Um
relatório divulgado pela Comissão sobre a Eliminação da Discriminação a
Mulheres, (CEDAW), revela o aumento da violência de género e até de
feminicídios na África do Sul.
Em
comunicado, a Comissão cita baixos níveis de indiciamento e de punição de casos
de violência doméstica e o fracasso da polícia sul-africana de aplicar mandados
de proteção.
Agressores
Com
isso, sobreviventes deste tipo de abuso e violações ficam cada vez mais à mercê
dos agressores.
A
Comissão analisa, anualmente, a situação dos direitos das mulheres em todos os
países.
Segundo
o grupo, muitas mulheres e jovens na África do Sul, especialmente em áreas
rurais, são vítimas de práticas danosas incluindo o casamento infantil,
sequestro para casamentos forçados e poligamia, que levam ao aumento da
violência doméstica.
As
sul-africanas que denunciaram o agressor não receberam a proteção necessária da
polícia.
Ordem
Dados
indicam que de 143824 solicitações para ordem de proteção entre 2018-2019,
apenas 22211 foram concedidas. Mas em muitos destes casos, a ordem de proteção
apenas recomendava o agressor a dormir num outro quarto da mesma casa.
A
Comissão da ONU destaca que o sofrimento imposto a mulheres e jovens, quase
sempre, expõe as mulheres desde cedo à violência doméstica incluindo violência
sexual.
Várias
sul-africanas falaram sobre violência física, estupro, agressões com objetos, pontapés
e até queimaduras praticados por parceiros, que frequentemente têm histórico de
álcool e drogas. Elas citaram ainda a baixa autoestima e tendências sádicas por
parte dos agressores.
Recomendações
A
CEDAW afirma que muitas sobreviventes passam a usar drogas para lidar com a
violência e já tentaram o suicídio e várias vítimas sofrem com depressão,
trauma e ansiedade por causa da violência.
O
grupo citou a falta de abrigos estatais para socorrer mulheres e crianças e
disse que a África do Sul não pode abster-se da sua obrigação de assistir as
vítimas.
A
Comissão fez 34 recomendações ao governo sul-africano para ação incluindo
medidas para desmantelar atitudes patriarcais e estereótipos discriminatórios
que legitimam a violência doméstica no país africano. ONU News – Nações Unidas
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