Chama-se “Portuguesinho.hk” e é a mais recente escola de
língua portuguesa em Hong Kong. Os cursos, por enquanto apenas online devido à
pandemia, pretendem dar resposta à crescente procura pelo ensino da língua por
parte de investidores em vistos Gold, que querem escapar da difícil situação
política do território vizinho
Em
Hong Kong, o ensino do português é a língua de escolha para algumas pessoas que
procuram uma alternativa. Prova disso é a abertura da “Portuguesinho.hk”, uma
nova escola dedicada ao ensino da língua portuguesa, fundada por Jan Hung e
Anaís Barroso, antigas alunas do curso de Tradução e Interpretação Português-Chinês
e Chinês-Português do Instituto Politécnico de Macau (IPM).
Ao
HM, Jan Hung confessa que a crescente procura pela língua portuguesa se deve,
em grande parte, à difícil situação política em Hong Kong. “Agora há muitas
pessoas a emigrar para vários sítios no mundo e Portugal tornou-se um destino
famoso por causa dos vistos gold. Um dos requisitos dos vistos gold
é o domínio do português nível A2. A procura pelo ensino do português está a
crescer cada vez mais em Hong Kong, por isso criamos o ‘Portuguesinho.hk’”.
Os
protestos nas ruas, que começaram em 2019, e a implementação da lei da
segurança nacional têm levado muitas pessoas a procurar alternativas fora de
Hong Kong. “Temos 120 alunos e a maior parte deles está a fazer investimentos
em Portugal através dos vistos gold”, adiantou Jan. No entanto, há
também aulas para crianças.
Jan
Hung dedica-se ao ensino do português no nível mais básico, uma vez que a maior
parte dos alunos deseja começar a aprender tendo o cantonês como base. Anaís
Barroso e um outro professor de nacionalidade brasileira dão as aulas de nível
mais avançado.
Aulas online
Uma
vez que Hong Kong se depara neste momento com um novo surto pandémico, as aulas
da “Portuguesinho.hk” funcionam apenas online, na plataforma Zoom. A escola
afirma diferenciar-se das demais por ensinar o português que se fala em
Portugal.
“Em
Hong Kong há várias escolas que ensinam o português do Brasil, mas nós
ensinamos português europeu. Não é muito comum existir cursos online de
português em Hong Kong e estamos a tentar promover mais cursos.”
A
expansão da “Portuguesinho.hk” é o objectivo principal, embora não esteja nos
planos de Jan Hung e Anaís Barroso a abertura de um segundo espaço. Isto porque
“é muito difícil manter uma escola que ensina apenas uma língua”. “Neste
momento, ensinamos apenas português, mas no futuro vamos tentar contratar
professores nativos de outras línguas”, adiantou Jan.
A
escola possui uma cooperação ao nível do fornecimento de materiais com o
Instituto Português do Oriente (IPOR). “Talvez no futuro possamos cooperar
mais, com o IPOR e também com o IPM porque foi a minha escola”, acrescentou Jan
Hung.
Até
agora, contavam-se pelos dedos das mãos os cursos de língua portuguesa a
funcionar em Hong Kong, existindo apenas algumas iniciativas privadas por parte
de professores nativos de português. “Até agora, faltava um bom contexto de
língua e os alunos não tinham muitas oportunidades de praticar e falar
português além das duas horas semanais de aulas”, confessou Jan. O cenário
parece estar a mudar. Andreia Silva – Macau in “Hoje
Macau”
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