Lisboa
– Pepetela trouxe Luaia Gomes Pereira, Mia Couto sugeriu Mbate Pedro e Germano
Almeida indicou Eileen Barbosa, juntando-se a outros 10 escritores lusófonos
numa antologia digital que será lançada no Dia Mundial da Língua Portuguesa.
“Vamos
apresentar uma antologia de 16 escritores de língua portuguesa, oito
consagrados e oito emergentes. Os emergentes foram propostos pelos consagrados”
para um “diálogo” em língua portuguesa, disse à agência Lusa o presidente do
Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, João Ribeiro de Almeida.
Por
agora, a edição será digital, mas o objectivo é, no futuro, avançar para a
publicação também em papel, explicou o presidente do Camões, entidade
responsável pela coordenação das comemorações do Dia Mundial da Língua
Portuguesa, que se assinala em 05 de Maio.
João
Ribeiro de Almeida falava, em entrevista à agência Lusa, em antecipação à
efeméride, instituída em 2019 pela Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).
O
Dia Mundial da Língua Portuguesa, que se comemora pela segunda vez, será em
formato híbrido, presencial e ‘online’, e a programação inclui mais de 150
actividades em 44 países de todos os continentes, além de uma cerimónia oficial
a partir de Lisboa.
A
antologia vai reunir textos dos escritores Pepetela e Luaia Gomes Pereira, de
Angola, Milton Hatoum e Socorro Acioli, do Brasil, Germano Almeida e Eileen
Barbosa, de Cabo Verde, Odete Semedo e Rita Ié, da Guiné-Bissau, Mia Couto e
Mbate Pedro, de Moçambique, Lídia Jorge e Bruno Vieira Amaral, de Portugal,
Conceição de Deus Lima e Orlando Piedade, de São Tomé e Príncipe, e Vicente
Paulino e Jonato Xavier, de Timor-Leste.
No
âmbito da programação da cerimónia em Lisboa, está prevista também a realização
de uma mesa-redonda com a participação dos escritores Ondjaki (Angola), Odete
Semedo (Guiné-Bissau), Afonso Cruz (Portugal), além de concertos, espectáculos
de dança, concursos literários e sessões de cinema.
Será
ainda apresentado o projecto Dicionário do Português de Moçambique (DIPOMO),
cujos trabalhos preparatórios arrancaram em Março, em Maputo, e a plataforma
digital “Ler em Rede”, iniciativa de apoio à leitura e à auto-aprendizagem
dirigida a jovens da rede Ensino de Português no Estrangeiro (EPE), entre
outras iniciativas.
No
estrangeiro, as comemorações envolvem todo o “exército” que integra a rede de
centros culturais, leitorados e cátedras do instituto Camões, na realização de
conferências, colóquios, concertos, concursos literários e de poesia, edição e
tradução de obras, ciclos de cinema, entre outras iniciativas.
Espanha,
Alemanha, Estados Unidos, China, Itália e Moçambique serão os países com mais
actividades comemorativas do Dia Mundial da Língua Portuguesa.
Além
dos lusófonos e dos países com grandes comunidades portuguesas, estão previstas
iniciativas em lugares como Quénia, Senegal, Chile, Colômbia, Cuba, China,
Índia, Indonésia, Tailândia, Croácia, Dinamarca, Rússia, Servia, República
Checa ou Vaticano.
Espanha
apresenta um extenso programa cultural em torno do Dia Mundial da Língua
Portuguesa, centrado nas cidades de Vigo e Sevilha, com uma mostra de cinema
português contemporâneo, teatro, um ciclo de leituras literárias, concursos de
desenho, fotografia e poesia, maratonas de leitura em língua portuguesa.
Promove
ainda uma exposição dedicada à vida e obra da escritora Luísa Ducla Soares, uma
sessão sobre mulheres escritoras da lusofonia, bem como uma semana de
divulgação cultural dos países de língua portuguesa.
Na
Alemanha, destaca-se a inauguração de uma exposição de artistas lusófonos e a
apresentação da edição bilingue da obra “Beatriz e o Plátano”, de Ilse Losa.
Moçambique
dá um toque de actualidade às comemorações com o lançamento do concurso
literário “Estórias Pandémicas”, homenageia o escritor moçambicano Calane da
Silva e realiza o Festival Literário Resiliências.
Na
China, a efeméride é assinalada com a realização da II Mostra de Cinema em
Língua Portuguesa, com a entrega de minibibliotecas “Ler +” e com a iniciativa
“Jovens repórteres chineses e Portugal”.
A
programação reedita também a iniciativa do ano passado em que cada aluno ou
professor dos departamentos de português no estrangeiro escolhe um espaço
exterior, um jardim ou uma praça, para ler um texto em língua portuguesa.
Uma
ideia que no ano passado, devido às restrições da pandemia, se limitou às
janelas, mas que este ano poderá voltar a espaços exteriores.
“Queremos
passar a mensagem de que está a normalizar, mas muito devagarinho. É possível
já fazer coisas presenciais, mas sem grandes públicos”, disse João Ribeiro de
Almeida, adiantando que as comemorações serão ainda “muito limitadas” pela
situação sanitária causada pela pandemia de covid-19.
O
programa de comemorações no estrangeiro está disponível no site do Camões –
Instituto da Cooperação e da Língua e pode aceder aqui.
Além
destas, serão promovidas iniciativas pelas áreas da Cultura, Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior e Educação, em Portugal.
A
UNESCO proclamou, em 2019, 05 de Maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa, na
sequência da proposta de todos os países lusófonos, apoiada por mais 24
Estados, incluindo países como a Argentina, Chile, Geórgia, Luxemburgo ou
Uruguai. In “Inforpress” – Cabo Verde com “Lusa”
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