Cidade
da Praia – Cabo Verde contabilizou, em 2020, 198787 ninhos de tartaruga e
registou uma diminuição da taxa de captura à volta de 1,54 por cento (%), disse
à Inforpress o director nacional do Ambiente, Alexandre Nevsky.
Em
entrevista à Inforpress para falar sobre a situação da caça de tartarugas e a
fiscalização, no âmbito do Dia Internacional da Tartaruga que se assinala hoje,
23 de Maio, o director nacional do Ambiente avançou que considera a
sensibilização e fiscalização como as “armas” mais poderosas para dar combate à
captura e ao consumo da tartaruga.
“Normalmente
as legislações servem para combater determinados actos e, nesta matéria, além
de penalizar temos é de reforçar a sensibilização e informação junto das pessoas
e nas escolas, para que entendam que uma tartaruga viva terá muito mais valor,
a longo prazo, do que uma morta”, afirmou, lembrando às pessoas o valor da
tartaruga no ecossistema.
Conforme
disse, o trabalho de informação e sensibilização, apesar de surtir efeito deve
ser reforçado por forma a se garantir que quem esteja a infringir seja apanhado
e enquadrado de acordo com a legislação existente sobre a matéria.
Nesta
linha de ideias realça o trabalho que a Polícia Nacional tem feito, nesta
matéria, apesar de considerar difícil chegar-se ao consumo zero tartarugas.
“Para
alcançarmos este propósito temos de trabalhar com as escolas para que possamos
ter uma geração que verá, como pouco natural, consumir carne de tartaruga”,
prosseguiu, informando por outro lado, que a fiscalização da espécie é
garantida pelas comunidades, pescadores e associações locais.
No
caso da fiscalização, explicou que têm sido realizadas saídas ocasionais com a
polícia, numa óptica mais preventiva, havendo em algumas praias uma vigilância
contínua dos militares.
“A
nova legislação, relativamente às campanhas, trouxe-nos uma nova realidade com
aumentos de ninhos monitorizados que nos indicam que em 2015 foram
identificados 10725 ninhos em todo o território, em 2018 cerca de 189196 e em
2020 foram identificados 198787 ninhos”, disse reforçando a ideia da
sensibilização para que a nova geração tenha uma outra mentalidade sobre comer
carne de tartaruga.
Segundo
Alexandre Nevsky, dados disponíveis mostram que o reforço das campanhas de
monitorização das tartarugas nas praias, diminui a taxa de captura que, em
2015, era de 8,25% e em 2020 passou para 1,54%.
Em
Cabo Verde, segundo disse, a população de tartarugas marinhas mais predominante
é a “Caretta Caretta”, a que mais de perto de monitorizar por fazer do espaço
nacional o seu local de desova, embora se contabiliza, também, uma dezena de
tartarugas verde.
A
desova das tartarugas acontece nas ilhas da Boa Vista, Sal, Maio e os ilhéus,
mas 90% da desova no país acontece na ilha da Boa Vista.
O
Dia Mundial da Tartaruga assinala-se a 23 de Maio e tem como propósito chamar a
atenção para o perigo de extinção das tartarugas e cágados de todo o mundo e
aumentar o conhecimento da população sobre estes animais.
A
tartaruga é um réptil que possui uma concha característica nas suas costelas,
utilizada como protecção. Este animal existe há 200 milhões de anos, sendo uma
das criaturas mais antigas do mundo, mas encontra-se em risco, dada a
destruição do seu habitat natural, o “cruel” comércio animal e a indústria da
comida exótica.
Além
dessa data, há também o Dia Mundial da Tartaruga Marinha, celebrado em 16 de
Junho e tem como propósito promover o conhecimento sobre esses animais além de
alertar para sua preservação
A
cada 1000 ovos colocados por uma tartaruga em fase de reprodução, 800 chocam.
Das 800 tartaruguinhas que nascem, apenas 400 chegam ao mar, já que encontram
obstáculos diversos no caminho ou são comidas por caranguejos, aves e outros
animais.
As
que chegam ao mar trocam um conjunto de perigos por outro: podem ser comidas
por golfinhos, tubarões, uma variedade de peixes e até aves marinhas, já que
precisam subir para a superfície para respirar. In “Inforpress”
– Cabo Verde
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