto uma Dádiva’,
no Facebook.
No
terreno, a ajuda é encaminhada para Díli e para os distritos de Liquiçá,
Manatuto e Viqueque através de várias congregações portuguesas que se uniram
para dar resposta a estas necessidades imediatas, nomeadamente as Irmãs
Reparadoras, as Irmãs Concepcionistas dos Pobres, as Escravas da Divina
Eucaristia e da Mãe de Deus, os Franciscanos Capuchinhos e os Irmãos de São
João de Deus.
“As
populações agradecem e sentem alívio com os bens recebidos (alimentação,
produtos de higiene e colchões) e, a partir de agora, vamos ajudar na
reconstrução das casas: Um exemplo na missão dos irmãos de São João de Deus que
será uma pequena parte, 80 famílias perderam as suas casas e aguardam ajuda”,
indica a irmã Cristina Macrino.
Segundo
a religiosa, a missão das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima está a
trabalhar “normalmente num ritmo mais reduzido” e precisam de ajuda a longo
prazo, o centro social apoia este ano 300 crianças e adolescentes, têm uma
clínica, inaugurada a 25 de julho de 2020, e esperam também apoio para 400
famílias, “com um agregado familiar em média de 8 a 10 pessoas”.
A
congregação desenvolve projetos nas áreas da educação e da saúde, apoiando
cerca de seis mil pessoas, em Memo, na Diocese de Maliana, Distrito de
Bobonaro. In “Bom dia Europa” - Luxemburgo
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