O
comércio exterior brasileiro vem patinando nos últimos anos, acompanhando o
pífio crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é o resultado da soma dos
bens e dos serviços produzidos no País. Esse quadro, claro está, é reflexo dos
baixos índices de crescimento dos últimos anos, 1,1% em 2019, 2018 e 2017,
depois de retração de -3,3% em 2016 e
-3,5% em 2015, consequência de uma situação de escancarada corrupção e
desperdícios que corroeu a economia do País, provocada por uma política
econômica inconsequente promovida pelo partido que esteve no poder por 13 anos
e meio (2003-2016).
Afinal,
tomados por uma megalomania e soberba sem limites, os líderes do Partido dos
Trabalhadores (PT) agiram como se fossem donos do Brasil, cometendo, para
manter-se no poder, as maiores barbaridades e descalabros, gastando e desviando
de forma perdulária e irresponsável as economias do País, inclusive emprestando
recursos, a fundo perdido, a países sem a mínima condição de honrar seus compromissos, como
Cuba, Venezuela, Uruguai e Guiné Equatorial, entre outros. Para esses países
foram perdoadas dívidas, como se o Brasil pudesse se dar ao luxo de tamanha
farra com os dólares de suas reservas.
Como
consequência, o País foi jogado em uma brutal recessão cujas consequências a
população vem pagando caro nos últimos anos, com salários aviltados, falta de
emprego e escassez de dinheiro para as necessidades básicas, inclusive
alimentação. A quantidade de desempregados é brutal, 11,7 milhões, segundo
dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto
milhares de jovens chegam ao mercado sem a mínima perspectiva de bons empregos
e sequer de qualquer ocupação.
Na
Baixada Santista, a exemplo do resto do País, a situação é grave. Até porque
uma parte relevante dos trabalhadores santistas depende das atividades
relacionadas ao porto, que estão diretamente ligadas à evolução da economia.
Entre esses trabalhadores, estão estivadores, doqueiros, consertadores, vigias,
conferentes, os denominados "trabalhadores avulsos", como também
aqueles que executam as atividades burocráticas das importações e exportações,
como os despachantes aduaneiros e seus ajudantes, agentes de cargas, técnicos
certificantes, inspetores e outros.
Dentro
desse panorama, havia uma esperança por parte do empresariado e daqueles que se
utilizam do porto de que ocorreria uma retomada do crescimento ao redor de 2,2%
em 2020 e de 2,3% em 2021, segundo projeção do Fundo Monetário Internacional
(FMI), que previu também uma alta de 3,3% da economia global em 2020. Mas essas
previsões já não se sustentam porque os índices de 2019 foram desanimadores.
Para
piorar, surgiu a epidemia de coronavírus, que está conturbando severamente a
produção dos países afetados. As exportações da China, por exemplo, despencaram
17,1% nos primeiros meses de 2020. Também as importações chinesas caíram 4%. Obviamente,
esse quadro registrado no principal parceiro comercial do Brasil acabará por
influenciar negativamente a economia nacional.
Com
isso, os números previstos para 2020, que se apresentavam como promissores,
passam por uma reversão brutal cujas consequências ainda não se pode calcular.
Tudo vai depender em grande parte do êxito ou do fracasso no controle dessa
epidemia, mas, levando-se em consideração que a taxa do dólar em relação ao
real já chegou a R$ 5,32, no horizonte da economia brasileira por enquanto só
se vê nuvens carregadas.
Mas
nem por isso se deve continuar a acreditar, como o fazem há mais de 50 anos os
nossos líderes políticos, que a fonte principal de todos os males do Brasil é
externa. Não é. Ou seja: para sairmos do buraco, vamos depender (e muito)
também da competência do ministro da Economia e de seus assessores. Esperemos.
Milton Lourenço – Brasil
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Milton Lourenço é presidente do Grupo Fiorde, constituído
pelas empresas Fiorde Logística Internacional, FTA Transportes e Armazéns
Gerais e Barter Comércio Exterior (trading company), todas com matriz em São
Paulo e filiais em vários Estados brasileiros. E-mail: fiorde@fiorde.com.br.
Site: www.fiorde.com.br
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