O
chefe de Estado cabo-verdiano, que é presidente em exercício da CPLP, disse
estar otimista quanto à aprovação do dossiê da mobilidade na comunidade
lusófona antes de passar a presidência a Angola, provavelmente em julho de
2021.
Em
conferência de imprensa, na cidade da Praia, ilha de Santiago, sobre os 45 anos
da independência de Cabo Verde, que vão ser comemorados no domingo, Jorge
Carlos Fonseca afirmou que a presidência do país da Comunidade de Países de
Língua Portuguesa (CPLP), que deveria terminar este mês, vai ser prorrogada por
mais um ano, por causa da pandemia do novo coronavírus.
“Provavelmente,
nós vamos prorrogar a presidência de Cabo Verde da CPLP até julho do próximo
ano. Era para ser julho deste ano que nós passaríamos a presidência a Angola”,
declarou o chefe de Estado, sublinhando que o dossiê da mobilidade, uma
proposta de Cabo Verde, “está muitíssimo avançado” e pronto para ser aprovado.
“Mas
tenho ainda o otimismo e ilusão – e isso vai depender da evolução também da
epidemia – que, se prolongarmos a presidência até julho de 2021, teremos
condições para ter o dossiê fechado antes da entrega da presidência a Angola”,
perspectivou.
Além
do dossiê da mobilidade na comunidade lusófona, Jorge Carlos Fonseca apontou a
existência de “coisas interessantes” ao nível da cooperação econômica e
empresarial e “passos muito positivos” para a ideia do mercado comum de bens e
agentes culturais da comunidade durante a presidência de Cabo Verde da
organização.
Cabo
Verde vai prolongar até 2021 a presidência rotativa da CPLP, após proposta de
Angola, país que deveria assumir a liderança da organização lusófona este mês.
“Por
causa dos efeitos da covid-19, Angola propôs que Cabo Verde se mantivesse na
presidência da CPLP até 2021”, disse em maio o ministro dos Negócios
Estrangeiros de Cabo Verde, Luís Filipe Tavares.
O
chefe da diplomacia cabo-verdiana afirmou ainda que o Conselho de Ministros
Extraordinário (reunião dos chefes da diplomacia dos países lusófonos) deverá
acontecer ainda este ano, em Cabo Verde, para debater a proposta de mobilidade,
“se a situação da pandemia o permitir”.
Em
janeiro, o secretário executivo da CPLP, Francisco Ribeiro Telles, disse à Lusa
que a cimeira de chefes de Estado e de Governo dos Estados-membros da
comunidade ficou marcada para setembro.
Inicialmente
prevista, como habitualmente, para julho – mês em que a organização lusófona
celebra o aniversário -, a cimeira de chefes de Estado e de Governo acabou por
ser marcada para “02 e 03 de setembro”, de acordo com “uma proposta de Angola
nesse sentido”, disse então o embaixador português.
Na
ocasião, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, referiu
que não via constrangimentos no adiamento da cimeira, garantindo que o país
faria “com prazer” mais dois meses de presidência da organização.
No
entanto, em abril, já com a pandemia de covid-19 declarada, o secretário
executivo admitiu que “dificilmente” existirão condições para a realização, em
setembro, da cimeira.
Os
Estados-membros da organização são Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau,
Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. In “Mundo
Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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