Foi em 1920 que Camilo Pessanha publicou “Clepsidra”.
Como forma de assinalar os 100 anos da obra do poeta que morreu em Macau, a
Lisbon Poets & Co. está a partilhar vídeos com leituras de poemas do autor
em português, inglês e espanhol. A editora apresenta as primeiras traduções
integrais de “Clepsidra” em inglês e espanhol
Camilo
Pessanha publicou “Clepsidra” há um século. Foi em 1920 que o poeta, visto como
o expoente máximo do simbolismo português, publicou a obra. Agora, como forma
de comemorar os 100 anos de “Clepsidra”, a editora Lisbon Poets & Co. está
a partilhar, nas redes sociais, vídeos
com leituras dos poemas da obra feitas em português, inglês e espanhol.
As leituras são feitas por Jeffrey Childs, Jeronimo Pizarro, María Matta,
Helena Buescu, Paulo Franchetti e André Carrilho.
Até
quarta-feira, a editora, em parceria com um conjunto de onze livrarias
independentes em Portugal e com a rede de Livrarias da Travessa no Brasil, vai
partilhar um conjunto de vídeos com leituras de poemas de “Clepsidra” não só em
português como em inglês e espanhol. As leituras serão feitas pelos tradutores
Jeffrey Childs, Jeronimo Pizarro, e María Matta, pela autora Helena Buescu,
pelo escritor brasileiro Paulo Franchetti e pelo ilustrador André Carrilho. “Eu
vi a luz em um país perdido”, “Crepuscular”, “Ó cores virtuais que jazeis
subterrâneas”, “Fonógrafo” e “Imagens que passais pela retina” são alguns dos
poemas lidos.
Com
introdução da professora catedrática da Universidade de Lisboa, Helena Buescu,
as duas edições bilingues, português-espanhol e português-inglês, publicadas
pela Lisbon Poets & Co. são as primeiras traduções integrais da obra
poética de Pessanha nessas línguas.
Num
vídeo já partilhado na página da editora, Helena Buescu, professora catedrática
da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, descreve a obra: “É uma
poesia dramática no sentido teatral do termo. É um teatro não do ser, como
dizia Fernando Pessoa, mas talvez um teatro do não ser. Um teatro de pós-vida”.
A poética de Camilo Pessanha em “Clepsidra” é a imagem “de alguém que viu
passar algo irrepetível”, considera a professora catedrática da Faculdade de
Letras da Universidade de Lisboa.
“Clepsidra”
é o único livro publicado por Pessanha e é considerada uma das mais influentes
obras da poesia moderna portuguesa. Depois de ter sido publicado há 100 anos, o
livro original foi ampliado por João de Castro Osório, tendo-lhe sido
acrescentados poemas encontrados posteriormente. A obra final é composta por
quatro partes: Sonetos, poesias, versos dispersos e fragmentários; e poemas
chineses traduzidos.
Camilo
Pessanha nasceu em Coimbra, em 1867. Lá, tirou o curso de Direito e, em 1894,
transferiu-se para Macau, onde foi professor de Filosofia Elementar no Liceu de
Macau. Em 1900 deixou de leccionar e foi nomeado conservador do registo predial
em Macau e depois juiz de comarca. Camilo Pessanha Morreu em Macau em 1926 e
está sepultado no Cemitério São Miguel de Arcanjo. André Vinagre – Macau in “Ponto
Final”
andrevinagre.pontofinal@gmail.com
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